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Quero-te amar

Quero-te amar. Somente na quarta-feira poderás amar-me Quando meu corpo em fervura borbulhará em teus lábios para que sintas o sabor da minha eriçada e saboreies o mel dos meus poros. Por hoje Beijo-te lenta e gostosamente e fujo os meus lábios dos teus para que os possa procurar até quarta-feira.

Quanto mais alto estou mais desejo o chão

É verdade, odeio muito, mais bem muito mesmo, voar. Sim, é porque me vejo completamente entregue ao destino, na mais clara consciência da incapacidade de controle sobre qualquer coisa, sobre o vôo. Não, não acho que no chão esse controle exista. Lá, porém, a gente tem mais chances de fingi-lo e é assim que fazemos o tempo todo. Agora, não dá pra negar, há coisas que só podem ser apreciadas assim, daqui do alto, como as nuvens, a imensidão do mundo que cabe nos nossos olhos e daquele que enche cada centímetro do nosso coração ou, daquele que nos faz sentirmo-nos ilimitados na nossa mente. Ah, sim, Brasília, linda, fica incomparável quando olhada do alto. A noite, então! Que coisa linda reconhecê-la! Ali, ali...a Ponte Honestino Guimarães! Lá? Hum, show, a Ponte JK! Nossa, que lindas essas ruas! Quanta luz! Uau! A Península dos Ministros, o Parque do Anfiteatro Natural...a orla tornando-se livre. Orla Livre! A cidade é de uma beleza fora do comum. Seus traços, sua marca de au

Força da Autoridade vs Autoridade da Força

A verdade é que, NUNCA, a autoridade da força significou por longo tempo a força da autoridade. Se formos observar, só os conflitos mais "vistosos" das duas grandes guerras já deveriam, para esta geração, ser suficientes em provar que menos é mais. Mas, não. Terminar a primeira guerra impondo uma humilhação à Alemanha para impedi-la no seu desejo imperialista, tal qual seus pares, não impediu outro conflito mundial. Muito ao contrário, repousaram ali e foram muito bem acolhi dos, todos os sentimentos que rascunharam as ideologias da segunda grande guerra mundial. Séculos e séculos de exploração, dominação, humilhação aos olhos de todos os habitantes desse magnífico e miserável planeta não ficariam reduzidos às lágrimas dos oprimidos. De norte a sul, leste a oste, nas grandes metrópoles e nos rincões desconhecidos, o que a nós vemos é a apenas repetição em escalas diversas, com lastros de alcance diferentes, porém, com o mesmo potencial perigoso e avassalador, espe

Somos sempre mais do mesmo (?)

Somos mais do mesmo sempre. E, às vezes, é  desanimador. Começamos coisas travestidas de nova mentalidade, de avanço no pensamento e modo de ver e organizar o mundo. De repente, damos no mais do mesmo. Os velhos muros entre homens e mulheres, definindo na Igreja. Tipificação de "missão de homem vs missão de mulher", no clássico "cabeça baixa, silêncio e "submissão", continuam sendo erigidos. As velhas cercas de arame farpado que mostram  à juventude  um "novo mundo" - "livre e interativo" - , ao tempo em que a impede de ir além de um metro quadrado de questionamento, sob o risco de sangrar até morrer porque a liberdade vai apenas até o limite da obediência tácita da vírgula que entorta o texto, não a permitindo ser posta em outros pontos da escrita para fazer sentido ao que se lê, e significado ao que se deve viver. Sim, as cercas estão aí, brilhantes no papel de delimitar claramente o "novo mundo" ao mundo velho. A v

Como é que faz pra sair da ilha?

Dá uma olhada nesse visual. É bonito, não é? É como diz a canção "(...) quem sobe só para regular antena, reforça a ponte de safena". Pois bem, Senhoras e Senhores, a ponte NÃO PODE continuar a ser somente "para atravessar (...) num vai e vem", cedinho, ainda escuro, tentando-se chegar aos casarões dos poderosos (mesmo aqueles que recebem o nome de públicos); e depois, já à noite, o vai e vem se restringe ao percorrer escuro do cansaço. Não, a ponte NÃO É SOMENTE PARA ATRAVESSAR. A ponte, Senhoras e Senhores, PRECISA ser, essencialmente, para acesso livre ao patrimônio natural da nossa cidade, em seu símbolo grandioso, a ORLA DO LAGO PARANOÁ, onde ali, Senhoras e Senhores, sob sombras se fazem latifúndios no espaço público, no patrimônio natural, na área de preservação ambiental ou, simplesmente, na área verde de toda a sociedade brasileira, e nós, sociedade, calados, sentenciados a somente atravessar, "caminhar sobre as águas desse momento&quo

Brasília está de luto, um menino de 11 anos morreu

Na manhã desse domingo uma criança de 11 anos foi encontrada amarrada e carbonizada em uma região da Santa Luzia, na Cidade Estrutural. Diante de algo tão cruel e violento precisamos refletir no tipo de cuidado e atenção que damos as nossas crianças e nos níveis de barbárie que temos estabelecido nas nossas relações sociais. Uma criança é sempre responsabilidade de toda a sociedade e não apenas de seus familiares. Brasília perde e deveria amanhecer de luto. Todos precisam saber que um menino morreu queimado e que isso é responsabilidade de todos nós. Que isso é um absurdo e deve paralisar nossas rotinas e nos fazer refletir nas escolhas que temos feito enquanto sociedade. Na segunda-feira em todas as escolas e em todos os espaços de trabalho e atividades coletivas deveria haver um minuto de silêncio e homenagens a esse menino desconhecido, mas que se torna tão presente em nossas vidas pela tristeza que nos causa saber que morreu tão cedo e de forma tão cruel. Esse men