Na segunda-feira minha mãe passou mal. Vômitos. Uma vez no hospital, já foi internada, pois o que tinha, na verdade, era um ataque cardíaco. Foi submetida a um cateterismo. Tentativa de angioplastia, sem sucesso. E aguarda, agora, uma ponte de safena para resolver o drástico quadro de entupimento de veias. Desde segunda-feira temos nos revezado no acompanhamento na UTI. Meu plantão é das 20h às 8h, em dias alternados, e em claro, claro, porque seria impossível pregar o olho c om os equipamentos buzinando e o entra e sai de profissionais para fazer medições de rotina e medicações necessárias. Fico aqui, entre um filme, uma leitura e mil pensamentos, tentando acelerar o tempo e, ousando avaliar a fragilidade da nossa existência e como ela se oculta na nossa arrogância da certeza de eternidade, da superiodade e autoridade sobre a vida, quando isso não existe. Nunca existiu. Hoje estamos e em seguida não mais. Em um instante, tão donos de nós e de todos, no instante depois, com