Daqui vejo o balanço de galhos, folhas dançando ao sopro do vento e vagar de pássaros, macaquinhos. Distração, curiosidade. Alívio à alma.
Daqui observo as chuvas, o correr de suas águas, seus caminhos, escadas lavadas, terreno outro dia seco agora verdinho vibrante. Vida.
Daqui vejo o sol pelas frestas das árvores quando dão um passe especial a um ou outro lado no baile do vento. Deslumbre.
Daqui choro quando triste, quando alegre, quando cansada. E rio. De mim, dos outros, da vida e todos os seus devaneios. Instantes.
Daqui sonho, faço planos, rascunho cada um deles, escrevo e descrevo meu mundo desejado e aquele do qual me livro. Reconstrução.
Daqui observo longe olhando a jornada das formigas e me impactando com a forma da existência delas. Aprendizado.
Daqui recebo cura. Ah, quanta cura daqui vivi. Abraços nos dias doloridos - quando houve perda, quando a alma esteve doída, ansiosa, teimosa em errar, em querer acertar sob o manto do impossível. Conexão.
Daqui meu corpo balança sob tantos sons.
E vivo a descoberta da beleza, a vida imersa nesse espaço divino, a natureza.
Daqui me emociono. E oro. E agradeço à divina providência que me trouxe até aqui, me deixou aqui, me firmou aqui.
Só agradecer.
Só agradecer.
Comentários
Postar um comentário