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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

A vida se dá compartilhada

John Donne, já há alguns séculos bradava que "nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do continente, uma parte de um todo." Mas nós, ao contrário da óbvia primeira interpretação possível, nos conduzimos à insistente apropriação do comum como se a um pertencesse. Nosso olhar é detido em nós, em atroz perturbação individual que perfura qualquer outro olhar mais cordial ao outro - parte de nós em significado existencial mais elementar. Compartilhar, o verbo (ação) que deveria ser o eterno presente da nossa existência, tal qual respirar, dissolve-se invisível, sem qualquer questionamento, como quando nos falta ar ou o que se tem é poluído, pesado. Esquecemos com muita facilita que somos comum desde antes de existirmos. Somos a soma de dois, conjunto de vários e, conforme se fazem os dias em nosso existir, nos tornamos milhares. Um pouco de cada um antes de nós. Um pouco dos convivas. O profundo mistério da coexistência. E por que insistimos em