Um dos grandes problemas e por vezes desserviços dos fazedores de política à própria política?
Vou chamar aqui de POLÍTICA POR ESPASMO.
Agentes e partidos políticos só se mexem quando um irresponsável rompe todos os limites de desumanidade.
O espasmo é uma contração de proteção do organismo e tem seu lugar na existência. E ele alerta sobre cuidados, medidas urgentes que se desdobram (ou não) em ações estruturais ou de longo prazo.
Viver de espasmos pode provocar danos irreparáveis se as causas não forem tratadas.
Nos temos habituado à política do contra e esquecido o elementar propositivo que requer pensar, organizar, integrar o diverso, abrir mão de determinados pontos para compor em prol de uma estratégia consistente que se faça capaz de transformar quadros.
Bolsonaro faz uma sandice e mergulha nela. Ou não cumpre as suas responsabilidades elementares e só quando uma situação de caos acontece, daquelas que escandaliza o diabo, agentes políticos e partidos se mexem.
Espasmo.
Tem seu lugar e tem que fazer a grita geral mesmo.
E depois? E no paralelo a isso?
Não há inocência nos agentes políticos e partidos quanto a saberem, por exemplo, que uma das formas de buscar efetividade para retirar esse monstro da vida pública reside nas suas bases nos estados.
Logo, seria lógico acreditar que os agentes e partidos políticos que tem tanta disposição para fazer a grita geral acerca das sandices desse monstro que nos governa (e temos que fazer mesmo), também estivessem mergulhados em desarticular suas bases políticas estaduais.
Seria. Só que não.
Vícios de práticas políticas dão ferocidade aos agentes e partidos políticos contra o Bolsonaro ao mesmo tempo que os enjaulam na hora de enfrentar bases políticas no território, na geografia primeira que lhes devia ocupar o pensamento e tomar energia.
Inocência? Creio que não.
Então, o que está por trás desse comportamento atroz?
Precisamos tratar disso com urgência.
Como, ao tempo que nos colocamos à árdua batalha pela democracia na lida com as sandices presidenciais, travaremos aqui no DF a mesma luta para abalar quem o sustenta?
Ao vivermos de espasmos descredibilizamos a política e o valioso espaço institucional dos partidos, bem como a relação deles com a sociedade que se sente usada para controle de espasmos e esquecida porque não nos debruçamos sobre processo transformadores.
Vamos atuar, por espasmos, hoje e amanhã e depois de amanhã, mais uma vez para tentar imprimir algum limite ao Bolsonaro?
Vamos.
E depois?
Voltamos às intrigas, apenas? Aos cálculos eleitorais desprovidos de projetos para o país e para o DF?
É isso mesmo?
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