E o meu domingo cinzento chegou barulhento. Eram conversas, às dezenas, disputando na minha mente a atenção dos meus pensamentos. Perguntas, ilações, desejos, gargalhadas, lembranças de lágrimas e palavras não ditas, sentimentos não expressos. Uma corrida dentro de mim. Ladeira abaixo, morro acima num fôlego só. Ri de mim. E se todas as vozes que nos habitam, no lugar da disputa por atenção confundindo nossa alma, fossem harmonizadas em coro uníssono? Há suas vantagens. Talvez conseguíssemos nos ouvir melhor e a tarefa do discernimento se fizesse menos sofrida. De outro modo, talvez a pressa do vício cômodo do conforto e menor esforço, enfrentamento às dores nos precitassem à escolha de formação de um coro, não exatamente no tom de que necessitaa nossa alma para o momento. Se a vida não é massa de momento único, mas momentos tão diversos, ou ainda mais que estas conversas os habitam, talvez o que precisemos mesmo é experienciar sem culpa, sem medo, sem pres...