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Mostrando postagens com o rótulo Crônicas de Esperança

#c2 | Sobre esperança

É hábito comum consagrarmos à esperança um estado de desejo estático, figurativo e preso ao tempo. Esquecemos que a força realizadora é a sua alma e pulso. Talvez, por isso, no esperar apenas, desesperançamos. A cabeça pesa com medo, ansiosa. Pés imobilizados apenas deslizam nas próprias angústias. Mãos ferem e se ferem. Trêmulas, nada suportam. Coração estufa o peito de dor. E a mente estrangula a alma, e aos gritos impõe a ordem da intolerância, inconstância, inconsequência de existir num vagar escuro do despenhadeiro do destino. Esperança é ato primeiro, âncora de consciência à alma e que dá alimento aos sonhos e dimensão a um vigor extraordinário, capaz de pô-los em movimento numa jornada em que cada passo conta, fortalece, transforma e aponta o passo seguinte. É assim que a nossa respiração segue no compasso adequado à vida. É com essa imagem que respondo ao questionamento que me foi feito, tempo desses, sobre como me mantenho uma pessoa esperançosa. Penso que a imagem do moviment

#c1 | Sons que nos habitam

Todos os dias somos visitadas por sons. Alguns podem se fazer apenas ruídos (ou são de fatos). Podem nos agredir, embalar, inspirar. Sons, algumas vezes são memórias. De todo tipo. Também podem ser compasso a uma ação. Ou antes e depois disso, celebração de um marco qualquer, de um tempo que finalmente chegou ou passou. De um singelo existir. Sons podem ser o imperativo à necessidade do silêncio - de emoções, de pensamentos, de um fazer que se perdeu ou que precisa apenas deixar de ser por um instante e se recompor noutros sentidos. Os sons podem ser morte ou vida pulsando. E, tão diversos quanto suas expressões que nos chegam aos ouvidos, reconhecidos ou despertando curiosidade ou repulsa, são os seus sentidos. As vezes passamos por ciclos tão avassaladores que até os silêncios são muitos sons nos falando coisas. Escutamos? O que efetivamente nos disseram? Deveriam? De repente, por aqui, alguns cânticos novos ocuparam meus ouvidos tão fortemente que precisei parar o que fa