Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo reflexões

Acreditar é um ato

Em 2011 vi um filme chamado 'O impostor'. Eu passava por uma crise e me vi, em muitos momentos, na pele do protagonista. Ele num caminho de drogas. Eu num caminho de concepções religiosas vazias. Outras drogas. O ápice esteve (para mim) em uma frase: ACREDITAR É UM ATO. Aquilo me marcou e orientou buscar o sentido perdido do que eu era e fazia. A frase ainda me orienta. Todos os dias, intencionalmente eu a busco para me lembrar das práticas que devo cultivar. Se acredito no que digo acreditar, isso me disciplina a não perder de vista o desafio da coerência entre fala e fazer. Isso me convida a não esquecer que acreditar também é (ou sobretudo é) esperançar. Assim, mesmo quando muito indignada com as dezenas de sandices da política, por exemplo, faço especial esforço para me manter com esperança, para comunicar esperança, para praticar esperança. Eu não acredito nas palavras como mantras reducionistas que trazem o além à existência do nada. Mas credito às palavras poderes proces

Encontrei meu lugar de paz

Encontrei meu lugar de paz. Acredito. A vontade é fazer um branquinho aqui. Sentar. Sentir. Observar. Atrás fica a cerca, a rua. Calma. À frente, diria, um pequeno vale, a casa, e lá, ao distante, mas nem tanto assim, a serra, montanha, um pico não qualquer que me lembra a infância. E aqui resgato os meus melhores sentimentos, minhas mais significativas alegrias, meus mais desafiadores sonhos. Tenho risos tímidos, gargalhadas, palavras dançando na minha sala, na cozinha, no quintal, o tinlindar de taças amigas, mesmo em telas, e as minhas nos meus momentos comigo mesma, a vida em incontáveis formas e algumas me arregalam os olhos. Tenho batuques em silêncio e os que mecanicamente opero. Tenho os silêncios, estes todos que me povoam e gritam aqui, na mente, no corpo, no espírito viciado em não aquietar. E me torno, refaço, reconstruo em todas as desejadas descobertas não necessariamente desconhecidas, alcançadas agora pelo olhar, no sentir da plumagem do tempo e tantas das suas formas.

Da cerca pra fora

Às vezes a gente só precisa sair uns 20 metros da toca para expandir um pouco mais o contato com a vida e suas outras cores. Quanto me apareceu a casa onde resido atualmente comentei com uma amiga: agora viro ermitã de vez. Ela respondeu: só se quiser. Alguém dirá. Nossa, rueira como você é? Sou nada. Só fake. Eu gosto mesmo de ficar enfiada em casa. E aí, cara, tô no mundo perfeito. Tenho Internet banda larga. O celular não tem sinal. Tenho verde pra tudo que é lado. Tenho mais livros do que sou capaz de ler. Todas as minhas responsabilidades de trabalho podem ser atendidas através dos recursos de que disponho. Claro que isso vira o melhor dos mundos para pessoa como eu. Meu aniversário, por exemplo, foi lindo. No domingo anterior reuni com a família, almocei, brinquei, comi de novo e vim embora. Lindo. No dia oficial recebi cesta de café da manhã e na sequência ligação das amigas pra tomarmos café juntas, depois almoçamos juntas. Poxa, só não foi perfeito porque eu preferia aquele ab

Olhando as nuvens

Olhar as nuvens toma variados significados na nossa caminhada existencial, modificando-se, quase sempre, conforme andamos. Na infância é o deleite da criação. Nossa mente traquina, criativa, vívida, observa as nuvens e vê tudo o que deseja. Vê também preocupações meninas .mas raramente se assusta. Pessoas adultas e, acreditando-nos donas donas do próprio destino, olhamos as nuvens apenas (e quase sempre) com pressa, ansiedade e medo. Cabeças nas nuvens é sinônimo de descompromisso com a chamada vida real, é prisão à fantasia, delírio. Por que o exercício da mutualidade das coisas, parece visita esquecida sempre? Quem nos decretou a desnecessidade do sonho, da fantasia, da livre criação de novas expressões e formas mentais como atestado de maturidade? Quem nos impôs taciturno comportamento chave-controle do destino? Quem, aliás, disse da existência dessa tal chave do destino senão o medo? E se abríssemos as janelas da alma agora o que os nossos 0lhos veriam nas nuvens? Que tal esse exer

