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Quem é mesmo o bandido?

Não sou o que chamam "bem nascida". Mas, sou branca, tenho nível superior (poderia caminhar agora para a segunda graduação, pois fui recentemente aprovada em Ciências Sociais na UnB, porém estou indo - por hora - por outro caminho, retomando minha especializando e depois volto a buscar a UnB novamente, se for o caso.). Ainda sobre formação, meus pais tem ensino médio (o que ainda é uma conquista no Brasil) e três dos meus quatro irmãos tem nível superior (à exceção do mais novo que até agora não quis). Por que tudo isso? Um post barato de auto-promoção? Na verdade, escrevo isso para dizer que sou absolutamente privilegiada, embora, repito, não seja "bem nascida". Branca, filha de pais brancos. Meus pais nunca foram e provavelmente nunca serão doutores, mas não só foram alfabetizados, como no Brasil dos anos 70 e 80 chagaram a ser até professores com a formação de Magistério que possuem. Isso é muito significativo. Mas, há uma massa de marginalizados nesse país.

Olhando Vesgo

Já faz bastante tempo "não consigo tempo" para escrever por aqui. Hoje, no entanto, trago uma publicação especial e tomada de empréstimo da querida Jane Maria Vilas Bôas. Garanto: vale a leitura e depois dela refletir um pouco sobre a temática e o rumo que temos dado ao nosso Brasil. ----- OLHANDO VESGO Jane Maria Vilas Bôas A cada descoberta de mais bilhões de dinheiro público surrupiado de órgãos governamentais – portanto tesouro de todos os brasileiros – mais a população fica indignada e perplexa com o tamanho da corrupção. Alguns dos envolvidos além de nos roubar, matam a esperança de que a política seja um lugar para produzirmos coisas boas para todos. São dois crimes praticados no mesmo ato, apropriação do que é público e a porta fechada para o único caminho coletivo que fez a humanidade avançar rumo a regras de convivência democráticas, com justiça, com possibilidade de vida digna para todos. E o crime é tanto maior quanto se vê que essa estrada ain

Eu prefiro a periferia.

Eu prefiro a periferia. Por lá não há nada, mas creia, nunca está vazia. Por lá, tira-se força extraordinária das dores para transformar a desgraça dos ais e turbulências do nada ter em reflexão, filosofia, arte e até poesia. Sim, frente à frenética hipocrisia das plumas e espaços brilhantes e frieza dos mármores congressionais, eu prefiro a periferia. Lá o Deus se faz gente, carne, sangue, vida efervescente, compadece-se do pequeno, feio, preto, pobre, bêbado, prostituta, cego, analfabeto, viciado e doente. Lá o Deus desce do céu e senta-se no chão ou à mesa - se houver, e se faz gente como a gente. Lá o Deus só tem uma regra, ela é simples e chama-se amor permanente. Eu prefiro a periferia Atropelada pela desumanidade Milagre! Humana se mantém na lama, no lixo, no esforço sôfrego da vida nos becos escuros, fedidos e sem saída, escadas de difícil acesso e subida. Talvez bem egoísta, eu prefira a periferia porque ela controla a minha própria in

A pergunta que ainda ecoa!

Era final de tarde, uma tarde daquelas em que a gente diz “uffa, é comer algo, tomar um banho, colocar os pés pra cima e relaxar”. Era. Mas, havia ali, muita gente. Gente cansada e faminta. Gente que não podia fazer nada por si. “Onde compr aremos comida para toda esta gente?”  A pergunta de mais de dois mil anos atrás venceu os limites da Galiléia e reverbera até nós, neste exato momento. Sabe o incrível? As mesmas respostas continuam sendo dadas e elas giram em torno da negativa de condições na resolução de problemas como a fome – que poderia aqui representar a privação de direitos. O Evangelho diz que o Cristo já sabia o que estava por fazer, mas colocou a questão para ver qual seria a resposta dada a ela por aqueles que se diziam seus discípulos. A questão continua e a expectativa do Cristo também.  Já agora, ele aguarda resposta da Igreja frente também à fome, mas não apenas de uma refeição no meio de uma peregrinação – a que alcança no Brasil ainda, em 3,4 milhões de pe

Escolhas

É assim, mais simples do que supomos, sem choro nem reza: cada escolha uma sentença. E nas escolhas ... Os caminhos podem ser de pedras e causar feridas, e pelas veredas bem tortuosas, ainda é possível que nos rasguemos em espinhos. Mas há flores e luzes e águas também, às vezes até corredeiras que por breves tempos levam pra longe da gente o suor da caminhada, as lágrimas da tensa estrada e nos lavam o corpo e renovam a alma, dão-nos pele limpa, esperança, novo e bom cheiro, nova energia. E ainda nos falam, as águas, para seguirmos com o alerta de se para trás olharmos que seja apenas para nos lembrarmos "do que foi bom". À beira dos caminhos há frutos danosos, venenosos que a fome nos precipita prová-los. Há o fruto, porém, da esperança, que corta o poder do veneno e alimenta ... a alma para que busque o pão para o corpo e seguimos. Há trevas nos caminhos e nelas apenas se percebem o uivos apavorantes e no terror da noite escura, às vezes, não há pr

#Versos: É preciso

É preciso calar a alma  E emudecer o coração É preciso enxugar a face E crer que existe outra razão É preciso ir além da fala E dar nova semente ao chão É preciso regar a terra E aprender a equilibrar a emoção É preciso renovar a mente todo dia Na esperança de não viver em vão