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Mostrando postagens com o rótulo Sociedade

METANOIA - a complexidade de um caminho possível

É muito difícil lucidez no meio de um incêndio. Sei lá, missão dura e quase impossível, talvez.   Certo é, porém, loucura absoluta jogar gasolina no fogo. Ela pode ser palavras ou atitudes, ou ambas. A seara na qual nos estamos (ou deveríamos estar) propondo atuar, desde o “menorzinho” ao mais gabaritado em cultura intelectual e política, tem sua gradação e valor contributivo para o bem ou para mal, nessa confusão que nos assenhora, e precisamos ter muita responsabilidade nisso. A responsabilidade da introspecção, da oposição e da posição. SEMPRE e alicerçada no esforço pelo alinhamento do discurso à prática. Penso que isso nos ajudará a não ficarmos na reação epidérmica, apenas. Essa, claro, natural, aceitável que ocorra, inadmissível, porém, que se faça nossa patrona. Introspecção em estado de silêncio, por um pouco que seja (ou tempo necessário). É preciso ouvir a razão, ouvir a emoção e depois mergulhar no exercício de equacioná-las. Oposição ao que está posto, sal

Uma nova cultura política como legado

As movimentações recentes no calendário político-policial nacional revelam um quadro que nos sinaliza o tamanho da responsabilidade da REDE e de todas as forças políticas decentes desse país. Essa responsabilidade, penso, é muito maior e mais significativa na medida em que os caminhos menos dolorosos são as nossas primeiras opções quando estamos sob pressão. E TODOS - do brasileiro mais simples ao maior agente político desse país, tendo ou não reserva moral - estamos sob intensa pressão. E assim, claro, é menos doloroso encarar "as soluções" habituais, que podem se travestir na polarização e que nos forçam, na ânsia por resposta rápida, à junção com outras forças políticas quaisquer, apenas para falar algo, ainda que não se tenha nada efetivamente a dizer, quando o que cabe é refletir. Pode ser este o caminho? É sempre uma opção. Apenas, muito privadamente vejo nessa opção, uma busca por achar um novo salvador da pátria que nos livre da nossa desgraça maior de não sabe

Cultivando Cidadania

O triste é que quem toca a música das grandes marchas (essa, aquela e aquela outra) o fazem por nada mais que "agora eu quero a caneta do poder" e só. E vamos, saltitantes, todos marchantes a caminho do estádio para só mais um FLA x FLU de cartas marcadas pelo sangue dos corpos que caem nas favelas, especialmente do menino preto e, daquele índio, sem noves fora no balanço do campo; pelo suor que tempera no rosto e no coração do trabalhador, o desencanto; e vão, os nossos uivos  apressados, sem reflexão, abafando o grito de mais uma mulher que cai, e da outra menina que vai perder a inocência, vendida; e vamos, marchantes na ignorância que cega, rouba, decepa o empoderamento e degola o cidadão e o joga ao canto, ao chão. E a onda vai, vai e quebra nos muros da nossa disputa de verde e amarelo e vermelho e nada mais. Um jogo de um time só e a estrábica platéia vê dois, mas é só um. Só. Bandeiras de uma guerra que não existe. Punhos fechados. Gritos. Panelas.

Tempos lamentáveis, os atuais

Não, eu não apoio em nenhuma vírgula a Presidente Dilma e o seu (des) Governo. No entanto, não fico nenhum pouco feliz com o impeachment dela. Não por ela, pelo Brasil. Não que o impedimento não deva acontecer, é pela tristeza profunda de chegarmos a esse ponto, é pelo asco que sinto desse partido, o PMDB, posando de boa política quando todos sabemos que sob as suas sombras repousam as piores raposas da política nacional e, registre-se que, tal qual quase TODOS os demais part idos dessa república menina em frangalhos, há gente boa no meio daquela corja (só não entendo como conseguem). Menos de 30 anos de democracia - alijada, violada, patinante, vacilante, doente, largada aos lobos, e cá estamos nós, nesse fosso que parece não ter fim; de onde parece não ser possível controlar o mal odor que exara da Casa Pública maior e do Palácio Presidencial. Que dor, que dor ver o Brasil assim, mergulhado nesse excremento e desfilando como se apenas trocar a roupa resolvesse o que nos f

