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Mostrando postagens com o rótulo Versos

Volver! Volver!

Estão matando os nossos jovens. Estão dizimando as nossas crianças. E os que sobrevivem a esse choque de loucura por poder e ganância, seguem se arrastando pela estrada da desesperança. Então, munidos de rancor e mágoa,   refazem-sem em ódio pela violência sofrida e agora retribuída, numa reação de equação matemática simples, de mesmo peso e mesma medida multiplicada pela vida perdida. E nós queremos exigir-lhes boas lembranças e cuidado com a vida? Que vida lhes demos? Que lembranças lhes semeamos? Que respeito lhes oferecemos? Que dignidade lhes propusemos? Chega!  Não dá para prosseguir assim, condenando os nossos pequenos, minando sonhos, desprezando a esperança. Volver! Volver! Volver! É a ordem imediata. É a resposta mais sensata. Se não queremos definitivamente nos perder. Volver! Volver! Volver! Valores precisam ser revistos. Ou ninguém mais irá sobreviver!

Do outro lado do vidro

Do outro lado do vidro Uma avenida eufórica Do outro lado do vidro Movimento e ação E do lado de cá Anestesia de sonhos, solidão E do lado de cá Pensamentos gritam pedidos de atenção.

Passou

A palavra não dita O afago não feito O sorriso contido O beijo negado A eternidade do gesto No sentimento não expresso O silêncio Que sucumbe Ao tempo perdido. A vida  Que se esvai Na perda Do momento Da palavra não dita Do afago não dado Do sorriso contido Do beijo negado

Um sujeito chamado tempo

Há um sujeito chamado tempo que me desconserta e me apavora, não pelo que passou, mas pelo ainda vem e já foi embora. Mas, de outro lado, me faz rir, me ilumina, me enamora. Tempo. Tempo. Tempo. Me dá medo porque se vai um século ou décadas e anos, a cada hora. Me dá arrependimento do que não vivi. Me dá contentamento no que me oportuniza agora.

De repente, a vida

E de repente a vida saltou outra vez diante de mim. Lépida. Vívida. Consciente. Consistente. Aderente. Brilhante. Empolgante. Cheia de desafios. Incertezas? Sim, de dar calafrios. Vida, grata por me aceitar. Dê-me sua mão e vamos caminhar.

Peito Aberto

Eu fiz apenas um comentário em um post de uma amiga. Mas, outra amiga (de alma poética) deu a ele um novo formato e arranjo. Eu gostei. Ficou assim: Peito aberto, lágrima rega a noite faz descansar a terra novo dia! feridas se tornam lembranças partida se transforma em visitas  aos que conseguirem acordar  a tempo de perceberem a música que embala os dias e acalma  intensidade, gera aconchego abraço suprido. ----------------------------------- com a contribuição de Aline Albenaz

Segue...Amada, Vida!

É vida que segue Que dá novos passos Anda em linhas retas Ou rotas de curvas esparsas É vida que brilha No tempo escuro Pra não se perder Na noite do orgulho É vida que chora Que sangra e sagra Que a vida na vida É vida sagrada 

Embora eu queira, não posso mentir

Embora eu queira, não posso mentir Há dias em que a única verdadeira vontade é desistir Há frio no coração Há pensamentos de ações em vão E o calor que resta É somente o da lágrima Escorrendo em outra decepção Há o medo de ter ganância Há a culpa de ter sentido medo Há a ganância por tudo querer Há a certeza de nada possuir Por querer não discerniu Por querer não viu quando ruiu Por querer não percebeu o vil E se feriu Só resta ser? Para quê? Aquecer o corpo e outra lágrima receber? Então, eu poderia mentir E ocupar-me em sentir Que o coração é quente  Que a ganância é farsa Que o medo não existe Que a culpa passou Mas, não Embora eu queira, eu não posso mentir

Do Marrom ao Azul

Inspirado em: Atrás de uma borboleta azul, Marina Silva -------------------------------------------------------------------------------- Há dias de estruturas complexas Há dias de enfadonhos pensamentos E eles escurecem a alma E há vezes que até turvam o espírito Mas há um facho de luz ao longe, à minha vista Que se aproxima, entretanto, a uma enorme velocidade E posto sobre a alma escura e o turvo espírito Revela-se o milagre da esperança e da verdade

