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Mostrando postagens de junho, 2020

Escuta é conexão

Sempre fui observadora. Talvez isso me tenha dado boa audição que, tenho percebido nos últimos tempos não tão boa assim. Vezes a perco, depois recupero. E vamos assim, ciclicamente. Na escola eu ficava muito irritada com os colegas e seus recorrentes pedidos para que professoras e professores repetissem palavras e frases dos ditados. Não sei como, mas cedo desenvolvi uma técnica: primeiro escutar com muita atenção, a palavra e mesmo frases, e só depois escrever. Em muitas ocasiões eu perdia uma palavra e só lá na frente a recuperava. Raramente eu pedia repetição. Alguém dirá: todos fazemos assim. Não. Não todos. Aliás, bem poucos. A regra geral é a pessoa esboçar a fala e já querermos terminar o todo da sua expressão. Especialmente se há demanda de relógio, a que atribuímos tempo. Como nos ditados da escola, que normalmente vinham com um "benefício" para quem terminasse primeiro e errasse menos. O resultado efetivo sempre foi que os apressados erravam mais, d

A saída?

O que queremos? Uma saída.  Mas, e quando ela parece ser a interiorização. Olhar para dentro. Reclusão interna? Já estamos reclusos, diriam alguns. Será? Quanto de todo esse tempo em que estamos confinados ou necessitando estar, nos impusemos parar, de verdade, aquietar, colocar em passo de espera a mente e exercitar a escuta silenciosa? Falamos de (re) conexão, mas um ato para fora, como se de um ente externo a nós em toque a outro. E ficamos assim, no esbarrão - apenas - porque conexão prescinde entrega e entrega é passo de renúncias multilaterais, é encontro de almas ou pelo menos semelhanças de anseios, projetos, visões. Chegar até aqui não é uma corrida, seja qual for o seu aqui. E isso não é jargão. É demanda universal de nos pensarmos em um momento ímpar do século, provavelmente. Isso significa que não podemos considerar aceitável sermos as mesmas pessoas que aquelas de antes de o mundo ser tomado por esse tormento.  Ficaremos a ermo se não buscarmos essa conexão int

O tempo. A pressa

Somos uma comunidade, percebamo-nos assim ou não. Nela temos propósitos comuns, necessariamente. Temos responsabilidades pelas quais respondemos no contexto da missão de existir enquanto comunidade servidora à população do Distrito Federal na Câmara Legislativa. As demandas da população nos impõem rigor técnico e olhar apurado às ações, a política nos exige muito e disciplinado trabalho, o sentido da missão na qual servimos nos exige humanidade. E para que não adoeçamos, às vezes querendo atender a 'tudo isso no mesmo tempo tudo agora do segundo que passa num piscar', a gente precisa fundamentalmente aprender sobre os mistérios do equilíbrio.  Mistério. Tudo aquilo "cuja causa é oculta, desconhecida, incompreensível, inexplicável; enigma."  O tempo às vezes é impetuoso e cruel. Apressado, se faz cego, ansioso, autoritário e nem vê sua imprecisão. A gente às vezes se faz como o tempo. Até que ele passa e deixa marcas na jornada, que em algum momento as encontraremos ju

Apenas rio e não mais

Em algumas coisas vejo nada além de coisa alguma Então rio  do mar  petrolizado de demagogia devia chorar mas não rio  chorei em meio a esforços para que o esforço não fosse desprezado hoje apenas rio  do fruto podre gerado na demagogia