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Sobre encantos

Às vezes não falta a capacidade se significar e, então, conceituamos com o que não nos detemos a compreender. Até que os mistérios existência nos suspiram à nuca e em êxtase nos sentimos como que, sob algum encanto.

Encanto.
Aquela coisa que delicia, seduz, fascina, enfeitiça, cativa e transforma um ser em outro e faz deleitar a alma em novo brilho, para além do seu habitual.

Mas, e como se dá o encanto? 
As coisas e momentos mais inusitados possíveis. Na verdade, não se pode determinar o encanto em fórmulas. Não é possível pré-concebê-lo, dado que ele é fruto do mistério e do sobrenatural.

A sua manifestação, todavia, p
ode ser uma palavra, um toque daqueles tão suaves e leves que dá tempo apenas à traquinagem de um suspiro, num arrendamento de alma imperceptível a quem não o viveu. Pode ser um gesto, ou a manifestação de afeto ou, os caminhos misteriosos de uma voz.

A voz.

E o encanto invade os cantos não imaginados da alma, despertando-a, conectando-a a mundo tão profundos, profusos, quanto o melhor das melhores mentes pode produzir. E o encanto afaga espíritos e eleva a uma dimensão ímpar, onde habitam a paz e a inquietação, a esperança e a razão, o amor que se espalha e espelha em perguntas.

De quantos encantos a nossa alma precisa para sorrir?

Quais encantos tem ocupados os escuros cantos dos nossos sentimentos?

Que encantos são suficientes para dissipar nossos medos?

Com quantos encantos contaremos para nos fazermos livres?

E quando o encanto dos preconceitos nos abrirá os olhos para a visão que ultrapassa as montanhas da tradição e deixa mais leves?

E a voz, encanto que guia, até na noite mais densa, nos apontará o alvorecer.

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