Subversivo e Constrangedor Amor

Sim, o amor é subversivo E o amor é constrangedor E ante o amor, não resistem o ego, a injustiça como prática intocável, não denunciável e não percebida em suas razões e consequências.  E ante o amor, desnudam-se os homens e sucumbem os nossos deuses interiores E ante o amor resgatamos a compreensão da nossa humanidade, imperfeição e necessidade de mútua sujeição  Para que o amor opere em nós, através de nós e apesar de nós E ante o amor a imperfeição descontinua e nua se veste de virtudes para que se manifeste o Perfeito E assim, o amor subverte o sistema E assim, o amor constrange a todo o homem Ele é chama que ateia fogo à ordem estabelecida Ele é a força que põem em desordem a acomodação Ele é a contradição à maioria Ele é o Eterno compartilhado em nós, meio de nós e através de nós

Há dias que parecem noites

Há dias que parecem noites Quando as nuvens negras lá ao longe Se personificam em braços que nos envolvem e maõs que nos apalpam Bem aqui perto e dentro de nós E elas parecem se transformar no nosso teto Cobrem a nossa mente e nos impedem de ver o sol Tão densas, imensas, intensas E elas se transformam, assim, de repente, em tempestades Avassaladoras, imprevisíveis, incontíveis  Feras indomadas e perturbadoras Não há raios de sol, ou sequer fachos de luz Só há trevas e medo Há culpa e solidão, apesar da multidão Há paralisia ou movimentos vãos, sem destinos, sem caminhos, sem razão Há dias que parecem noites Intermináveis De sufocantes pesadelos É quando a alma é acorrentada ao passado É quando a alma tem os olhos perfurados E a dor a impede de esperançar o futuro É quando a alma se perde na nuvem da sua longa escuridão Mas, mesmo nos dias que parecem noites É preciso recobrar à alma a c

E se ...

... E se não fosse a ganância, a culpa e o medo? Ah! Se não fosse a alma acorrentada! ... e se não fosse um espírito emudecido pelo coração? Ah! Se não fosse a decisão perdida na escuridão! Seria outro caminho ou haveria apenas prostração? Haveria liberdade ou a mais profunda desilusão? Seria um ato de coragem ou loucura e precipitação? Teria a alma lavada ou presa à própria contradição? Haveria trevas ou luz dissipando a escuridão? ... E se não fosse a ganância, a culpa e o medo? Como seria, então?

Quando os sonhos revisitarem a sua alma

E quando os sonhos revisitarem a sua alma, Não tenha pressa. Não tenha medo. Não tenha sombra, nem desespero. Abra a porta. Sorria. Abrace-os. Desnude-se. Acalente-os. Deixe os sonhos revistarem a sua alma. Deixe-os, outra vez serem a força da sua fé na vida. Deixe-os, reproduzirem-se em sons tão vibrantes que inquietarão o seu espírito e o impulsionarão a sair do lugar comum, do beco do sou só um para praça da coletividade em que reinam as frondosas e frutíferas árvores do nós por todos nós, multiplicando-se em esperança e novos sonhos. E quando os sonhos revisitarem a sua alma... Não tenha pressa. Não tenha medo. Não tenha sombra, nem desespero. Abra a porta. Sorria. Abrace-os. Desnude-se. Acalente-os.

E se a alma

E se alma estiver escura? Dê a ela os olhos que lhe serão como um clarão, um lampejo na escuridão! E se a alma estiver fria? Dê a ela um abraço que se reproduza em calor, uma última razão! E se alma estiver faminta? Dê a ela uma migalha de esperança que lhe seja sobrevida para um suspiro de paixão! E se a alma estiver sedenta? Dê a ela uma lágrima e ela se lembrará que é maior que a solidão! E se alma estiver morrendo? Dê a ela amor e ela experimentará a sobrenatural ressurreição!

Que sejamos livres

Que a música e a poesia nos renovem em força, sonhos e motivação de ser. Que a vida não se afogue em nossas lágrimas, nem se extinga no fogo da paixão desmedida. Que os vendavais não nos quebrem os galhos dos arvoredos de paz interior.  Mas  que o coração seja sempre terra fértil ao perdão, compaixão, amor, reconciliação e que nele não seque o jorrar de vida e prazer, cuja fonte é o Criador e que assim, o tintilar dos dias nos lembre a nossa necessária dependência de quem rege o Universo e do outro a quem nos devemos doar. E que sejamos livres, como o vento, conduzidos pela força que os nossos olhos não veem para além dos limites da nossa alma, para além, muito além de nós mesmos.

Eu terei dois filhos

Eu terei dois filhos. Ela se chamará Esperança. Ele se chamará Amor. E ela viverá muitos, muitos anos. Mas, somente ele viverá eternamente. E eu, eu não ficarei triste por ela não viver eternamente, porque ela viverá além de mim e nele, ela se eternizará também, e será por ela, que ele irá além. Eu terei dois filhos: a Esperança e o Amor, gerados todo dia, hoje e sempre, até que os meus dias findem e se multipliquem neles, Esperança e Amor.