Uma lição dos últimos anos: o poder da narrativa. Uma narrativa enfraqueceu as manifestações de 2013 até silenciá-las. Uma narrativa "derrotou" Marina Silva em 2014. E um monte de narrativas - ora se declarando em oposição uma a outra, ora se beijando feito casal apaixonado em juras de amor eterno, achando que viver uma paixão escondida, sendo o caso de domínio público - tem enlouquecido a mente já pouco sã de todos nós, nos últimos tempos. Que narrativa vamos fazer ou, a que narrativa somaremos voz e faremos coro? O que somos, afinal, depois das turbas que vociferam revolução de um lado, moralização de outro? Somos mesmo, assim, só uma soma muda numa narrativa incoerente, controversa, irresponsável, antidemocrática, autoritária e descontrolada ou coro afinado em melodia e transe sem significado vocal? Somos mesmo, assim, tão incapazes de nos juntarmos num grande processo coletivo de limpeza de ouvidos, olhos e bocas que nos permita começarmos um diál