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O poder da narrativa

Uma lição dos últimos anos: o poder da narrativa.

Uma narrativa enfraqueceu as manifestações de 2013 até silenciá-las.
Uma narrativa "derrotou" Marina Silva em 2014.
E um monte de narrativas - ora se declarando em oposição uma a outra, ora se beijando feito casal apaixonado em juras de amor eterno, achando que viver uma paixão escondida, sendo o caso de domínio público - tem enlouquecido a mente já pouco sã de todos nós, nos últimos tempos.

Que narrativa vamos fazer ou, a que narrativa somaremos voz e faremos coro?

O que somos, afinal, depois das turbas que vociferam revolução de um lado, moralização de outro?

Somos mesmo, assim, só uma soma muda numa narrativa incoerente, controversa, irresponsável, antidemocrática, autoritária e descontrolada ou coro afinado em melodia e transe sem significado vocal?

Somos mesmo, assim, tão incapazes de nos juntarmos num grande processo coletivo de limpeza de ouvidos, olhos e bocas que nos permita começarmos um diálogo que evoque das ruas soberania, na vibração de um povo que deseja veementemente romper com os grilhões da cidadania manietada?

Somos mesmo, assim, tão fracos a ponto de termos que confiar a concepção e definição do nosso cotidiano a quem se aduna de narrativas criadas em laboratórios de marketing e seus mercados de interesses escusos, nada republicanos?

Somos mesmo, assim, marionetes ou estamos em silêncio, como quando se requer a quem precisa partir em uma decisão, empoderado - finalmente - na convicção de ser cidadão?
  • Há esgotos palacianos, de ontem e hoje, narrando os fatos, regendo os atos.
  • Há escroques midiáticos, grandes e pequenos, fatiando falas ao bel prazer do anseio que paga.
  • Há muitos talvez e só uma certeza, ja não somos mais uma sociedade de tantos inocentes, assim.

As narrativas estão se fazendo em grandes atos e pequenos gestos cotidianos.
Como será o amanhã? Responda quem puder!

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