A vez e a hora dos pão duros e dos curiosos

Heliana Kátia Tavares Campos (*) Jane Maria Vilas Boas (**) O mundo dá voltas e muitas vezes o que é apreciado e valorizado em uma determinada época, pode se tornar atrasado e obsoleto em outra. O uso de produtos descartáveis vistos como facilitadores da vida moderna pode ser considerado hoje um dos vilões da poluição ambiental. A aquisição de bens e produtos em quantidade, que já foi uma qualidade, hoje passa a ser questionada por diversos segmentos sociais e culturais. O consumo desenfreado passou a ser visto como causador de diferentes impactos ambientais e sociais pela Agenda 21 Global, assinada no Rio 92 e é preocupação que se faz presente nas agendas de sustentabilidade desde então. Buscou-se a partir daí promover a conscientização para o Consumo Sustentável que não só significa consumir menos, como também buscar informações sobre a origem do produto, bem como sobre o modelo produtivo utilizado. Consumir com mais critério, implica em acond

Meu ideal político

Ao meu ideal político, de pronto acrescentei quando tomei conhecimento, o " vamos trabalhar para abrir o código da política" e o "vamos hackear a política". Fico muito animada quando vejo que isso não morreu no nascedouro e exatamente por isso ouso fazer um apelo a todos aqueles que ainda não desistiram da Política e a acreditam uma ferramenta de construção e transformação social e. especialmente aos meus companheiros de luta político-partidária na Rede, aos meus companheiros de ideais sociais, que assim façamos: ABRAMOS OS CÓDIGOS DA POLÍTICA QUE ESTAMOS CONSTRUINDO. Na gestão executiva dos governos que compomos, c om a óbvia ética da res publica , a necessária transparência plena - que gera confiabilidade e educa -, a inovação, as soluções criativas para os problemas crônicos da administração pública, o combate ao pensamento anacrônico fantasiado de avanço. Nas casas legislativas - onde assumimos a representação da sociedade pelos pleitos coletivos e

Como é a vida de quem passa o mês com R$ 154 no Distrito Federal

A realidade nua e crua. E ali a nossa malfadada forma de organizar o mundo dói muito mais. E ali, naqueles esgotos, como os dejetos que por eles escorrem, também escorrem a céu aberto, mas como se ninguém visse, sonhos, esperança, vidas ... a infância. E ali, não tão longe de nós, estão os nossos irmãos, filhos da mesma terra, de quem porém não nos lembramos, sequer percebemos, até que o solapo da violência que lhes impomos vem na mesma proporção e força sobre nós. Aí, finalmente os avistamos e concluímos: eis a desgraça das nossas boas vidas, os miseráveis de bolso, sem nos percebermos, claro, miseráveis de almas, espíritos acorrentados à cretinice do individualismo como religião libertadora dos mortais e, trancafiados na masmorra da boçalidade da ganância, minguamos nós. ------------ Como é a vida de quem passa o mês com R$ 154 no Distrito Federal Estudo mostra que habitações precárias, dependência infantil e defasagem educacional são os maiores problemas enf

Mais um dia triste para o Brasil.

