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SOBRE PALAVRAS E AMIZADES

A palavra pode ser como o pão - alimentar a alma e até rejuvenescer o corpo para longas caminhadas na estrada da vida. Também pode, a palavra, ser como uma penetrante espada na mão de um cego ensandecido e perfurar órgãos vitais, como a confiança, ferindo de morte a amizade e relacionamentos saudáveis, por exemplo. Ou, no menor dos males transformar uma vibrante relação em fel, dissabor, tristeza tão profunda que o que resta é a superficialidade e atos formais e gestos gélidos, insossos, protocolares. O poder da vida e da morte, diz a Bíblia, tem a língua - palavra emitida que alcança ouvidos e move corações ou, alcança ouvidos e violeta almas. Desse mesmo texto bíblico, há uma versão que gosto muito, expressa da seguinte forma: "as palavras matam e geram vida; podem ser veneno ou um doce de primeira - você é quem decide". Isso é muito mais poderoso do que somos capazes de imaginar e seria bom começarmos nos dedicar a compreender seu significado, extensão e alcance.

As pessoas valem (?)

Se as pessoas não nos valerem ocupar nosso tempo, com seus dilemas e potenciais, problemas e soluções, implicações de razão e os trôpegos passos de quem tem pressa e por isso falha ou de quem é cuidadoso e falha nisso também, nenhum valor terá o discurso do realizar ao preço de ver sucumbir trajetórias, de não enxergar as gentes que do lado da gente sacrificam-se. Porque o que vale são as pessoas. Nenhuma conquista vale, se antes não vierem as pessoas. Dar-se não vale nada, por nenhuma instituição, por melhores sejam no papel os seus valores, se não suarmos e não perdermos o sono e não nos aplicarmos pelas pessoas e às pessoas, seus dilemas, inclusive. Hoje eu estou bem certa disso e este foi um aprendizado à base de 13 anos de entrega total e irrestrita à uma instituição. Não farei mais isso. De tudo o que já abandonei de mim nas estradas da existência, das poucas promessas que me fiz, me aplicarei a honrar esta: a instituição só vale se as pessoas valerem, porque a
Mulher lava roupa, limpa a casa, passa, cozinha, cuida de filhos...ou não. Mulher pensa, cria, escreve, compõe, toca, inova, faz política de qualidade, faz gestão pública e privada. Mulher namora, casa e tem filhos, ou não e isso não a faz menos mulher. Mulher pode ser chefiada ou chefiar. Mulher pode ocupar qualquer lugar na igreja, inclusive o de pastora (a Católica ainda vai aprender isso, na mesma escola que os meus irmãos evangélicos). Mulher pode ser professora, motorista, engenheira, arquiteta, cozinheira, administradora, médica, atriz, cantora, cineasta, bailarina, mergulhadora, aventureira, jogadora de futebol, piloto de Fórmula 1, juíza, ministra chefe da suprema corte, vereadora, delegada, policial, perita, deputada, prefeita, senadora, governadora, Presidente da República ou, dona de casa. Porque mulher pode ser o que ela quiser e o seu lugar é onde desejar o seu coração e a sua missão a chamar para estar. Mulher tem mente, alma, coração. Mulher tem silê

Ingenuidade!

Ingenuidade não deveria ser fraqueza, mas qualidade louvável e desejada. Não é. A existência é uma selva e nela, os ingênuos, as pessoas crédulas, os que insistem em dar votos de confiança, normalmente, são os primeiros atropelados pela sanha de poder, a irrefreável disposição por construção, pensada, de processos de solapa, o incontido desejo ao holofote. A Bíblia, para mim, é um livro sagrado e não porque as suas histórias, a sua letra não deva ser posta sob a luz dos questionamentos e da dúvida, afinal, é bem difícil lidar com elas racionalmente, ao mesmo tempo em que é, justamente a razão, que mais é mobilizada em mim, por seus sagrados ensinamentos. Quero dizer que, ao ler o texto bíblico, eu sou levada a questionar a minha própria conduta e a fazer uma escolha frente ao tipo de gente que desejo ser - aquela que se inspira no Cristo expresso ao longo da fatia histórica da Bíblica e que, para mim, creio, se perpetua na história em nós, sempre que manifestamos os princípi

Era...E eu chorei por isso

Era apenas dor de alma sofrida, aquele aperto no peito. Era desejo por vida, aquela angústia que de tão fina não cabia mais em mim. Era tristeza de vida incompleta, aquela sensação de escuridão. Era o gemido rasgado, aquela passada apressada e veloz na estrada da traição. Era o grito da fala insana, aquela algazarra silenciando o fazer concreto de ser. Era a incerteza cega, aquele tatear à beira do palco das violações para ter. Era a escuridão, aquela tormenta de quem sabe sabe o que vem e não pode fazer o que deve. E eu chorei, por isso.

Quero ser

Da rocha firme, de inominável grandeza, quero ser pedra talhada no tempo e pelo vento, levada à construção da vocação que perdura. Da fonte límpida, que não seca, quero ser fio d'água que rompe a terra, contorna obstáculos, corre, percorre mundos mil, irriga, sacia a sede e faz florir. Da árvore frondosa, quero ser semente e frutificar em novos sonhos na estação certa, ser galho de folhagem verde para descanso do forasteiro. Da terra imensa sem dono, quero ser grão que se junta, se agrega a outros e se faz solo fértil, produtivo p ara no espaço limitado do existir, ser capaz de alimentar esperanças. Do céu anil quero ser nuvem, leveza imensa que eleva a mente, transcende corpos, abre poros, tira do chão, arrebata coração, desperta olhos para enxergar além do posto ante seu limite ocular.

Porcos na Sala

Porcos na Sala é um livro da prateleira gospel recheado de polêmicas, segundo consta. Em tempos - que ficaram para traz (graças a Deus), já tentaram me convencer, por diversas vezes, a lê-lo. Sem êxito. O fato é que, vez ou outra ,coisas acontecem na minha órbita existencial que me lembram de "porcos na sala". Não o livro, não sei do seu conteúdo, mas o que a expressão me significa. Há muitas salas, por aí, às vezes as nossas ou aquelas que frequentamos sempre, cheias de porc os fuçando os cantos, espalhando seu odor, arranhando os pisos, fazendo cocô e urinando, deixando espalhados os restos de comida. Porcos fedem. Ou, para mais educadinhos, cheiram mal. Não tenho nada contra os bichinhos, apesar de comê-los de vez em quando (ainda). Mas eles, como é quase natural na nossa cultura cristã (e evangélica), nos levam a associação do imundo e é esse o sentido que tenho agora, saltando à mente, pulsando no peito, arrepiando os pelos, lacrimejando os olhos. Quando mora