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Mostrando postagens com o rótulo Política

O que os homens do poder temem?

Se tivesse que definir dois principais pilares da democracia, daqui do meu processo de aprendizado e desenvolvimento cívico, eu diria que a transparência e a participação social. E eis que somos abraçados por terrível paradoxo. Em resposta ao clamor da população por mais transparência aos atos administrativos e políticos dos eleitos, e de aprimoramento e ampliação dos mecanismos de interação com o Estado e participação na construção das leis e das políticas públicas, o que temos são ações nebulosas no sentido de impedir acesso à informação e de promover vedação aos espaços de discussão e de ação social na política. O que temem os homens do poder quando aumentam o grau de sigilo sobre seus atos administrativos e políticos e quando extinguem espaços de participação social? O que tem a esconder? Por que tamanho receio de compartilhar poder? Todos que acompanham o tilintar da vida pública concordarão sobre a necessidade de aperfeiçoar os mecanismos de participação e controle so

Em meus passos, o que faria Jesus?

Tomando por inspiração um best-seller da literatura evangélica,  ‘Em Seus passos - o que Jesus faria?’, tenho feito o meu esforço para tentar compreender o que está se passando conosco, como diz o irmão Daciolo, Nação brasileira. Um país de maioria esmagadora cristã, que escolhe o caminho da violência para resolução de conflitos, em absoluto e claro desacordo ao que apregoa o Evangelho do Cristo. Se isso é terrível, torna-se execrável fazê-lo em nome de Deus e seus valores. Acho que nos desviamos do Caminho. Obviamente, o desvio da rota do Cristo, que hoje assume contornos grandiosos, em todas as expressões da nossa sociedade e culmina na virulência e medo como norte à tomada de decisões, não começou em 2016. No final dos anos 80 começou ganhar notoriedade uma nova configuração de igreja evangélica no Brasil. Novos ritmos, novo tipo de acolhimento, novas formas de expressão, mais liberdade comportamental, ritos menos pesados na liturgia. A igreja evangélica ganhou as ruas com mais

Por mandatos mais participativos e transparentes

A nossa história recente vive um mergulho profundo na crise de representatividade. Estruturas frias, rígidas, distantes, ensimesmadas, incapazes de dialogar com os atuais dilemas da nossa sociedade. Os partidos não dão mais conta sozinhos, do desafio da construção a política. Na REDE acreditamos no novo jeito de fazer política e que ele está diretamente ligado ao resgate do protagonismo do cidadão para que ele voz ativa em todos os processos do fazer política, de modo que os representantes sejam de fato REPRESENTANTES, e não substitutos dos cidadãos e cidadãs. Entendemos que uma das suas principais contribuições da REDE para o resgate da política é trabalhar para quebrar o monopólio dos partidos, criando novos métodos e fortalecendo outros que já existem, em parceria com os movimentos cívicos e as instituições, oxigenando a política com mais participação real da população no processo democrático e mais transparência na ação dos seus representantes. A convicção nestes princ

Internamente melhor para externamente melhor

O sistema político é autoritário, antidemocrático, segregador, ensimesmado, machista, violento e não afeito à renovação. Qual o principal local, oficina ou laboratório de todas essas práticas? A construção interna dos partidos políticos. É lá que esses caminhos se desenham, são treinados e se consolidam para se repetirem ano após após ano nas casas legislativas, e também no exercício do poder executivo. Quer saber se determinada pessoa é democrata, praticamente da velha ou nova política, se está a serviço ou se servindo da política? Olhe para o modo como ela se porta e faz a construção interna do seu partido. Ela valoriza os processos horizontais, coletivos, colaborativos e compartilhados, ou é aderente aqueles feitos às escondidas, com velado desprezo ao coletivo, como ente capaz de melhor criar, ainda que "dê mais trabalho" que as decisões e caminhos dos iluminados? Ela valoriza a emancipação das pessoas ao seu redor, dando -lhes plena liberdade de op