Mais um dia triste para o Brasil. Compreendo a sociedade como um todo e o seu insano apoio ao encarceramento dos adolescentes achando que isso resolverá a questão da segurança pública no país. Compreendo, por saber quão baixo é o nosso nível de educação cidadã e outras coisinhas mais e más. Não concordo. Agora, ao fazer um recorte da sociedade considerando o povo que se declara cristão, em especial os evangélicos - grupo do qual confesso, me arrastando e ainda não sabendo c omo, faço parte, está aí uma pesada afronta à fé cristã. Incoerência, inconsistência, pregação evangélica vazia, espasmo de espiritualidade. Na boa, sei que não serei compreendida e acho que já estou quase vencendo essa fase de querer ser compreendida, mas é cansativo isso, viu? Esse evangelho do desamor, da irresponsabilidade com o mundo e com o próximo, da confissão de fé apenas em palavras gritadas cada vez mais altas e abafadas com cada vez mais força e velocidade pela inconsistência de atos e a pratica

Qual é a preocupação, afinal?

A preocupação não é sanear as contas públicas, ou batalhar pelo mínimo de decência na gestão pública, ou implementar um regime de aprofundamento da transparência, ou trabalhar pelo desenvolvimento de uma nova cultura política no país. Não, nada disso interessa. O importante mesmo é a disputa de quem roubou mais, se FHC e sua trupe ou Lula e sua trupe. Isso sim é importante para o Brasil, não fechar a torneira. O importante é esse clima de futebol de várzea, não discutir que  o rumo foi perdido. Não é importante assumir a culpa no cartório, basta se agachar sob a nuvem pesada e escura da fuligem dos destroços da má gestão, descompromisso e irresponsabilidade com o país e esperar um tempo mais, pois as brigas insanas tem o poder de distrair e rápido dissipam o interesse pelo está por trás delas e a praça se esvazia para que tudo volte ao normal. Assim caminhamos nós, presos da subcultura do individualismo, da desimportância pelo que é de todos, das sub-construções do se dar bem a q

Volver! Volver! Volver!

Estão matando os nossos jovens. Estão dizimando as nossas crianças. E os que sobrevivem a esse choque de loucura por poder e ganância, seguem se arrastando pela estrada da desesperança. Então, munidos de rancor e mágoa,   refazem-se em ódio pela violência sofrida e agora retribuída, numa reação de equação matemática simples, de mesmo peso e mesma medida multiplicadas pela vida perdida. E nós queremos exigir-lhes boas lembranças e cuidado com a vida? Que vida lhes demos? Que lembranças lhes semeamos? Que respeito lhes oferecemos? Que dignidade lhes propusemos? Chega!   Não dá para prosseguir assim, condenando os nossos pequenos, minando sonhos, desprezando a esperança. Volver! Volver! Volver! É a ordem imediata. É a resposta mais sensata. Se não queremos definitivamente nos perder. Volver! Volver! Volver! Valores precisam ser revistos. Ou ninguém mais irá sobreviver!

#ReduçãoNãoÉSolução!

Dia 30? Estarei lá, na rua ... porque problemas crônicos e questões complexas não são resolvidos assim, como se está querendo fazer, é preciso chamar a sociedade para o debate, é preciso olhar a fundo para tudo o que envolve a proposta e aquilo que está posto e não recebeu a atenção devida em 25 anos de ECA. Não é 'reduz ou não reduz' simples assim por isso é preciso por fim a essa corrida de resolver problemas sociais sem integração da sociedade, sem pô-la no centro do debate. ‪#‎ ReduçãoNãoÉSolução‬ Vamos avançar socialmente, minha gente! Linda campanha uruguaia e mudança de opinião a partir de um novo olhar! Somos capazes? Tentemos!   Emoticon wink ---- A lição uruguaia e o nascimento da geração desarmada Dois terços dos uruguaios eram a favor da redução da maioridade penal. Em outubro do ano passado, houve um referendo naquele país sobre o tema. 53% contra a redução, 47% a favor. O que aconteceu? Como as pessoas no Uruguai mudaram de

