Conforme os dias passam só posso dizer que aquele tal livro Sagrado para os cristãos (e eu tento ser uma, portanto, sagrado para mim) é o mais importante que já li na minha vida. Ele é um tanto maluco, sanguinário, misterioso, controverso e por isso, tantas vezes incompreensível, mas ainda não encontrei nenhum outro para substitui-lo na minha cabeceira. Ele me conserta e desconserta; me constrói e desconstrói; me acalma, tanto quanto me desespera; planta e rega as mais absurd as esperanças no meu coração e quase na mesma medida, muitas vezes, me diz que é tudo um sopro sem controle, e isso me assombra. O livro. Ele me vira do avesso e quando penso que estou aprendendo me prova que ainda não sei nada. Ele expõe as minhas vaidades, medos, mentiras, hipocrisias e todas as minhas facções interiores - essas minhas guerras incontidas, que extrapolam a geografia da minha alma e se esvaem por meus olhos, lábios, poros, gesto, em reações tão concretas que se firmam ante minhas