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Mostrando postagens de julho, 2020

Janelas, vidros manchados, visões e responsabilidades

Pouco antes de entrar na Live com o amigo @danilo_fjranca (aliás, obrigada, muita honra esse diálogo), estava aqui pensando um pouco sobre as nossas construções, as nossas janelas. Sim, janelas e seus vidros, através dos quais olhamos os mundos diante de nós. Ali à frente tenho uma bela mata, Cerrado nativo, um presente. E serra ao fundo. Trabalho vendo e ouvindo a dança das folhas, algumas vezes canto dos pássaros (e das galinhas da vizinhança) e até, raramente, o saltitar de macaquinhos. Isso é uma baita privilégio. Não obstante, a depender do que procuro através da janela, posso ter pequenos desvios de perspectiva. Os vidros carregam marcas e manchas das chuvas, da poeira e mesmo do tempo. Às vezes, uma pequenina marca ou mancha, desprezível à primeira vista, pode distorcer o olhar e a perspectiva e, portanto, interferir nas decisões e seus processos com grande margem de indução a erros. Manter as janelas limpas, transparentes em plenitude faz bem à matéria, aqui à frent

A vida tem dessas coisas

A gente deixa algo de lado por um tempo e depois acha que basta repor a tinta e tudo estará como antes, funcionando adequadamente, produzindo cores, dando forma e ação às palavras postas na tela, aos panoramas mentais, agora transcritos. Então, a gente vai lá. Conecta cabos, instala equipamentos, faz testes de scanner, compra novos cartuchos, faz limpeza superficial, envia impressão teste. Não funciona. Falta a limpeza de bicos, os cabeçotes. Falta calibrar as engrenagens não percebidas à vista superficial e mesmo amadora, ainda que dedicada. Vão-se horas, como o meu processo pessoal, neste momento. Toda uma manhã. Por aqui tudo bem. É apenas um equipamento que estava parado, que me pode ser útil para execução de tarefas, que pode esperar uma manutenção. E o mais desagradável que ocorrerá é o veredito de que a limpeza de cabeçotes sairá mais onerosa que comprar novo equipamento. Decisão de compra não essencial. O real e doloroso mesmo é quando nos atrevem

Sobre dissonâncias. Sobre silêncios. Sobre liderança

A expressão vozes dissonantes nem sempre faz referência a oposição.  Mesmo a mais harmoniosa música recebe, em certo grau, alguma dissonância e é daí que surge o campo da arte da composição sonora de diferentes tons que se fazem uno, em arranjos que beiram a perfeição. Dos valores maos prestigiados para o desenvolvimento de equipes vencedoras, inovadoras,  potentes e capazes de superar múltiplos obstáculos, está a pluralidade de vozes e tons. Mas esta não é cultura fácil de se construir. Nem mesmo quando há líderes que começam suas jornadas  se colocando a este desafio. Estes, também, logo se veem frente ao esforço da composição e são muito facilmente pajeados no caminho da conformação das palavras que são mais agradáveis porque práticas e em tons que não vibram diferente e, portanto, não incomodam e não chamam atenção. Tudo isso, nada mais é que a velha tática do silenciamento. Colocar-se em silêncio é necessário e saudável, quando escolha de respeito ou demanda de introspecção ao ape

O que os nossos veem à noite?

Não faz tanto tempo assim uma #hastag me chamou atenção.  #umabelezapordia  Coisas simples. Delicadeza. Vida. Nosso existir é breve e não não saber as formas e o quanto vai durar é assustador. Mas pode ser um fator de mobilização a que sejamos o melhor que pudermos ser, a que nos façamos inteiros em tudo a que nos dermos. Gente metade é estranha. Plástica. Portanto, descarte altamente poluidor. Morte. Gente inteira é matéria orgânica. Gera outra vida no que se dá. Ser inteira tem muito a ver com o que somos capazes de ver à noite. Não é terrível para sempre, ter medo da noite. Muitas vezes ela é de fato assombrosa. Problema, talvez, é mergulhar no medo, tão profundamente, e não sermos mais capazes de perceber uma beleza por dia, às vezes trazida pela noite.  Aquela luz potente,  distante e tão aqui, dentro do nosso peito, desejando manifestar-se guia, mas pede olhos disponíveis a ver além das trevas. Ainda não era 21h quando fiz essa foto. A bem da verdade estou até agora e