A política não tem proprietário. Tem construtor, o cidadão. Por isso, creditar à política status de organização partidária e relegá-la às mãos de alguns poucos iluminados tira-nos autonomia e por consequência, autoridade; faz-nos subservientes aos sistemas, quando menos pior, espectadores; dá à representação status e autoridade substitutiva que nunca caberia; afasta-nos dos eixos decisórios da vida comunitária e, no lugar da soberania popular, coloca a burocracia e a briga por pequenos poderes como mandatários. Nos tempos atuais, quando no mundo todo - de norte a sul - ecoam gritos de " vocês não nos representam ", o que mais vemos são instâncias decisórias no Estado, nos Governos e nas organizações partidárias é o sistema se repetindo em autoritarismo, numa quase demência comportamental de quem se tem certeza de propriedade da ágora, da política e do fazer política, ao invés de os entes humanos ou organizativos se lançarem ao exercício crítico dos seus processos