Sou das palavras

  Sou das palavras. Elas me constroem E mesmo se ruínas me faço, delas emergem a energia nova que realinha mente e ação. Porque palavra para mim é raiz é inspiração é potência de ser, de fazer existir, é criação e vida Palavra gera Palavra cura Palavra ilumina Palavra conecta e alimenta Não estou cega a todos os contrários de cada uma das palavras. Apenas tenho feito o exercício de escolher o poder da vida nas palavras Por isso minhas paredes Pequenas construções de mim em todos os lugares que habito e me habitam estão sempre assim, marcadas de palavras Ora simples recados e lembretes do imaginário popular. Ora ideias do mundo do qual desejo ser construtora. Hoje a palavra está aqui, correndo em mim, dizendo coisas que entendo e depois não mais. Então escolhi observar, Palavras.

Forma e conteúdo, o que o tempo nos está ensinando

Minha próxima tatuagem será algo assim. Só tenho uma. Por hora. Eu amo essas peças de vida, contorcidas. A gente olha e não dá nada. Despreza. Sentencia feiúra.  É que a gente valoriza os invólucros. Idolatra a aparência que nos é vendida padrão. E despreza conteúdo. Não compreende a potência das raízes. Então a gente constrói sobre a areia fofa,  que tem o seu lugar. Não para base. Não a algo que se deseja perene. O que esse tempo nos tem ensinado?  Da solidão. De multidões emocionais nos cubículos da nossa alma,  todas juntas e ao mesmo tempo, agora e sem pedir licença, sem aviso-prévio, sem agendamento. O quanto a solidão nos importa? Por que nos importa? O que nos constrói e desconstrói?  Por que a tememos? Para que a veneremos? Da presença. Das milhares de vozes humanas em laços familiares dos quais nos desacostumamos porque a era do cada um por si virou grito de independência e solidez social. Plástico? Das impercepções das almas, método de existir de distantes que re

A vida é uma jornada de múltiplos caminhos

A vida é uma jornada de múltiplos caminhos. Parte deles exige esforços e muitas vezes colocamos tanto foco na escada, que nos exigirá cuidados, preparo físico e emocional, que acabamos por não perceber a vida nos degraus. Miúda  Discreta  Mas tem cor, tem movimento, tem muitas informações. Tem a energia que talvez seja o que necessitamos para dar mais um passo. Ou talvez seja um marco para uma parada necessária. De recomposição do fôlego, da força mental e física, de um novo cálculo às rotas possíveis, de uma interiorização sobre o valor dos dias, seus significados e potência. Os degraus importam? Antes deles importam as motivações, as razões, as condições da alma, os encontros. Importa a consciência dos porquês à caminhada.

Janelas, vidros manchados, visões e responsabilidades

Pouco antes de entrar na Live com o amigo @danilo_fjranca (aliás, obrigada, muita honra esse diálogo), estava aqui pensando um pouco sobre as nossas construções, as nossas janelas. Sim, janelas e seus vidros, através dos quais olhamos os mundos diante de nós. Ali à frente tenho uma bela mata, Cerrado nativo, um presente. E serra ao fundo. Trabalho vendo e ouvindo a dança das folhas, algumas vezes canto dos pássaros (e das galinhas da vizinhança) e até, raramente, o saltitar de macaquinhos. Isso é uma baita privilégio. Não obstante, a depender do que procuro através da janela, posso ter pequenos desvios de perspectiva. Os vidros carregam marcas e manchas das chuvas, da poeira e mesmo do tempo. Às vezes, uma pequenina marca ou mancha, desprezível à primeira vista, pode distorcer o olhar e a perspectiva e, portanto, interferir nas decisões e seus processos com grande margem de indução a erros. Manter as janelas limpas, transparentes em plenitude faz bem à matéria, aqui à frent

