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Partidos Políticos: uma outra lógica é possível

A nada saudável lógica de agentes políticos se servindo das estruturas partidárias. Observando noticiário local sobre idas e vindas em alguns partidos vem aquele aperto e tristeza. As escolhas e decisões sobre lugares e construção política, lamentavelmente não se pautam em causa, conexão e alinhamento com o ideal político-partidário, mas tão somente considerando algumas premissas: 1) Quanto um outro partido abre na sua estrutura diretiva para que pessoa a ou b seja a dona da estrutura. Assim mesmo, dona. Literalmente. 2) Cálculo eleitoral pragmático de vantagem direta e objetiva a pessoa a ou b. 3) Garantia financeira exclusiva ou quase a pessoa a ou b. Vejam, depois de 8 anos de vivência e construção partidária já perdi ALGUMAS inocências e aprendi algumas coisas. Então, o cálculo eleitoral precisa sim fazer parte da decisão.  Por exemplo, em tese, você não é um grande nome da política, não nada em dinheiro, não é grande representante de classe ou apadrinhado de alguém &qu

Acreditar é um ato

Em 2011 vi um filme chamado 'O impostor'. Eu passava por uma crise e me vi, em muitos momentos, na pele do protagonista. Ele num caminho de drogas. Eu num caminho de concepções religiosas vazias. Outras drogas. O ápice esteve (para mim) em uma frase: ACREDITAR É UM ATO. Aquilo me marcou e orientou buscar o sentido perdido do que eu era e fazia. A frase ainda me orienta. Todos os dias, intencionalmente eu a busco para me lembrar das práticas que devo cultivar. Se acredito no que digo acreditar, isso me disciplina a não perder de vista o desafio da coerência entre fala e fazer. Isso me convida a não esquecer que acreditar também é (ou sobretudo é) esperançar. Assim, mesmo quando muito indignada com as dezenas de sandices da política, por exemplo, faço especial esforço para me manter com esperança, para comunicar esperança, para praticar esperança. Eu não acredito nas palavras como mantras reducionistas que trazem o além à existência do nada. Mas credito às palavras poderes proces

Quando os gritos silenciam o diálogo, o que sobra?

Diz o livro sagrado dos cristãos, que todos os dias o Eterno tinha um encontro marcado com a sua criação na viração do dia. E assim, sob o largo emblema do pôr-do-sol, dialogavam. Talvez tenha surgido aí a designação da hora feliz ou o saudável apreço que temos pelo lugar mais sagrado de uma casa: a cozinha, quando à mesa os corações se encontram e um ao outro se entregam às palavras que os conectam. À mesa desfrutamos dos sabores da partilha de refeições temperadas com amor, das bebidas que passam pelo refinamento alquímico do olho no olho honesto que não constrange. Mas à mesa também pode surgir o medo transgredindo a sacralidade da transparência relacional para convencê-la a tomar para si, por vestimenta honrosa, o adorno da culpa.  Foi assim naquela viração do dia, quando as criaturas encerraram o diálogo, se viram nuas e se vestiram de acusação. Aos gritos. Quando leio o relato bíblico, logo ali no terceiro capítulo do Gênesis, sou levada a pensar que o Eterno queria começar uma c

Dores anestesiam ou despertam

Dores profundas anestesiam da outra realidade que não aquela, da dor sentida no instante eterno de dores. Ou desperta uma força inimaginável para superação até mesmo dos doze desafios de Hércules, transformando sentidos, criando outra dinâmica existencial até então não experienciada. Quantas dores residem o Brasil nesta terça-feira de não carnaval jamais imaginada? As milhões de dores inquietas nos olhares das famílias e amigos das já quase 250 mil vidas ceifadas pela Covid. As milhões de dores em rasgos profundos nas almas das mais de 14,1 milhões de pessoas desempregadas, somados ao 5,8 milhões de desalentados. E na esteira dos 32,7 milhões dos descobertos que vagam na informalidade. As milhões de dores perfurantes de estômagos dos mais de 10 milhões de famintos que e esgueiram na selvagem existência de serem despossuídos. Como canta Paulo Nazareth, parece mesmo que a vida, ou o que dela sobra, "anda pela sarjeta, jogada pelo chão." O orçamento público da saúde e da educaçã

// agradecimento // Associação do Parque Ecológico das Sucupiras

N a política há diversos espaços, todos igualmente importantes e necessários para que ela (a política) cumpra seu papel de serviço ao comum, à sociedade. Aqui, tal qual em todo o país, há gente fazendo política de formiguinha - que para mim é a mais potente. Gente que entende sua responsabilidade cidadã e se deixa possuir por uma causa. Em 2015 conheci Fernando De Castro Lopes e Madalena Rodrigues em uma marcha pelo clima, aqui em Brasília. Dali e nos anos seguintes, a partir do meu trabalho e militância, interagi diversas vezes com os dois em decorrência da luta histórica que travam, com outras cidadãs e cidadãos, em defesa do Parque Ecológico das Sucupiras. Sei que já foram muitas as vezes que eles quiseram jogar a toalha, desistir. Afinal, são mais de 20 anos de batalhas contra o poder financeiro e a especulação imobiliária, predatória e destruidora do patrimônio ambiental, bem comum. E há a inércia do poder público feita cúmplice. Eles seguem lá, na luta. Hoje meu dia foi bem c

Partidos não possuem o monopólio da política

A foto é de 2018 e o cartaz original diz que os partidos não são donos do Estado. É verdade. E isso precisa ficar bem claro. É também verdade que PARTIDOS NÃO POSSUEM O MONOPÓLIO DA POLÍTICA. Vamos lá. 1. Os partidos são muito importantes, fundamentais na política. 2. Sou filiada a um partido político e trabalho ardorosamente para construí-lo. É a @redesustentabilidade. Aliás, sou dirigente partidária e compartilho a responsabilidade de porta-voz desse partido aqui no DF (o que corresponde à presidência em outras organizações partidárias). 3. Se a sustentabilidade ética, social, econômica, cultural, estética, política e ambiental diz algo para você, muito provavelmente eu desejarei muito que você construa a REDE conosco. Mas, veja bem, OS PARTIDOS precisam aprender que NÃO POSSUEM O MONOPÓLIO DA POLÍTICA. Os partidos precisam aprender a respeitar o espaço do protagonismo da sociedade e reconhecer seu valor. E mais, os partidos precisam aprender a se colocar a serviço dos núcleos vivos

// política por espasmos, até quando?

Um dos grandes problemas e por vezes desserviços dos fazedores de política à própria política? Vou chamar aqui de POLÍTICA POR ESPASMO. Agentes e partidos políticos só se mexem quando um irresponsável rompe todos os limites de desumanidade. O espasmo é uma contração de proteção do organismo e tem seu lugar na existência. E ele alerta sobre cuidados, medidas urgentes que se desdobram (ou não) em ações estruturais ou de longo prazo. Viver de espasmos pode provocar danos irreparáveis se as causas não forem tratadas. Nos temos habituado à política do contra e esquecido o elementar propositivo que requer pensar, organizar, integrar o diverso, abrir mão de determinados pontos para compor em prol de uma estratégia consistente que se faça capaz de transformar quadros. Bolsonaro faz uma sandice e mergulha nela. Ou não cumpre as suas responsabilidades elementares e só quando uma situação de caos acontece, daquelas que escandaliza o diabo, agentes políticos e partidos se mexem. Espasmo. Tem seu l