Em 2011 vi um filme chamado 'O impostor'. Eu passava por uma crise e me vi, em muitos momentos, na pele do protagonista. Ele num caminho de drogas. Eu num caminho de concepções religiosas vazias. Outras drogas.
O ápice esteve (para mim) em uma frase: ACREDITAR É UM ATO. Aquilo me marcou e orientou buscar o sentido perdido do que eu era e fazia. A frase ainda me orienta.
Todos os dias, intencionalmente eu a busco para me lembrar das práticas que devo cultivar.
Se acredito no que digo acreditar, isso me disciplina a não perder de vista o desafio da coerência entre fala e fazer.
Isso me convida a não esquecer que acreditar também é (ou sobretudo é) esperançar. Assim, mesmo quando muito indignada com as dezenas de sandices da política, por exemplo, faço especial esforço para me manter com esperança, para comunicar esperança, para praticar esperança.
Eu não acredito nas palavras como mantras reducionistas que trazem o além à existência do nada. Mas credito às palavras poderes processuais e construtores. Por isso, tento me disciplinar e cuidar para mantê-las condizentes com aquilo no que digo acreditar, valores, princípios, sonhos.
Se preciso de ânimo novo, as pessoas que estão ao meu lado também precisam. Ou alimento o desespero e a revolta. Em mim e nelas. Ou alimento a esperança construtora por uma consciência ativa, mas sensível, também aos males.
E nada tem a ver com alienação.
Tenho aprendido, não sem custo, que posso ter consciência e mente ativas, sem esquecer que o poder da vida e da morte parte dos lábios, estes que evocam valores e forças que nos habitam.
O estado em que estamos é aterrador e nos pede, como nunca: consciência da delicadeza do momento, luta firme contra os males que estão nos devorando, mas, antes de tudo isso e de contínuo, pede esperança, liderança que inspire esperança.
Ou nos reduziremos ao desespero, filho primogênito da ansiedade, irmão da falta de rumo e da morte.
Em todo o Brasil há gente semeando boas ações. Precisamos nos inspirar nessas ações e pessoas.
Aprendi e valorizo profundamente o provérbio: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, dele provém as fontes da vida.
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