Sobre dissonâncias. Sobre silêncios. Sobre liderança

A expressão vozes dissonantes nem sempre faz referência a oposição.  Mesmo a mais harmoniosa música recebe, em certo grau, alguma dissonância e é daí que surge o campo da arte da composição sonora de diferentes tons que se fazem uno, em arranjos que beiram a perfeição. Dos valores maos prestigiados para o desenvolvimento de equipes vencedoras, inovadoras,  potentes e capazes de superar múltiplos obstáculos, está a pluralidade de vozes e tons. Mas esta não é cultura fácil de se construir. Nem mesmo quando há líderes que começam suas jornadas  se colocando a este desafio. Estes, também, logo se veem frente ao esforço da composição e são muito facilmente pajeados no caminho da conformação das palavras que são mais agradáveis porque práticas e em tons que não vibram diferente e, portanto, não incomodam e não chamam atenção. Tudo isso, nada mais é que a velha tática do silenciamento. Colocar-se em silêncio é necessário e saudável, quando escolha de respeito ou demanda de introspecção ao ape

O que os nossos veem à noite?

Não faz tanto tempo assim uma #hastag me chamou atenção.  #umabelezapordia  Coisas simples. Delicadeza. Vida. Nosso existir é breve e não não saber as formas e o quanto vai durar é assustador. Mas pode ser um fator de mobilização a que sejamos o melhor que pudermos ser, a que nos façamos inteiros em tudo a que nos dermos. Gente metade é estranha. Plástica. Portanto, descarte altamente poluidor. Morte. Gente inteira é matéria orgânica. Gera outra vida no que se dá. Ser inteira tem muito a ver com o que somos capazes de ver à noite. Não é terrível para sempre, ter medo da noite. Muitas vezes ela é de fato assombrosa. Problema, talvez, é mergulhar no medo, tão profundamente, e não sermos mais capazes de perceber uma beleza por dia, às vezes trazida pela noite.  Aquela luz potente,  distante e tão aqui, dentro do nosso peito, desejando manifestar-se guia, mas pede olhos disponíveis a ver além das trevas. Ainda não era 21h quando fiz essa foto. A bem da verdade estou até agora e

A saída?

O que queremos? Uma saída.  Mas, e quando ela parece ser a interiorização. Olhar para dentro. Reclusão interna? Já estamos reclusos, diriam alguns. Será? Quanto de todo esse tempo em que estamos confinados ou necessitando estar, nos impusemos parar, de verdade, aquietar, colocar em passo de espera a mente e exercitar a escuta silenciosa? Falamos de (re) conexão, mas um ato para fora, como se de um ente externo a nós em toque a outro. E ficamos assim, no esbarrão - apenas - porque conexão prescinde entrega e entrega é passo de renúncias multilaterais, é encontro de almas ou pelo menos semelhanças de anseios, projetos, visões. Chegar até aqui não é uma corrida, seja qual for o seu aqui. E isso não é jargão. É demanda universal de nos pensarmos em um momento ímpar do século, provavelmente. Isso significa que não podemos considerar aceitável sermos as mesmas pessoas que aquelas de antes de o mundo ser tomado por esse tormento.  Ficaremos a ermo se não buscarmos essa conexão int

Alinhamento, um processo necessário

Vejo muitas pessoas julgando o tempo de encontros com equipes e parceiros como perda de tempo. A sentença comum é: enquanto estamos em reunião/vivência  poderíamos estar cumprindo tarefas.  Recorto uma frase para trazer o que tenho experienciado em equipes das quais participei ou liderei e que me ajudam a identificar que, como diz Jim Kalbach em ' Mapeamento de Experiências ', " a falta de alinhamento impacta a empresa inteira: as empresas ficam sem finalidade em comum, as soluções construídas são distantes da realidade, há um foco na tecnologia ao invés da experiência e a estratégia é imediatista ." Mas, não sou uma empresa. Se aplica a mim? Não tenho dúvida que sim. Considero que o ponto de partida esteja na concepção de servir, se e como ela faz parte da cultura da organização. Se em uma empresa as pessoas precisam compreender de que modo devem servir aos seus clientes, em outras estruturas organizacionais não é diferente. Quando servir é a base, empati

