Quando eu exercia, como a gente diz na igreja, o ministério pastoral, das coisas que mais me davam frio na espinha e arrepio, era pregar - a hora dos sermões. Minha vontade às vezes era de correr. Não por medo de falar em público. Não. Tenho muito problema para assumir as coisas que faço bem, mas em uma já estou certa de que sou boa: se eu tiver mínimo domínio sobre determinado assunto, eu falo bem; outras vezes enrolo bem; outras vezes me viro bem. Ou, como me disse a Professora Inês, em 1992, quando eu fiz um discurso numa festa da escola, eu tenho o dom da oratória. Eu era apenas uma adolescente. Ou, eu nasci assim!
Mas, na igreja me apavorava cada culto em que a responsabilidade da palavra era minha. E foram muitas vezes ao longo de 13 anos.
O motivo? Eu sempre soube do poder do que eu falava.
Tive um pastor, Douglas (que ainda mora no meu coração rs) que insistia nas suas pregações, que investigássemos o que ele falava à luz do Evangelho e da pessoa do Cristo. Aprendi que isso era fundamental e também tentava provocar as pessoas a fazerem o mesmo em relação ao que eu falava, embora soubesse que quase ninguém faria, e o que eu falava era meio que quase lei. E, para ser bem honesta, houve muitas vezes que assumi o autoritarismo da posição para induzir as pessoas às decisões que eu queria. Simples assim.
Então, cada vez que vejo Pastores e Líderes agindo irresponsavelmente com o Evangelho me dá pavor. Confesso, às vezes dá vontade de sumir, outras de bater neles.
Nós que nos dizemos cristãos, queiramos ou não, temos um limite à nossa liberdade imaginativa de mundo. Qual é ele? O Cristo.
O Cristo nos deixou um mapa, um guia apontando como é o mundo que os seus princípios e valores nos inspiram construir, e NÃO TEM NADA A VER com o que estamos vendo muitos pastores descoladões e outros mergulhados no tradicionalismo estão espalhando e fazendo crer a muitos.
Meus amados irmãos, voltemos ao Evangelho, puro e simples do exercício de enxergarmos que:
Se o Evangelho é O PODER DE DEUS PARA SALVAÇÃO, como podemos ter uma postura tão violenta e tão diametralmente oposta à do Cristo, dizendo-nos cristãos?
- TODOS pecaram e destituíram ficaram;
- Não há um justo sequer;
- É a Graça que nos alcança e o que de bom em nós se faz, não vem de nós, mas dEle;
- A lógica da nossa cidadania tem por base dar a outra face, perdoar 70x7, andar com os mais desqualificados da sociedade e amar a escória.
O espírito deste século nos tem cegado de tal forma que nos tornamos semelhantes aos religiosos do templo, na velha Jerusalém e seus arredores. Cuidamos do exterior do copo, hipócritas.
Como disse o Cristo, no Evangelho, "ai de vós, líderes religiosos. Impostores. Vocês são como as lápides das sepulturas: bem feitas, grama aparada e flores à volta, mas sete palmos abaixo o que existe são ossos podres e carne comida por vermes. Para quem olha, vocês parecem santos, mas, por baixo desse verniz, são uma fraude!"
Tomem cuidado, líderes religiosos, um dia a roupa de falso cristo que vocês usam se desgastará e vocês ficarão em praça pública, nus.
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