Lançamento da Iniciativa Câmara Mais Barata

São muitas as mancadas acerca das quais os maus políticos que controlam o sistema institucional querem convencer o cidadão. Uma delas é sobre participação e atuação na dinâmica política, restringindo-a ao processo eleitoral - esse que se fez viciado e pelo qual as políticas públicas são friamente debeladas às disputas, se assim julgarem necessário, os maus políticos, aos seus jogos particulares de poder. Número 1: não sou contra partidos, afinal, seria doida né, porque dedico  significativa energia à construção de um, na esperança de que ele não seja propriedade de um, mas uma dinâmica e orgânica construção comum; Número 2: não desprezo o processo eleitoral, afinal, para que participássemos dele muita gente se sacrificou ao longo da nossa história e ele ainda não está completo, para atestar basta um recorte: quantas mulheres? negros? povos indígenas? filiação obrigatória para participar de um pleito. Ou seja, ele ainda está longe do mínimo ideal. Do meu voto, por exemplo, não ab

Pelo fim do monopólio dos partidos (na política)

A política não tem proprietário. Tem construtor, o cidadão. Por isso, creditar à política status de organização partidária e relegá-la às mãos de alguns poucos iluminados tira-nos autonomia e por consequência, autoridade; faz-nos subservientes aos sistemas, quando menos pior, espectadores; dá à representação status e autoridade substitutiva que nunca caberia; afasta-nos dos eixos decisórios da vida comunitária e, no lugar da soberania popular, coloca a burocracia e a briga por pequenos poderes como mandatários. Nos tempos atuais, quando no mundo todo - de norte a sul - ecoam gritos de " vocês não  nos representam ", o que mais vemos são instâncias decisórias no Estado, nos Governos e nas organizações partidárias é o sistema se repetindo  em autoritarismo, numa quase demência comportamental de quem se tem certeza de propriedade da ágora, da política e do fazer política,  ao invés de os entes humanos ou organizativos se lançarem ao exercício crítico  dos seus processos

Dançando no fluxo da consciência

Quase três anos depois de manter-me longe da literatura de administração e negócios, voltei a folheá-la, revisitando o impulsos de algumas das suas facetas e perspectivas frente. É da edição nº 124 da HSM Management que vem inspiração para estas linhas, não para escrever sobre liderança de mercados e negócios, mas política. "Ausência de ego, a sensação de intemporalidade, a motivação natural e a riqueza criativa, que surgem quando as pessoas estão em êxtase, podem alavancar seu desempenho" . São estes os atrativos com os quais Steven Kotlen e Jamie Wheal nos levam para o artigo 'Habilidades que vêm do fluxo da consciência'. O começo é um registro sobre o desafio de Larry Page e Sergey Brin, fundadores do Google, no dilema da escolha um CEO que desse ao mercado e investidores a segurança que eles, jovens, em 2001, não conseguiam dar. Para além das qualificações técnicas, "eles queriam alguém que conseguisse deixar o ego de lado a fim de compreender

Pessoas virtuosas por instituições virtuosas

Ouvir Marina Silva e acompanhar as suas práticas políticas é um exercício e tanto de aprendizado. Ela é uma pessoa ímpar, por isso procuro prestar bastante atenção ao que diz, matutar, refletir, observar a congruência do seu discurso e prática e absorver o que a minha própria consciência orienta. Admiro especialmente o esforço a que ela se impõe, assim vejo, para que as pessoas se assumam cidadãs responsáveis pelos próprios destinos e para que percebam o quanto isso concorre para o destino coletivo. Admiro a visão de liderança que estimula as pessoas à emancipação. Admiro sua capacidade de provocar processos de pensamento com falas instigantes como quando diz: "Pessoas virtuosas constroem instituições virtuosas que corrigem as pessoas quando falham em suas virtudes". Tenho pensado muito sobre o significado e importância disso e, se e como temos nos desafiado a perceber o valor de, no processo democrático e na relação das forças políticas com a estrutura do Estado, em que