Se...um

Estando vivo hoje o Pastor Martin Luther King, sim, ele era pastor, a que marcha ele iria? Pulando num trio gritando "Deus é fiel", estendendo as mãos em "atos proféticos" sobre a cidade ou chamaria uma marcha por direitos, educação, contra a redução da maioridade penal e estenderia a mão para acudir o oprimido, cumprindo as profecias desde sempre sobre a terra e mostrando eu quero ser fiel como é Deus? Tenho cá com os meus botões que o Pastor Luther King, no próximo domin go, teria como tema do seu sermão uma poderosa exortação para que a Igreja estivesse terça - feira na frente do Congresso exigindo mais educação, menos prisão, assumindo-se pela vida e contra a redução e ele, o pastor Martin, estaria batendo na porta dos gabinetes dos deputados exigindo respeito à Carta Constitucional e na hora da votação, bem capaz estivesse na galeria da Câmara ou no gramado da Esplanada com um megafone bramando pelas causas da justiça.  --- Ps: eu já fiz marchas e mi

Sobre liberdade

É muito chato quando a gente usa uma liberdade que não tem. É uma coisa profundamente vergonhosa. Outro dia eu usei, no trabalho, uma liberdade que não tinha - pelo menos não naquele contexto e momento - e quando a minha chefe me deu um risinho de reprovação bem discreto. eu quis me enfiar debaixo da mesa, fiquei profundamente envergonhada. Ainda bem que me toquei. Sabe uma liberdade que o Cristo não nos deu? Condenar os "pecados sexuais" dos outros. Embora Ele nos tenha dado, por exemplo, a liberdade de "condenar" os desvios de caráter dos corruptos. Sim, porque a corrupção é desvio de caráter, quase sempre. Enfim... À mulher pega em flagrante adultério Ele disse "filha, deixa o meu amor te tocar, deixa eu te amar...vai...e nesse amor siga em paz o teu caminho,...siga o caminho do meu amor". Aos corruptos do templo, que zombavam da fé do povo e corrompiam aquele culto, ele puxou o chicote e saiu quebrando tudo. A gente diria, "nervosinh

Sobre facas, facadas, sangue, vingança e demonização

E se invertêssemos a lógica operandi e demonizássemos a nossa irresponsabilidade social e descompromisso ético e político com o nosso país? É fato quase certo, enfim, tomaríamos perfeita ciência de que nos pesa repensar valores e preços e assumir uma nova postura no firme propósito de construir a cidade e o país que desejamos aos berros e desprezamos em ações cotidianas. O que não nos despertou a fazer a imperiosa necessidade do exercício diário da generosidade, da solidariedade, do espírito coletivo, da justiça, da equidade, as facas, facadas, o sangue e a vingança nos impõem hoje, mais uma vez. Mas a quem demonizaremos? Uma manchete. Um mundo de histórias. Um grito. Uma vergonha. "Duas tragédias antes da tragédia 15 passagens pela polícia. A primeira quando tinha 11 anos. O pai, ele só viu duas vezes. A mãe, catadora de latas, foi indiciada por abandoná-lo com fome na rua (...) desistiu dos estudos no sexto ano..." De quem é a conta de tantas tragédias, aque

“Reduzir a Maioridade Penal é Retroceder no Processo de Efetivação de Direitos”

Em meio a tantas ofensivas conservadoras no que diz respeito aos direitos das minorias, das crianças e adolescentes e a discussão no Congresso Nacional sobre uma possível redução da maioridade penal, o Correio da Cidadania conversou com três responsáveis pelo Sefras Cárcere – a coordenadora do projeto, Camila Gibin, a assistente social Aline Dias e o Frei Alex Ferreira – a respeito do trabalho que desenvolvem dentro dos presídios. Na conversa, discutimos questões que permeiam o sistema penal e prisional. O Sefras – Serviço Franciscano de Solidariedade – existe há 15 anos e desde o final de 2011 tem um grupo denominado Sefras Cárcere dentro dos presídios e das unidades da Fundação Casa. Trata-se de uma iniciativa socioeducativa que tem como foco discutir questões da sociedade e temas da atualidade de maneira crítica com os internos. O objetivo principal é criar espaços de convívio com a população presa e desenvolver reflexões e pensamento crítico a respeito dos temas propostos.