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Volver! Volver!

Estão matando os nossos jovens.
Estão dizimando as nossas crianças.
E os que sobrevivem a esse choque de loucura por poder e ganância, seguem se arrastando pela estrada da desesperança.

Então, munidos de rancor e mágoa,  
refazem-sem em ódio pela violência sofrida e agora retribuída,
numa reação de equação matemática simples, de mesmo peso e mesma medida multiplicada pela vida perdida.

E nós queremos exigir-lhes boas lembranças e cuidado com a vida?

Que vida lhes demos?
Que lembranças lhes semeamos?
Que respeito lhes oferecemos?
Que dignidade lhes propusemos?

Chega! 
Não dá para prosseguir assim, condenando os nossos pequenos, minando sonhos, desprezando a esperança.

Volver! Volver! Volver!
É a ordem imediata. É a resposta mais sensata.

Se não queremos definitivamente nos perder.
Volver! Volver! Volver!
Valores precisam ser revistos.
Ou ninguém mais irá sobreviver!

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