A nada saudável lógica de agentes políticos se servindo das estruturas partidárias.
Observando noticiário local sobre idas e vindas em alguns partidos vem aquele aperto e tristeza.
As escolhas e decisões sobre lugares e construção política, lamentavelmente não se pautam em causa, conexão e alinhamento com o ideal político-partidário, mas tão somente considerando algumas premissas:
1) Quanto um outro partido abre na sua estrutura diretiva para que pessoa a ou b seja a dona da estrutura. Assim mesmo, dona. Literalmente.
2) Cálculo eleitoral pragmático de vantagem direta e objetiva a pessoa a ou b.
3) Garantia financeira exclusiva ou quase a pessoa a ou b.
Vejam, depois de 8 anos de vivência e construção partidária já perdi ALGUMAS inocências e aprendi algumas coisas.
Então, o cálculo eleitoral precisa sim fazer parte da decisão.
Por exemplo, em tese, você não é um grande nome da política, não nada em dinheiro, não é grande representante de classe ou apadrinhado de alguém "forte", esteja certa(o) que a grande chance de você apenas compor votos para alguém que vai à reeleição ou que tem trajetória mais robusta que a sua é realidade dada.
E daí você pode se decidir mesmo assim ir a determinado partido porque tem alinhamento político, porque tem compromisso coletivo, porque considera válida a experiência.
Quem dera assim se desse. Não é. Quase todas as escolhas são voltadas ao umbigo exclusivamente.
Aliás, há pessoas que respeito profundamente que pensam que é super ok que determinada pessoa decida ir a determinado partido com a garantia de que a Direção Executiva seja dela e seu grupo.
Acho isso uma excrescência.
Sim, eu sei que tem os feudos partidários nao oficiais. Pessoas que mandam e desmandam nas estruturas sem serem presidentes e porta-vozes.
Isso também é uma excrescência e precisa ser combatido.
Voltando. Natural e necessário que os partidos façam busca de lideranças sociais e políticas para que componham seus quadros partidários e suas nominatas. Eu mesma tenho obrigação de fazer isso.
O problema é fazer isso sem critério, sem compromisso com a qualidade da política, mas apenas como parte de um jogo sujo de ocupação de espaços importantes e necessários ao fazer política, os partidos, submetendo-os às vaidades de pessoa a ou b, aos projetos pessoais, ao descompromisso com as construções e espaços coletivos, em desprezo à cooperação.
O resultado?
Descaracterização dos partidos.
Afastamentos dos compromissos fundantes.
Marcha acelerada à desvalorização dos partidos e desprezo ao papel que eles têm na política.
Submissão à perversa lógica de política apenas na disputa eleitoral, com afastamento da vida cotidiana e assim, produções políticas distantes das necessidades das pessoas.
Quando os partidos se submetem a essa lógica apenas se apequenam e dão razão ao desprezo geral que a sociedade lhes confere.
Todo dia o Distrito Federal e tomado por manchetes de mil blogs dizendo das movimentações no tabuleiro.
O triste é que as peças se movem não porque a política lhes pede atuação mais consistente, e no outro espaço isso será possível.
A lógica é se servir da política e das estruturas partidárias para o gozo das vaidades individuais ou de pequenos grupos de poder.
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