Era quarta-feira, como outras tantas na padaria perto de casa. Um pigado, por favor. Com mais café e leite, bem quente. Mais quatro biscoitos de queijo. Meu pedido de todo dia. Enquanto espero...uma mensagem salta no Messenger. "Ádila, sabe de alguma oportunidade de emprego?" Não é a primeira vez a mesma questão me bate à porta. Minha caneta cor de rosa também salta para escorrer sua tinta no primeiro verso de papel que encontro na mochila. Impossível não me ver voltando ao final da década 1990, quando eu tinha a mesma idade do meu amigo da conversa. Muito embora, é preciso afirmar, mesmo em condições severas, as dele são bem mais arrojadas. 1997. Eu morava em Ceilândia. QNM 03. Quem conhece sabe que é barra pesada. Hoje ainda menos que naquela década. Mais de uma vez, ao retornar da escola (CEd 07) me deparava com a rua (conjunto G) fechada pela PATAMO. Ninguém entrava ou saía até que mais uma operação atrás de merla, a droga da quebrada, fosse finalizada. Uma vez te