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SOBRE SILÊNCIOS

Não faz muito tempo fiquei realmente impressionada ao me dar conta de que tinha ficado quase 72 horas sem dar uma única palavra com ninguém. Nem aquele áudio insuportável via Whatsapp.
Sou um paradoxo nessas coisas porque sou tagarela em assuntos do meu interesse, capaz de conversar sobre um leque de assuntos até interessantes, sem passar vergonha. Também sou uma boa oradora. Brinco que se tiver um pouquinho de conhecimento do assunto enrolo bem e, em alguns temas até me passo por sabichona. Sou mega ativa em algumas plataformas digitais. Todavia, adoro o silêncio e casa vazia por causa dele, o silêncio.
Gosto de observar pessoas. Gosto de me dedicar às pessoas. Mas não abro mão do silêncio.
Há pouquíssimas pessoas com as quais eu me percebo quase espontaneamente conversadeira. Menos ainda aquelas ao lado das quais o silêncio não incomoda a mim, nem a elas. Isso diz sobre mim e sobre o mundo. E ainda não tenho clareza do que exatamente.
Claro está, para mim, da necessidade que temos de entender o silêncio, sua importância e seus significados. Também está claro sobre o quanto precisamos nos exercitar em respeitar o silêncio das pessoas e que ficar quieta e calada não significa estar mal, carente, deprimida.
O silêncio é olhar para dentro e ouvir melhor tudo o que nos compõe ou fuga?
O silêncio é introspecção necessária ou desprezo ao outro?
O silêncio é força interior ou medo?
O silêncio é necessidade ou devaneio?
Numa era de muitas palavras ditas sem preocupação de sentido, o silêncio, muitas vezes, poderá ser a mais eloqüente e necessária das vozes.

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