Às vésperas do tal 499º aniversário da Reforma Protestante, talvez nos grite com muita força hoje a necessidade de pensarmos sobre essa palavra - REFORMA - o seu poder e o seu significado.
- Quando a nossa teologia está distante dos gritos da alma humana; quando a nossa teologia não consegue mais dialogar com os guetos, os becos, as vielas, as ruas, as demandas sociais, a inquietação da nossa existência, o nosso sentido espiritual de ser gente; quando a nossa teologia não nos prova a pensar, enxergar e a assumir responsabilidade com o sistema de vida no qual existimos como parte, alguma coisa está estranha. Muito estranha.
Não é a Escritura, assim creio, que se fez incompleta nos seus princípios e, portanto, insuficiente para as demandas da humanidade. Mas, a estratagema teológica do distanciamento, da comunicação academicista, do discurso ao invés do diálogo, da vedação aos questionamentos e às dúvidas, da literalidade textual e desprezo de valor do Cristo, pessoa inspiradora da letra - que tem provocado o êxodo da vida comunitária que a Reforma, talvez não como posta naquele momento em 1517, devesse desenhar em nós e no nosso mundo.
Sem os apetrechos teológicos, que não os tenho e sem desprezá-los, o que a Reforma pode nos provocar, HOJE e AGORA - quando a Terra está em transe, quando o mundo protestante ou cristão evangélico parece embriagado de si, sob pesado efeito de alucinógeno, rodopiando em torno de teorias e tonto se tem à frente as mais simples necessidades das práticas elementares postuladas no Evangelho, fazendo aqui um recorte singelo apenas quanto ao que foi apresentado no Sermão do Monte?
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