MENSAGEM PRA JUVENTUDE

À Juventude de Luta e de Paz. É nos mistérios da juventude encontro boa parte de poderosa energia inspiracional para os desafios do cotidiano. E, embora os n ossos tempos sejam muito ruins e tanto piores para as juventudes - que se veem dizimadas pela violência; em escalas absurdas de desequilíbrio de oportunidades para desenvolvimento de seus potenciais e sua cidadania e tantas vezes, silenciadas nos campos de disputa de ideais, engessando ideais,  as juventudes continuam fortes, intensas, vibrantes, dinâmicas, sonhadoras, capazes, vivas. É assim que as vejo e por isso não posso dizer outra coisa senão: J OVENS, VOCÊS SÃO IMPRESCINDÍVEIS na construção dos processos políticos do nosso país. Sim, o sistema é viciado (mas a origem dos vícios somos nós), por isso, mesmo as novas proposições e construções políticas, tantas vezes, saltam diante de nós como se velhas fossem. É que estão lá os nossos vícios todos, juntinhos, de mãos dadas. Os meus, os seus e os de gerações anteriore

A política será o que formos capazes de construir

Em toda construção da qual faço parte, procuro ter - como ponto de partida à minha caminhada - o que eu estou disposta a aprender fazer e a fazer e, não a expectativa da construção feita que me sirva. Nos tempos atuais, de absoluta desilusão com a política, instituições e agentes públicos que as operam; a desmedida apatia de um lado e a reação sem reflexão do outro; a ausência de disposição para olhar a sociedade e refletir seus dilemas em conjunção com as suas complexidades, pergunto: QUE POLÍTICA, AFINAL, QUEREMOS? Falamos de generosidade, fraternidade, novo tipo de ação, emancipação, processos coletivos e horizontais, colaboração; ações de longo prazo para o curto prazo dos agentes políticos; o serviço como motivação e muitos outros valiosos atributos. Especialmente por causa desse discurso, que reverbera para mim como um ideário, volto a uma das mais ricas ferramentas que temos à mão – o questionamento. Quanto estamos dispostos, a começar de nós, a aproximar esse dis

Política e políticos

Há muito Marina Silva fala sobre "políticas de longo prazo para o curto prazo dos políticos". Tenho pensado muito acerca dessa chamada à reflexão e o que ela significa para mim quando olho, o papel do Estado, o seu funcionamento, a interação entre os poderes, as demandas da sociedade, a participação da sociedade. Claro que hoje, quase três dentro de um pedaço da estrutura do Estado, este por sinal, que tem interação fortíssima e tensa com outras tantas partes desse mesmo Estado e com a sociedade, tenho outro olhar de período anterior. Entendo um pouco melhor as dinâmicas, percebo um pouco melhor alguns jogos, desespero-me um pouco mais com determinadas ações e incrivelmente, esse um pouco menos ou mais não necessariamente parte dos mesmos lugares de onde eu imaginava partir tempos atrás. Algo guardo com muito seriedade: SEM POLÍTICAS DE LONGO PRAZO PARA O CURTO PRAZO DOS POLÍTICOS nunca sairemos do atoleiro social em que estamos e do estado de crise representativa a que

Contra o monopólio dos partidos

Para derrubar o monopólio dos partidos é preciso participar da política, fazer política, hackear a política e os sistemas vigentes até que eles sejam transformados e os partidos simplesmente se tornem DESNECESSÁRIOS. Porque, na Boa, não se faz política só com partidos. Aliás, as boa política que ainda sobrevive, na esmagadora maioria das vezes, está fora dos partidos. Rumbora quebrar a banca e provar para os partidos que eles não são donos do Estado? Mas,  Ádila Lopes , você é filiada à REDE? Sim, sou e bem atuante. Como é isso, então? É assim, uai, como se vê. A gente está trabalhando para que o sistema mude, a sociedade seja emancipada e os partidos, que já são obsoletos, se tornem DESNECESSÁRIOS. Eles vão continuar existindo? Ainda por muito tempo. Mas, o cidadão PRECISA saber que o poder é do povo e as decisões são do povo e o Estado está a serviço do povo, não dos partidos.

