A palavra pode ser como o pão - alimentar a alma e até rejuvenescer o corpo para longas caminhadas na estrada da vida.
Também pode, a palavra, ser como uma penetrante espada na mão de um cego ensandecido e perfurar órgãos vitais, como a confiança, ferindo de morte a amizade e relacionamentos saudáveis, por exemplo. Ou, no menor dos males transformar uma vibrante relação em fel, dissabor, tristeza tão profunda que o que resta é a superficialidade e atos formais e gestos gélidos, insossos, protocolares.
O poder da vida e da morte, diz a Bíblia, tem a língua - palavra emitida que alcança ouvidos e move corações ou, alcança ouvidos e violeta almas. Desse mesmo texto bíblico, há uma versão que gosto muito, expressa da seguinte forma: "as palavras matam e geram vida; podem ser veneno ou um doce de primeira - você é quem decide".
Isso é muito mais poderoso do que somos capazes de imaginar e seria bom começarmos nos dedicar a compreender seu significado, extensão e alcance. Quem sabe, nem precisemos levar a sério o texto Bíblico quanto à totalidade de expressão para os cristãos, mas talvez, apenas considerando-o como recomendação à reflexão a partir do que, inclusive, o escritor diz anteriormente; "cuide bem dos amigos que devem durar para sempre; nunca destrua a amizade que deve ser permanente".
É uma recomendação e tanto e, claro que para conseguirmos alcançá-la precisaremos responder para nós mesmos o que é amizade e depois, quais são os amigos que devem durar para sempre. Isso nos exige vasculhar em nós quais são os nossos princípios e que valores norteiam nossas escolhas e nos dão parâmetros aos caminhos.
Sabe o bom de tudo isso?
É o tipo de coisa que não dá para terceirizar. Nunca.
Amizade é um enlace tão profundo que só cabe a quem está mergulhado nela dizer se ela é um rio de vivas águas ou uma poça de água da chuva acumulada em interesses que não a vida na vida e que logo, portanto, esvairá sob o calor do sol, a pressão dos ventos fortes ou uma turbulência em outra extremidade do solo que a fará escorrer, lentamente ou, de repente.
A palavra é poderosa e pode matar.
A palavra é poderosa e pode dar vida.
É possível escolher bem as palavras para expressar ideias, sentimentos, sonhos, desejos e até mesmo lutas e ainda assim não ser falso e robotizado.
É possível e é preciso cuidar de fazer bem estas escolhas e com muita responsabilidade, pois, como diz o provérbio, "a palavra pronunciada não voltará jamais", ela é semente e o seu fruto pode ser vida ou morte e nós nunca poderemos responsabilizar terceiros por nossa expressão vocal.
Se a amizade nos é cara, cuidemos para que as palavras sobre ela lançadas sejam honestas, sinceras, verdadeiras, generosas, fraternas. Sim, disciplinadoras, não nunca, porém, desrespeitosas.
"Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão".
Vocalize vida.
Tramita a passos largos na Câmara dos Deputados, e só não foi provado hoje (2/maio) porque teve pedido de vistas, a PEC que prevê anistia aos partidos políticos por propaganda abusiva e irregularidades na distribuição do fundo eleitoral para mulheres e negros. E na ânsia pelo perdão do não cumprimento da lei, abraçam-se direita e esquerda, conservadores e progressistas. No Brasil, ainda que mulheres sejam mais que 52% da população, a sub-representação feminina na política institucional é a regra. São apenas 77 deputadas entre os 513 parlamentares (cerca de 15%). E no Senado, as mulheres ocupam apenas 13 das 81 cadeiras, correspondendo a 16% de representação. Levantamentos realizados pela Gênero e Número dão conta que apenas 12,6% das cadeiras nos executivos estaduais são ocupadas por mulheres. E nas assembleias legislativas e distrital esse percentual é de 16,4%. Quando avançamos para o recorte de raça, embora tenhamos percentual de eleitos um pouco mais elevado no nível federal, a ime
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