E o meu domingo cinzento chegou barulhento. Eram conversas, às dezenas, disputando na minha mente a atenção dos meus pensamentos.
Perguntas, ilações, desejos, gargalhadas, lembranças de lágrimas e palavras não ditas, sentimentos não expressos. Uma corrida dentro de mim. Ladeira abaixo, morro acima num fôlego só. Ri de mim.
E se todas as vozes que nos habitam, no lugar da disputa por atenção confundindo nossa alma, fossem harmonizadas em coro uníssono?
Há suas vantagens.
Talvez conseguíssemos nos ouvir melhor e a tarefa do discernimento se fizesse menos sofrida.
De outro modo, talvez a pressa do vício cômodo do conforto e menor esforço, enfrentamento às dores nos precitassem à escolha de formação de um coro, não exatamente no tom de que necessitaa nossa alma para o momento.
Se a vida não é massa de momento único, mas momentos tão diversos, ou ainda mais que estas conversas os habitam, talvez o que precisemos mesmo é experienciar sem culpa, sem medo, sem pressa e sem pudor cada uma das conversas interiores, afinando o ouvido aos múltiplos momentos que nos fazem mutáveis, em melhoramento contínuo, que nos dizem que voltar atrás e rever pensamentos não nos condena porque o equilíbrio do viver, talvez não esteja em uma única voz que nos guie, mas em valores que nos orientem os passos, as esolhas, as tomadas de decisões em cada conversa mental ou suas expressões, com o cuidado do afeto, do respeito, do serviço, da responsabilidade de base o amor.
Como temos conversado com a nossa mente? Ou silenciá-la se fez a nossa escolha?
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