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Diz muito de você, como você julga o outro

Cuidado. Diz muito de você, como você julga o outro. Diz, quase sempre, sobre as suas motivações mais secretas, sobre as intenções do seu coração, sobre a sua energia reativa, sobre a sua disposição espiritual. São chamados inocentes e tolos os que costumam acreditar nas boas intenções, na transformação, na motivação para o bem, nas coisas contra as quais não há lei. São tomados por sagazes e fortes os que estão sempre à espreita, dos discursos inflamados, dos pensamentos  elaborados, das articulações pessoais de incontáveis tentáculos, todas marcas positivas que pelo sentimento dúbio de fazer manipulação, se tornam malignas. Prefiro os inocentes, crédulos. Nada ganha a minha alma na companhia dos ardilosos, de coração sempre conjecturando a reação melhor acabada, de extensão tamanha que impede ao outro seguir. Nada me acrescenta o campo da disputas, a violência simbólica, a virulência do olhar, da ação, da palavra, da confusão. Talvez, ao final dos meus dias eu repouse meus pen

Política no Quadradinho, um novo ciclo

Alô Povos e Povas do Distrito Federal, a partir de hoje o nosso pequeno, altamente privilegiado e segregado e desigual território, passa a ter novo Governador. E nós, cidadãs e cidadãos, temos uma nova representação legislativa. É muito importante participar do processo democrático, cujo marco mais celebrado é a eleição, mas a sua construção é no cotidiano. O Portal G1 organizou um infográfico com as promessas de campanha do governador. Tome conhecimento, acompanhe. Saiba que  ninguém governa sozinho. É uma engrenagem. Tão importante quanto, é acompanhar a CLDF. Ao invés de fechá-la, como bem coloca o pessoal o Observatório Social de Brasília, o fundamental é ocupá-la. A participação social qualifica os mandatos legislativos de forma impressionante e, consequentemente, aperfeiçoa a democracia. Ainda há parlamentares que não acreditam nisso porque no lugar de representantes, se percebem substitutos do povo. A legislatura 2019/2023 terá apenas 8 deputados reeleitos. Temos uma

Um sonho para a igreja em 2019

Sim, eu tô bem ciente de que eu não tenho autoridade para isso. Mas, como a gente tá na era do opiniódromo livre, vou continuar a minha vibe. Sugestão de temas para a Igreja Cristã Brasileira (todas elas) para 2019. Se liguem! Não é fazer um cultinho especial, numa data x qualquer, meio fantasioso, como se todas as coisas que estão por trás, na frente e no meio, envoltas, não fossem bem sérias. Não é nada disso não, tá? É promover ações para sensibilização real, sacou? 🗓  Janeiro: mundo, mundo, vasto mundo; fraternidade universal, o que é para que serve isso? Política Internacional, tratados, acordos; 🗓  Fevereiro e Março: os males do patriarcado; doenças, estigmas e sequelas do machismo; violência contra a mulher (inclusive na igreja); a mulher na igreja e na sociedade etc; 🗓  Abril: um mergulho na cultura dos nossos povos originários; as violações dos seus direitos; demarcação de terras indígenas; atuação da igreja na cultura indígena, conflitos, etc; 🗓  Maio e Junh

SOBRE SILÊNCIOS

Não faz muito tempo fiquei realmente impressionada ao me dar conta de que tinha ficado quase 72 horas sem dar uma única palavra com ninguém. Nem aquele áudio insuportável via Whatsapp. Sou um paradoxo nessas coisas porque sou tagarela em assuntos do meu interesse, capaz de conversar sobre um leque de assuntos até interessantes, sem passar vergonha. Também sou uma boa oradora. Brinco que se tiver um pouquinho de conhecimento do assunto enrolo bem e, em alguns  temas até me passo por sabichona. Sou mega ativa em algumas plataformas digitais. Todavia, adoro o silêncio e casa vazia por causa dele, o silêncio. Gosto de observar pessoas. Gosto de me dedicar às pessoas. Mas não abro mão do silêncio. Há pouquíssimas pessoas com as quais eu me percebo quase espontaneamente conversadeira. Menos ainda aquelas ao lado das quais o silêncio não incomoda a mim, nem a elas. Isso diz sobre mim e sobre o mundo. E ainda não tenho clareza do que exatamente. Claro está, para mim, da necessidade q

Depreciação e Supervalorização da Pessoa Humana.

Depreciação e Supervalorização da Pessoa Humana. É bem possível que ambos façam mal na mesma medida. Crescemos não recebendo valorização de capacidades, na adolescência e juventude a semente brota em incapacidade de se perceber e adultos, nos depreciamos sem que ninguém mais precise fazer isso. Alguns, após alguma convivência conosco, nos repetem incontáveis vezes sobre os nossos talentos, as nossas capacidades extraordinárias. Mas é quase tarde. É uma luz que brilha para for a. Aqui dentro a gente continua não sabendo como lidar com elogio e, pior, em como tornar em algum justo e lícito benefício para nós mesmos, todas essas capacidades e talentos por outros, repetidas vezes, percebidas. Ou ao menos parte. Em paralelo, quase sempre, esses casos são acompanhados pelo espírito de escada suja. Quando há sempre alguém beneficiado pelo que somos capazes de fazer, todavia, a escada jamais é louvada quando se chega ao objetivo do esforço, tão somente as pernas que a escalaram. E o

DILEMAS DO BRASIL | PRISÕES

Quantidade de Presos no Brasil: ✔  em 1990: 90 mil ✔  em 2000: 230 mil ✔  em 2018: 726 mil Entre os 4 países com mais pessoas presas (EUA, Rússia, China e Brasil), o Brasil é o único que continua aumentando o encarceramento nas últimas 2 décadas. 📌  Só no estado de São Paulo temos 245 mil presos. 📌  O país tem um déficit de 300 mil vagas no sistema carcerário. 🤔  Talvez, assim, eu só acho que prisão não é a solução. Outras questões interessantes: 📍  em 1976 a pena por tráfico era de 7 anos. De lá para cá a legislação ficou mais severa e, o tráfico não diminuiu, ao contrário,  🔎  60% é a quantidade de presos por tráfico; 🔎  42% dos presos são provisórios, ainda não tiveram julgamento; e estão todos na vala comum:  ⚖  não tem separação por tipo penal, se é primário ou reincidente;  👁‍🗨  em média, 37% dos presos provisórios são absolvidos ou cumprem penas alternativas, quando julgados. 🤔  Parece, também, que se a gente se permitir pensar, um pouquinho que seja

Ilha da fantasia, Brasília?

Dados da Codeplan sobre a realidade do Distrito Federal, hoje, e aquela que logo ali se desenha são de deixar os cabelos de pé, especialmente porque parece que os proponentes de políticas públicas e os agentes executores, bem como os demais entes do Estado, não estão preocupados em tornar todos os entes sociais parte da discussão sobre o presente e o futuro do nosso quadradinho. Por aqui há coisas do tipo: condenar chefes do executivo pelo caos na área de saúde. É verdade, é  um caos. Mas, não se faz muito esforço para olhar as coisas de modo mais amplo. Por exemplo: O Distrito Federal é a unidade da federação com maior crescimento populacional do Brasil, a uma taxa de 11,4% de 2002 a 2017. Transporte, emprego, recursos naturais, habitação, educação, segurança pública, infraestrutura urbana. Tudo isso sofre impacto do crescimento populacional e da desorganização urbana e da incapacidade do Estado em atender a pressão no tempo minimamente adequado e desemboca em que lugar? A