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Sobre liberança política e partidária

Formar e revelar quadros políticos para apresentarem ideias, propostas e caminhos, alternativas e soluções aos principais dilemas da sociedade, deveria ser dos principais papéis dos partidos. Já não é. Faz tempo. Especialmente nos partidos progressistas. Há algo muito errado nisso, sério e precisa ser problematizado. As direções partidárias deveriam se questionar sobre o que há quando precisam, necessariamente, recorrer aos seus anciãos para disputas eleitorais ou não elegem. Precisam fazer profundo diagnóstico das razões de suas instâncias estarem sempre ocupadas pelos mesmos rostos e as mesmas assinaturas definindo o que pensar e fazer dos partidos partidos. Precisam pensar porque se ofendem dirigentes cobrados a que anciãos deem espaço aos jovens e assumam com honra o lugar de anciãos. Não é demérito. Muito ao contrário. E não é desvalor aos velhos que jovens requeiram espaço para errar, inclusive. É também assim que se aprende. E sobre erros, aliás, é preciso que jovens tenham os s

Responsabilidade Política com o DF

Quando a gente se apresenta para fazer política, independente do lugar ou função ocupada, é preciso manter firme compromisso com o espírtio de serviço. O passo seguinte e consequente é o exercício do diálogo, a busca por convergência, o fazer coletivo e a colaboração. Nenhum partido ou liderança política é capaz de promover sozinha as mudanças que a nossa sociedade precisa. Em canto algum. Pensar-se a atuar à parte, isolado, às escondidas é sinal de fraqueza e prepotência. É, também, caminho à tirania que se arroga plena de poderes para ditar regras, desfazer construções e decidir destinos com o poder personlístico desenhado às sombras dos pequenos grupos. Não sou AS da política, muito ao contrário. Mas tenho aprendido a cada dia que ou atuamos e construímos com máxima transparência e disposição real à partilha de autoria e busca por convergências, ou seguiremos dragados pela violência política, o autoritarismo, a distorção dos valores da política a serviço do comum. O Diat

A gradiosidade da política está em distribuir poder

A grandiosidade da política está em distribuir poder Política grandiosa em capacidade transformadora só se faz a partir de alguns princípios elementares: Escuta ativa;  Diálogo efetivo; Transparência radical; Participação ampla; Experimentação. Isso distribui poder. Isso faz a política potente e grandiosa.  Fora disso a política é medíocre. Toda vez que um grupo ou organização partidária se furta ao exercício profundo desses princípios acaba por se fechar, mergulhando em uma lógica reducionista de centralização e na mediocridade das disputas de pequenos poderes. A ação política, então, fica estreita e frágil. As pessoas e grupos que a fazem podem até gritar, mas nada dirão. A potência da palavra não se traduzirá em construção. O que resta é política da espécie ensimesmada, distante das pessoas, da diversidade, pluralidade e da potência das múltiplas vozes que podem sim, ser uníssonas sem perder a potência vocal individual. Todos os dias, em todos os espaços de que participo

Um abraço verde

Daqui vejo o mundo como um abraço verde e essa sombra é aconchego e proteção. Daqui vejo o balanço de galhos, folhas dançando ao sopro do vento e vagar de pássaros, macaquinhos. Distração, curiosidade. Alívio à alma. Daqui observo as chuvas, o correr de suas águas, seus caminhos, escadas lavadas, terreno outro dia seco agora verdinho vibrante. Vida. Daqui vejo o sol pelas frestas das árvores quando dão um passe especial a um ou outro lado no baile do vento. Deslumbre. Daqui choro quando triste, quando alegre, quando cansada. E rio. De mim, dos outros, da vida e todos os seus devaneios. Instantes. Daqui sonho, faço planos, rascunho cada um deles, escrevo e descrevo meu mundo desejado e aquele do qual me livro. Reconstrução. Daqui observo longe olhando a jornada das formigas e me impactando com a forma da existência delas. Aprendizado. Daqui recebo cura. Ah, quanta cura daqui vivi. Abraços nos dias doloridos - quando houve perda, quando a alma esteve doída, ansiosa, teimosa em errar, em

Democratizar a democracia, um desafio urgente!

Hoje é o Dia Internacional da Democracia. A data foi instituída pela ONU com o objetivo de dar mais visibilidade às necessidades de processos de desenvolvimento baseados no  respeito aos direitos humanos e nas liberdades fundamentais, promovendo democratização dos espaços dos poderes públicos e nas relações da sociedade.  Ao definir a data comemorativa a ONU reafirmou que a “ democracia é um valor universal  baseado na vontade, expressa livremente pelo povo, de determinar o seu próprio sistema político, econômico, social e cultural, bem como na sua plena participação em todos os aspectos da vida.”  Segundo o  Índice da Democracia – que se propõe a avaliar o estado da democracia em 167 países a partir de cinco categorias gerais, a saber: Processo eleitoral e pluralismo Liberdades civis Funcionamento do governo Participação política Cultura política  Ao invés do avanço consistente da democracia, nos últimos anos temos visto por todo o mundo uma crescente de movimentos que andam na contra

A aridez dos dias pode trazer lições capazes de mudar o curso dos nossos dias

Quem vive, conhece ou já esteve no Distrito Federal por essa época do ano sabe o peso de cada dia (e noite). Severidade talvez seja a palavra mais adequada. Sob o sol extenuante e a seca terrível, o ar parece cada vez mais rarefeito. Olhos ardem, lábios racham, alguns narizes sangram com frequência. E somos sempre premiadas com o mistério da vida que salta na aridez desse tempo. Não consigo passar sem perceber alguns desses detalhes que, para mim, são ensinamentos muito claramente sendo postos ante os nossos olhos. Há vida que não sucumbe ao desfavor. Há vida que rasga a terra e floresce justamente daquela terra mais seca e no tempo mais adverso. Há vida que não se contém sob solo rochoso quando seu tempo chega. "Alma cansada, não desespera, espera". Mas, é preciso, talvez, discernir as esperas. Aquela de aquietar, aguardar os tempos em silêncio, simplesmente sob a expectação de que o compasso da História, das histórias se cumpram.  Ou aquela de manter-se em equil

Deus está morto

Esse deus celebrado acima de todos é mentira. Ele não existe. E se ele existe, então ele é mentiroso e não deve ser celebrado ou cultuado. Afinal, foi ele quem disse: O MEU REINO ESTÁ DENTRO DE VOCÊS. A MINHA DINVINDADE SE DÁ NO ENCONTRO DE VOCÊS.  Esse deus grandioso, posto em trono e autoridade suprema que esmaga e faz morrer quem não se submete a ele; que aciona os nossos monstros interiores e explode em ódio, devastação e promoção à morte é UMA MENTIRA. Ou seja, esse DEUS NÃO EXISTE e a palavra a ele atribuída é vazia.  Um deus que não gera consciência e conexão profunda entre os viventes e interdependência e, portanto, necessidade básica de cuidado (auto e mútuo cuidado), traduzindo-se em chorar com os que choram, alegrar-se com os que se alegram, partilhar como premissa existencial e profundo compromisso por se desenvolver naquilo contra o que não há lei - amor, compaixão, fraternidade e seus frutos - então, deus não está em você porque ele não existe. Simplesmente po