Estratégia e cultura, irmãs siamesas

Projetos, sejam quais forem, não são pacotes acabados de ideias e sonhos de um, que um grupo pretenso comum executará  e o tornará bem sucedido, por exemplo, por ordem da responsabilidade salarial ou apenas da boa referência de alguém de postura inspiradora. Se é um projeto que extrapola os limites de um negócio então, a consciência de seu amplo leque de interações humanas se faz ainda mais urgente. Um passeio não muito aprofundado no mundo das empresas vai nos permitir perceber duas bases muito importantes para elas se alcancem e se  mantenham em harmonia com os passos desejados pela direção. São a estratégia e a cultura. Desprezá-las é condenar-se à inanição e por final à tragédia de não alcançar os tais desejos e sonhos que deram vida a desenhos um dia papel. A combinação é o que especialistas definem que, enquanto a estratégia estabelece a lógica formal para metas e orienta as pessoas no seu entorno, a cultura expressa metas por meio de valores e crenças e guia atividad

Respeito

Quando eu era menina adorava ler dicionários. Para mim eram universos de palavras que abrindo outras palavras e estas abrindo outros universos, numa infinita cadeia de conexões e seus significados.  Minha mente ia à loucura. Ficava serelepe. Eufórica. Eu, em completa ansiedade para encontrar contexto de uso àquelas novas descobertas. As palavras sempre me impressionaram. E o sentido, então! Desde ontem tenho refletido muito especialmente, sobre uma palavra cujo sentido nos tem passado em branco. RESPEITO. Sempre considerei que conhecer uma palavra me tornava mais rica, porque me ampliava a visão, posto que uma palavra não fecha um conceito, mas o conecta a outro, cria pontes entre mundos que distantes estavam e que, de outro modo não se aproximariam, e apontam às divergências - sem necessariamente promover exclusão de existir. Depois passei a considerar que as palavras, como a vida cuja origem está nelas, assim acredito, são dinâmicas. Ou seja, elas não se fazem estanques nas eras da e

JESUS NÃO FAZ SOZINHO

É, camarada, tem coisas que Jesus NÃO vai fazer. Ele fez da água vinho. Lavar as taças é com você. Ele multiplicou pães e peixes. Encontrar a base pra isso e distribuir para os famintos é com você. Parte da missão é dEle. Tipo, o sobrenatural (se você acredita nisso). A outra é nossa.  Servir o vinho para TODOS. Servir os pães e peixes para TODOS. Além da lição: a louça é tua, camarada. Fico aqui pensando que há outras, ainda mais desprezadas. Bora lá, cambada, fazer uma forcinha pra entender a mensagem e o ensino do Cristo? Quando digo VOCÊ estou querendo dizer NÓS. Não acredito no EU/VOCÊ, sozinho. Só no eu/você com pelo menos mais um que vira NÓS. Jesus faz a partir de um movimento nosso. Exemplo: pomos água nas talhas, Ele transforma em vinho, nós servimos; identificamos a fome e damos a ideia fácil (mandar as pessoas pra suas casas), ele nos joga na real (dá-lhes vós de comer), ele nos questiona o que temos, apresentamos cinco pães e dois peixes, ele multiplica, nós servimos. Saco

Nenhuma pessoa é sozinha. Nem Deus.

