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Afinal, o que queremos?

Dizemos querer Deus, mas O ouvimos diariamente e não atendemos. Dizemos querer nos relacionar e viver em comunhão, mas permanecemos encalacrados na nossa realidade e não vamos na direção do outro e não nos damos a conhecer. Assim, parece que não queremos ou fingimos não perceber que não se pode construir relacionamentos sólidos e relevante, sem que se contemple a necessidade de que todas as partes envolvidas devem se mostrar umas as outras. Dizemos que queremos imergir na realidade do Reino, mas não nos permitimos conhecer, muito menos ser dirigidos pela Lei que impera no Reino, pois não há reino sem comando de uma lei. Dizemos que queremos ser filhos,mas não admitimos que o DNA carnal deva ser completamente esquecido, numa compreensão de processo espiritual exige que nos transformemos radicalmente, de modo a não mais reconhecer-se em nós as nossas marcas e identidade natural, mas as marcas e identidade espiritual do nosso Pai espiritual, o Senhor. Enfim, fica então,

Misericórdia: uma referência de vida plena

Cantamos a misericórdia de Deus e brandamos a nossa necessidade de ser por ela alcançados. Damos ênfase ao quatro cantos da terra do quão misericordioso é o Senhor, mas nos esquecemos que Ele nos instrui a que sejamos tal qual Ele é, e esquecemos que aos misericordiosos, a recompensa é a misericórdia. Mas, em termos objetivos, será que ao menos nos permitimos conhecer o significado dessa palavra, para que, ai sim, ela passe a ser um norte na nossa vida, um fruto vivo do que o Senhor tem produzido em nós? Quando buscamos nas Escrituras, a palavra hebraica, no Antigo Testamento, que mais designa misericórdia é Hesed , e se apresenta com dois significados: primeiro no sentido de "cumprir algo pelo que foi feito um acordo" , ou ainda, "dar ao outro aquilo que lhe é devido em razão de um tratado previamente estabelecido". Entretanto, o segundo sentido diz respeito a "ato gratuito e espontâneo de bondade e amor" . Assim, misericórdia vem a representar

Sob o Comando do Pai

Corpo saudável é corpo em movimento. Do contrário, vegeta ou, sob alguma deficiência limitadora, torna-se dependente de artifícios externos para que se mova e dê algum sentido a sua existência. O movimento saudável, é portanto, o movimento natural. Claro, que o movimento frente a uma dependência física, por exemplo, muitas vezes é até heroico, mas não deixa de nos levar à consciência de que se poderia conduzir o passo-a-passo de forma mais adequada, sob o proceder "normal" da vida. Em resumo: uma pessoa encontrar um passo saudável estando rodeada de tantos artifícios que não fazem parte do corpo, é tão complexo que na maioria das vezes ela acaba por comprometer a razão pela qual deve se mover (e diga-se de passagem, em direção ao outro). Eis ai o mistério cristão nos nossos dias: aprender o movimento natural de Corpo, sem os artifícios que nos tem descaracterizado, que nos tem provocado movimentos em direção às nossas próprias necessidades e não na direção do o

Amor que nos faz a imagem de Deus

A Igreja tem e precisa entender e assumir o seu papel social (e não é sair distribuindo pão, vai além disso).  E sabe de uma coisa? Tem um manual para isso, cuja síntese está em amar ao Senhor. Muitas vezes queremos fórmulas especiais para a manifestação do amor ao Senhor, quando na verdade, tudo já está diante de nós. Se seguimos o manual e amarmos ao Senhor acima de todas as coisas, será natural a manifestação desse amor: em renúncia completa, total e absoluta; em esvaziarmo-nos para vivermos a vida do Senhor e não mais a nossa; em amor ao próximo; numa verdadeira disposição para parar, ouvir e obedecer ao Pai, somente a Ele; em contraposição (por todas as coisas anteriormente ditas), à indiferença latente que rege a vida dos "cristãos", tão ocupados com as tarefas de suas instituições, que relegam as pessoas a um grau abaixo dos afazeres institucionais; na inserção na realidade e vida do próximo, que nos faz romper as barreiras separatistas, faz

Evangelho Pregado e Praticado

Cristo não veio consertar o mundo, mas salvar o homem e este, uma vez alcançado, conserta cada pequena parte do mundo que alcança, pregando o evangelho vivo, algumas vezes, com palavras, no restante, sendo apenas um pequeno Cristo. Não é isso, o cristão? Partindo disso, creio que o verdadeiro evangelho é manifesto, sendo necessário, muito mais no pão ao faminto, no teto ao sem casa, no afago ao sem família, no Cristo pleno em tudo isso ao desafortunado, que na evangelização sem a prática de atos de justiça e amor, porque amor é ação e não palavra ou sentimento. Assim, não consigo enxergar verdadeiro, o Evangelho que prega, mas não faz. E, sendo o evangelho que prega, fundamental para a salvação, é o evangelho que faz, roteiro básico da transformação.  Em suma, penso que ambos devam andar de mãos grudadas, um escudeiro do outro e sem um o outro não tem razão de ser. Pois, se o evangelho que prega dá ao homem consciência de Deus, o evangelho que faz, mostra ao homem o Deus vivo

Desafio de Elias

Ontem, quando me dirigia à comunidade na qual congrego para participar da nossa reunião dominical, li o seguinte, em uma faixa em outra comunidade: ' Desafio de Elias: uma semana de poder e milagres'.  Bom, não vou entrar no mérito teológico, pois não tenho competência para tanto, mas o fato é que quando eu leio a Bíblia, vejo o desafio de Elias assim: Manter-se vivo; Conseguir discernir seu lugar no mundo espiritual, frente a um povo que não sabia se servia a Deus ou a Baal; Denunciar a idolatria; Ser humano, quando sua humanidade o impulsionava a se achar semi-deus; Enxergar na loucura interior da sensação de fracasso; Discipular (apesar de...); Ser fiel (mesmo que...); Obedecer (ainda que...). O poder e os milagres do 'Desafio de Elias', estavam no perder a própria vida por Deus, não o contrário e é  tão complicado olhar para esse conceito de "seguir a Cristo" na busca de uma benesse merecida por galgar determinados graus de desafios...espe

Rever o conceito de filiação

Há pregações que ficam e eu, certamente, poderia citar diversas. Umas ficam positivamente, já outras. O meu artigo de hoje é fruto de uma lembrança que recentemente me tem vindo, em torno de uma pregação, assim, negativa, já que falava algumas coisas incoerentes com a verdade bíblica e ao mesmo tempo positiva, já que foi a chave para uma decisão que há muito deveria ter sido tomada. Bem, a tal da pregação falava de filiação e, a bem da verdade, lembro-me com clareza apenas que o pregador falava das vantagens de ser filho e para encerrar, ordenou à platéia que se colocasse de pé e exercesse seu poder de filho requerendo suas bênçãos. Eu pirei. Sim, claro, é fato que o filho tem privilégios e a relação de filiação é tão importante que o Senhor nos toma por seus filhos. No entanto, o que me intrigou naquela ocasião e cada vez mais mais me intriga, é a posição que as pessoas tomam frente ao assunto, ignorando completamente que o ser filho implica em privilégios, mas também em resp