Internet, não-partidos e juventudes: elementos da nova política

Para mim, POLÍTICA é ferramenta de transformação social. Ela pode (e deveria) ser serviço. Também pode (e é na maioria das vezes) dominação de castas. Partindo do que acredito acerca em soma à revolução digital, como nunca antes, a política cada vez mais será dinâmica e desprendida do locus partidário, fruto de redes e redes em conexões extraordinárias, movidas e existindo como a fluidez da dinâmica social e sem o taco pesado dos partidos políticos. É a POLÍTICA firme e forte rompendo com o sistema que a escravizou faz tempo. Ou os partidos se reinventam (alguns tem é que desaparecer e não deixar rastro) para serem movimentos mobilizadores da sociedade ou eles perderão qualquer chance de sobrevivência. E isso logo ali. Sou contra os partidos? Não é que eu seja contra. E você pode e DEVE fazer política independente de partido. Eles ainda são necessários. Apenas ainda. Faço parte de um. Aliás, sou dirigente no partido de que faço parte. Aliás, meu ínfimo tempo após minhas pesadas e

Participação, poder de decidir

Uma curiosidade que tinha desde que fui alfabetizada, fuçar dicionário para descobrir novas palavras e seus conceitos, ganhou para mim um tiquinho de sofisticação, através de um programa de TV de uma denominação que frequentei. O nome do programa era 'Raiz da Palavra', e lá, buscava-se estudar a etimologia bíblica para alargar a compreensão teológica de determinados fatos e previsões escatológicas. Eu achava o máximo descobrir mundos mil através das palavras. A verdade é que na grande maioria das vezes em que nos deparamos com palavras, talvez nem precisemos nos aprofundar em investigá-las. Uma visita ao dicionário mais à mão já nos poderá estender o universo de significados e a complexidade de suas significâncias para além das fronteiras das respostas enlatadas que nos são "vendidas" como totalidade inspiracional e expressão finalistica, delimitadora de mentes que é. Um exemplo?  PARTICIPAÇÃO. O que ela lhe significa? Qual a magnitude da sua expressão e o

Entre misérias e emoções manipuláveis

Do alto da Rodoviária. Sei lá quantas vezes já passei pela Rodoviária do Plano Piloto (e até virei a noite por lá). Sempre, ali, na plataforma superior, sou atraída a um momento de reflexão a partir da visão da Esplanada dos Ministérios. À esquerda, Teatro Nacional e por trás, CNI, SESI, IEL, Setor Bancário Norte. À direita, a Rodoviária para o Entorno, Museu Nacional e pouco atrás, Banco Central, Setor Bancário Sul. E na visão mais à frente há os ministérios dos dois lados e ao fundo o Congresso Nacional.  Bem, tem-se a Praça dos Três Poderes. Eles, os Poderes. Sob a plataforma, seria exagero dizer, o inferno? Nos horários de pico, um holocausto zumbi. Gentes cansadas de todas os cantos do DF e do Entorno, desesperadamente correndo no troca-troca de ônibus. Imperam lixo, bichos roedores, roubos, prostituição, tráfico de drogas, exploração de trabalho infantil, mendicância, subempregos, cultos das mais diversas religiões, trabalhadores de toda ordem, jo

Trabalho e Sindicalismo

Faltam-nos reflexão e espírito crítico. Acredito que o Brasil precise de uma reforma previdenciária, de uma reforma trabalhista, de uma reforma tributária e fiscal e, essencialmente, de uma REFORMA PO LÍTICA. A ausência dessa essencial reforma, a política, nos deixa, a todos reféns de um sistema apodrecido que se retroalimenta, ano após ano, e que numa avassaladora capacidade de ação, apodrece também a todos os sistemas de serviços à sociedade - seja através do aparato estatal, seja pela produção econômica nas mais variadas frentes de ação. E nisso. a premissa número um é a sobreposição do interesse individual e de pequenos grupos à coletividade e ao estado de equidade, justiça e desenvolvimento sustentável de que necessitamos. TRABALHO, EMPREGO E RENDA Neste país, emprego e renda são gerados, significativamente, pelas quase 9 milhões de micro e pequenas empresas espalhadas de norte a sul, leste a oeste. Segundo o SEBRAE, esses pequenos negócios produzem à economia bra