A noite foi ruim. Muito quebrada e cheia de medos. Esses invisíveis tão reais que nos habitam e às vezes nos querem, se deixarmos, adoecer. Tentei meditação. Tentei criar mundos imaginários. Nada funcionou, senão o cansaço a me apagar, com pausas e reticências madrugais. Resolvi começar o dia com novos exercícios. Não abri notícias, de nenhuma natureza. O banho foi mais demorado, mais atencioso ao movimento das águas que me percorriam e o sentido de todas elas em mim - ao tempo em que tentava uma tal desconexão com o lá fora que, sabia, me gritava a um frenesi desnecessário e não cabido. Frente ao espelho percebi que precisava era ficar frente a mim mesma, em carne, pele, sentimentos, pensamentos - meus porquês e (des) razões. Falaram-me ao pé do ouvido, sutilmente, algumas questões. Foram tão amistosas que não pude silenciá-las. Por que estamos em constante batalha mental? Não poderíamos simplesmente desenvolver uma parceria saudável com a nossa própria mente? P...