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Como é que faz pra sair da ilha?

Dá uma olhada nesse visual. É bonito, não é? É como diz a canção "(...) quem sobe só para regular antena, reforça a ponte de safena". Pois bem, Senhoras e Senhores, a ponte NÃO PODE continuar a ser somente "para atravessar (...) num vai e vem", cedinho, ainda escuro, tentando-se chegar aos casarões dos poderosos (mesmo aqueles que recebem o nome de públicos); e depois, já à noite, o vai e vem se restringe ao percorrer escuro do cansaço. Não, a ponte NÃO É SOMENTE PARA ATRAVESSAR. A ponte, Senhoras e Senhores, PRECISA ser, essencialmente, para acesso livre ao patrimônio natural da nossa cidade, em seu símbolo grandioso, a ORLA DO LAGO PARANOÁ, onde ali, Senhoras e Senhores, sob sombras se fazem latifúndios no espaço público, no patrimônio natural, na área de preservação ambiental ou, simplesmente, na área verde de toda a sociedade brasileira, e nós, sociedade, calados, sentenciados a somente atravessar, "caminhar sobre as águas desse momento&quo

Brasília está de luto, um menino de 11 anos morreu

Na manhã desse domingo uma criança de 11 anos foi encontrada amarrada e carbonizada em uma região da Santa Luzia, na Cidade Estrutural. Diante de algo tão cruel e violento precisamos refletir no tipo de cuidado e atenção que damos as nossas crianças e nos níveis de barbárie que temos estabelecido nas nossas relações sociais. Uma criança é sempre responsabilidade de toda a sociedade e não apenas de seus familiares. Brasília perde e deveria amanhecer de luto. Todos precisam saber que um menino morreu queimado e que isso é responsabilidade de todos nós. Que isso é um absurdo e deve paralisar nossas rotinas e nos fazer refletir nas escolhas que temos feito enquanto sociedade. Na segunda-feira em todas as escolas e em todos os espaços de trabalho e atividades coletivas deveria haver um minuto de silêncio e homenagens a esse menino desconhecido, mas que se torna tão presente em nossas vidas pela tristeza que nos causa saber que morreu tão cedo e de forma tão cruel. Esse men

O autoritarismo silenciando a autoridade dos bons gestos

Autoridade e Autotarismo. A raiz é a mesma. O desenvolver dos significados diversos. Intensos. Os tempos nos impõem urgente necessidade crítica sobre a que  palavras desejamos dar significado às nossas ações, militância, processos - dos mais simples no cotidiano aos mais complexos embates das negociações políticas e sociais. Autoridade se faz pelo que somos em consonância com que falamos e fazemos. No autoritarismo, ao contrário, há vezes em que até faz. Normalmente, porém, é apenas uma fala desacompanhada do tornar-se. Portanto, somente um manifesto palavresco sem sentido,  um distanciamento do diálogo e por isso mesmo, uma posição de imposição aos gritos ou ao silêncio tão violento quanto o falar sob embate. Um ciclo de desinteresse nos processos e cego enfoque no resultado de poder. Por vezes nós agimos assim, sem nos percebermos prisioneiros do que nos dizemos combater. É o vício do comportamento preponderante da nossa sociedade, em velada disputa por todos os at

Os ensinos da floresta

Marina Silva repete bastante, e nos seria valioso aprender, que não falta tecnologia, dinheiro, etc. Falta ética. Aproveito e abro um parêntese para repetir, também o que tenho ouvido bastante da Jane Maria Vilas Bôas,Presidente do IBRAM, aos servidores daquele órgão, sobre o quanto é fundamental para ter a sociedade aliada, a inclusão, o que é expresso no vídeo que segue logo abaixo. Quando a ética do cuidado e os processos de inclusão começarem a compor nosso arcabouço comportamental e moral é bem possível que consigamos evoluir e dar passos mais largos na sustentabilidade para além do discurso. Ética do cuidado como processo regenerativo da sociedade. Inclusão nos processos , na responsabilização por aquilo que é de todos, a partir da consciência de que todos podem ser capazes de preservar e melhorar os sistemas dos quais fazem parte. Isso é revolução. Isso pode nos levar a construir uma sociedade mais justa e sustentável. Isso dá trabalho e nos exige e

Interessante é

Interessante é como a todo instante que nos deparamos com a questão Deus e a nossa relação com ele. A primeira reação é colocá-lo distante, um ser incomunicável, frio e que assim deseja manter-se em relação a nós, numa incompreensível relação de autoritarismo em que ele fala e não entendemos e tudo bem. O mais crítico (e bom) disso tudo é que, a bem da verdade, a verdade não é essa. Ele sente falta de conversar intimamente conosco, do rico diálogo do Éden todos os dias e, por isso, Ele nos ensina a COMUNHÃO, a expressão daquela capacidade de diálogo, perdida lá atrás quando julgamos por liberdade o distanciamento, o isolamento, o individualismo ou, a sua materialização mais vil, simplesmente a apatia e concordância tácita com o que nos é apresentado sem nos permitir ao exercício do questionamento sob a desculpa de que isso nos aparta do Criador, quando desprezar as perguntas é justamente romper a comunhão. O criador sonha e festeja todas as vezes exercemos a soberania da intel

O ponto da virada?

O ponto da virada. Este é o nome de um livro de Malcolm Gladwell que me foi emprestado por uma amiga (e até hoje não devolvi porque acabou virando um livro de cabeceira), ao qual recorro frequentemente para lembrar de não perder a perspectiva da esperança. Então, de repente me vejo tentando olhar o Brasil para além de um pouco mais do pouco que o conheço, e perguntando se não seria este o momento do nosso ponto de virada. De um lado sou completamente incrédula quanto a isso, uma vez que considero a virada possível, somente a partir de um escopo de consciência de responsabilidade, o que se adquire com o manto da educação para a cidadania, e nisso repousa uma das nossas grandes deficiências - quando nem mesmo aqueles que tem acesso a boas escolas (para terem condições de boas escolhas) tem assim assegurada uma formação cidadã. De outro lado porém, sei que há muitos processos no contexto da individualidade que recebem um tal empurrão para a transformação, justamente no esta

É assim que eu congrego

Confesso, sinceramente, faço esforço para voltar a me encaixar no sistema religioso tal como fiz a vida inteira. Aquele do tipo congregar várias vezes na semana, cantar músicas "espirituais", chorar, ler a Bíblia com outras pessoas e orar com elas e aí me vejo asfixiando como um peixe fora d'água. É estranho. Sinto falta das pessoas e careço de oração que me fortaleça a fé para as lutas diárias, que me mantenha consciente de quem eu sou e de quem eu não sou. Mas cada vez menos, consigo enxergar possibilidade de me encaixar em reuniões num templo, dentro de um processo litúrgico normal. Não, não tem nada a ver com a liturgia e não querê-la, até porque a minha construção pessoal me faz aderir muito facilmente a determinadas formalidades. A questão é outra e tem a ver com compreensão das coisas, sentido de existência, significado de vocação e exercício dela. Decidi-me "romper" para me perder com o anseio de me achar, faz pouco mais de dois anos.