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Depreciação e Supervalorização da Pessoa Humana.

Depreciação e Supervalorização da Pessoa Humana. É bem possível que ambos façam mal na mesma medida. Crescemos não recebendo valorização de capacidades, na adolescência e juventude a semente brota em incapacidade de se perceber e adultos, nos depreciamos sem que ninguém mais precise fazer isso. Alguns, após alguma convivência conosco, nos repetem incontáveis vezes sobre os nossos talentos, as nossas capacidades extraordinárias. Mas é quase tarde. É uma luz que brilha para for a. Aqui dentro a gente continua não sabendo como lidar com elogio e, pior, em como tornar em algum justo e lícito benefício para nós mesmos, todas essas capacidades e talentos por outros, repetidas vezes, percebidas. Ou ao menos parte. Em paralelo, quase sempre, esses casos são acompanhados pelo espírito de escada suja. Quando há sempre alguém beneficiado pelo que somos capazes de fazer, todavia, a escada jamais é louvada quando se chega ao objetivo do esforço, tão somente as pernas que a escalaram. E o

DILEMAS DO BRASIL | PRISÕES

Quantidade de Presos no Brasil: ✔  em 1990: 90 mil ✔  em 2000: 230 mil ✔  em 2018: 726 mil Entre os 4 países com mais pessoas presas (EUA, Rússia, China e Brasil), o Brasil é o único que continua aumentando o encarceramento nas últimas 2 décadas. 📌  Só no estado de São Paulo temos 245 mil presos. 📌  O país tem um déficit de 300 mil vagas no sistema carcerário. 🤔  Talvez, assim, eu só acho que prisão não é a solução. Outras questões interessantes: 📍  em 1976 a pena por tráfico era de 7 anos. De lá para cá a legislação ficou mais severa e, o tráfico não diminuiu, ao contrário,  🔎  60% é a quantidade de presos por tráfico; 🔎  42% dos presos são provisórios, ainda não tiveram julgamento; e estão todos na vala comum:  ⚖  não tem separação por tipo penal, se é primário ou reincidente;  👁‍🗨  em média, 37% dos presos provisórios são absolvidos ou cumprem penas alternativas, quando julgados. 🤔  Parece, também, que se a gente se permitir pensar, um pouquinho que seja

Ilha da fantasia, Brasília?

Dados da Codeplan sobre a realidade do Distrito Federal, hoje, e aquela que logo ali se desenha são de deixar os cabelos de pé, especialmente porque parece que os proponentes de políticas públicas e os agentes executores, bem como os demais entes do Estado, não estão preocupados em tornar todos os entes sociais parte da discussão sobre o presente e o futuro do nosso quadradinho. Por aqui há coisas do tipo: condenar chefes do executivo pelo caos na área de saúde. É verdade, é  um caos. Mas, não se faz muito esforço para olhar as coisas de modo mais amplo. Por exemplo: O Distrito Federal é a unidade da federação com maior crescimento populacional do Brasil, a uma taxa de 11,4% de 2002 a 2017. Transporte, emprego, recursos naturais, habitação, educação, segurança pública, infraestrutura urbana. Tudo isso sofre impacto do crescimento populacional e da desorganização urbana e da incapacidade do Estado em atender a pressão no tempo minimamente adequado e desemboca em que lugar? A

Em meus passos, o que faria Jesus?

Tomando por inspiração um best-seller da literatura evangélica,  ‘Em Seus passos - o que Jesus faria?’, tenho feito o meu esforço para tentar compreender o que está se passando conosco, como diz o irmão Daciolo, Nação brasileira. Um país de maioria esmagadora cristã, que escolhe o caminho da violência para resolução de conflitos, em absoluto e claro desacordo ao que apregoa o Evangelho do Cristo. Se isso é terrível, torna-se execrável fazê-lo em nome de Deus e seus valores. Acho que nos desviamos do Caminho. Obviamente, o desvio da rota do Cristo, que hoje assume contornos grandiosos, em todas as expressões da nossa sociedade e culmina na virulência e medo como norte à tomada de decisões, não começou em 2016. No final dos anos 80 começou ganhar notoriedade uma nova configuração de igreja evangélica no Brasil. Novos ritmos, novo tipo de acolhimento, novas formas de expressão, mais liberdade comportamental, ritos menos pesados na liturgia. A igreja evangélica ganhou as ruas com mais

Só quero mais uma vez esperançar

Gosto muito do meu nome. Não tenho a menor ideia sobre como meus pais o definiram. Pelo sei, nem eles sabem. Nessas pesquisas cinfrinhas da web, sobre a origem do nome, ele aparece associado a Adélia, significando, segundo dizem, "PESSOA DE NOBRE ESTIRPE". Não é pouca coisa! Mas, se fôssemos nós os responsáveis por nós dar nome, talvez me chamasse ESPERANÇA que para mim é um registro sobrenatural de resiliência e é esse o melhor retrato que tenho de mim mesma. Em todos os traumas e privilégios que a existência me tem dado viver louvo a esperança de acreditar quase sempre, de levantar uma vez e outra mais e mais outra, de verdejar e amarelar e a folha cair e recomeçar e esperançar. A esperança é um mistério poderoso. Nesses tempos de trevas,  rancores,  ódios, incompreensões, desespero, ansiedade, violências, desprezo ao diálogo, medos, sinismo  eu faço uma oração ao Eterno que creio o dom da vida: não me deixe perder o viço da esperança, sua força, seu brilho, sua sereni

Ai de vós, líderes religiosos. Impostores.

Quando eu exercia, como a gente diz na igreja, o ministério pastoral, das coisas que mais me davam frio na espinha e arrepio, era pregar - a hora dos sermões. Minha vontade às vezes era de correr. Não por medo de falar em público. Não. Tenho muito problema para assumir as coisas que faço bem, mas em uma já estou certa de que sou boa: se eu tiver mínimo domínio sobre determinado assunto, eu falo bem; outras vezes enrolo bem; outras vezes me viro bem. Ou, como me disse a Professora Inês, em 1992, quando eu fiz um discurso numa festa da escola, eu tenho o dom da oratória. Eu era apenas uma adolescente. Ou, eu nasci assim! Mas, na igreja me apavorava cada culto em que a responsabilidade da palavra era minha. E foram muitas vezes ao longo de 13 anos. O motivo? Eu sempre soube do poder do que eu falava. Tive um pastor, Douglas (que ainda mora no meu coração rs) que insistia nas suas pregações, que investigássemos o que ele falava à luz do Evangelho e da pessoa do Cristo. Aprendi qu

Escuridão

A sala escura e silenciosa as vezes faz bem, outras vezes nem tanto. Quase sempre, na verdade, ela traz uma mistura disso tudo para ser real, no imaginado. Medo, dúvidas, lágrimas e muitas saudades do que não foi e do que poderia ser, orbitam a mente. Mergulhamos na insistente mania de querer desvendar as coisas sobre as quais não temos controle, as experiências não vivenciadas, os anos que passaram ao largo da nossa existência. E dói. A distância que criamos de nós mesmos, tão extensa e pedregosa que nos custa andar por ela e adiamos  a caminhada ao encontro de nossa identidade. Esquecemos quem de fato somos, o que realmente faz sentido para nós, o que nos faz acordar todo dia e o que nos dá leveza para existir mais uma vez e outra vez, nesse ciclo nominado vida. Afinal, o que somos? Ou o que esse rodopiar de ciclos ou rotinas incontroláveis fez e faz de nós? Impossível dizer se nos perdemos ainda antes de nos percebermos em ciclos. E seria essa percepção de visita não programa