Entre as características que fazem as grandes lideranças está a profunda consciência de que ninguém vence sozinha até que todos vençam. Por mais óbvio possa parecer, ainda precisa ser dito: nenhuma pessoa é sozinha, nem mesmo Deus. O grande chamado do pacto dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, proposto pela Organização das Nações Unidas, traz exatamente essa chave, quando toma por mote aos compromissos assumidos pelos países signatários, 'NÃO DEIXAR NINGUÉM PARA TRÁS'. Isso também pode se aplicar a nos despertar, nos nossos pequenos espaços de liderança (ou não tão pequenos assim), um princípio elementar nos ensinando que a liderança cuja vitória é sua apenas, faz-se a mais derrotada, fraca e medíocre das lideranças. Neste processo de reflexão volto outra vez às referências da minha vida, porque é o que forma o meu caráter. O ensino do Jesus está cheio desse paradigma de liderança - que só vence quando todos vencem -, quando fala da ovelha perdida

Jesus servia o melhor vinho

Jesus, o Cristo, é a referência mais potente que possuo do ideal de tipo de gente que devo buscar ser. Um dia ele foi a uma festa de casamento e no meio da celebração à alegria o vinho acabou. Ele mandou que os vasos fossem cheios de água e fez da água vinho. O surpreende melhor vinho. Ele era isso. A pessoa que se dá por inteiro, que se entrega às pessoas sem resistência, que se dedica, que dá o melhor de si para todos os que encontrava, ele não dava afeto em conta-gotas, ele se afeiçoava. Lembro de uma leitura que trazia uma pergunta muito profunda: por que esperamos para servir o melhor vinho? E acrescento: por que ficamos medindo as ocasiões e as pessoas para nos darmos? Jesus dava o melhor de si a TODOS a quem encontrava. O melhor sorriso. Sim, Jesus era uma pessoa alegre e não se privava de mostrar isso. As crianças jamais desejariam estar com ele se fosse uma pessoa taciturna, triste, de semblante pesado. Jesus sorri

Conversas mentais

E o meu domingo cinzento chegou barulhento. Eram conversas, às dezenas, disputando na minha mente a atenção dos meus pensamentos.  Perguntas, ilações, desejos, gargalhadas, lembranças de lágrimas e palavras  não  ditas, sentimentos não expressos. Uma corrida dentro de mim. Ladeira abaixo, morro acima num fôlego só. Ri de mim. E se todas as vozes que nos habitam, no lugar da disputa por atenção confundindo nossa alma, fossem harmonizadas em coro uníssono? Há suas vantagens.  Talvez conseguíssemos nos ouvir melhor e a tarefa do discernimento se fizesse menos sofrida. De outro modo, talvez a pressa do vício cômodo do conforto e menor esforço, enfrentamento às dores nos precitassem à escolha de formação de um coro, não exatamente no tom de que necessitaa nossa alma para o momento. Se a vida não é massa de momento único, mas momentos tão diversos, ou ainda mais que estas conversas os habitam, talvez o que precisemos mesmo é  experienciar sem culpa, sem medo, sem pressa e sem pudor cada uma

Sobre encantos

Às vezes não falta a capacidade se significar e, então, conceituamos com o que não nos detemos a compreender. Até que os mistérios existência nos suspiram à nuca e em êxtase nos sentimos como que, sob algum encanto. Encanto. Aquela coisa que delicia, seduz, fascina, enfeitiça, cativa e transforma um ser em outro e faz deleitar a alma em novo brilho, para além do seu habitual. Mas, e como se dá o encanto?  As coisas e momentos mais inusitados possíveis. Na verdade, não se pode determinar o encanto em fórmulas. Não é possível pré-concebê-lo, dado que ele é fruto do mistério e do sobrenatural. A sua manifestação, todavia, p ode ser uma palavra, um toque daqueles tão suaves e leves que dá tempo apenas à traquinagem de um suspiro, num arrendamento de alma imperceptível a quem não o viveu. Pode ser um gesto, ou a manifestação de afeto ou, os caminhos misteriosos de uma voz. A voz. E o encanto invade os cantos não imaginados da alma, despertando-a, conectando-a a mundo tão profundos, prof