Pular para o conteúdo principal

Escolhas

É assim, mais simples do que supomos, sem choro nem reza:
cada escolha uma sentença.


E nas escolhas ...

Os caminhos podem ser de pedras e causar feridas, e pelas veredas bem tortuosas, ainda é possível que nos rasguemos em espinhos. Mas há flores e luzes e águas também, às vezes até corredeiras que por breves tempos levam pra longe da gente o suor da caminhada, as lágrimas da tensa estrada e nos lavam o corpo e renovam a alma, dão-nos pele limpa, esperança, novo e bom cheiro, nova energia. E ainda nos falam, as águas, para seguirmos com o alerta de se para trás olharmos que seja apenas para nos lembrarmos "do que foi bom".

À beira dos caminhos há frutos danosos, venenosos que a fome nos precipita prová-los. Há o fruto, porém, da esperança, que corta o poder do veneno e alimenta ... a alma para que busque o pão para o corpo e seguimos.

Há trevas nos caminhos e nelas apenas se percebem o uivos apavorantes e no terror da noite escura, às vezes, não há proteção, só gritos desesperados por salvação. Mas, a noite dura um tempo e depois do tempo escuro sempre virá o tempo da luz para os que a desejam e por ela vemos tudo, ainda que feio, e aprendemos a construir novas trilhas ,todo dia, para os pés cansados, esperançando o jardim de delícias, a sombra e o frescor das águas cristalinas e as folhas que curam as nações, de árvores que dão frutos saborosos e que a todos igualmente alimentam.

A vida é assim ... deriva de escolhas!

E há estradas, largas ... aceleradas, convidando a que andemos a toda pressa, uma peça, uma corrida obstinada por chegar à frente, subir ao pódio, comemorar ... sozinho a vitória dos méritos pessoais. Parece belo, penso apenas nos ais finais.

Escolhas. A vida é assim, todo dia, da ciência do ser e mesmo aos que se perdem em apenas ter. Escolhas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Democracia e representatividade: por que a anistia aos partidos políticos é um retrocesso

Tramita a passos largos na Câmara dos Deputados, e só não foi provado hoje (2/maio) porque teve pedido de vistas, a PEC que prevê anistia aos partidos políticos por propaganda abusiva e irregularidades na distribuição do fundo eleitoral para mulheres e negros. E na ânsia pelo perdão do não cumprimento da lei, abraçam-se direita e esquerda, conservadores e progressistas. No Brasil, ainda que mulheres sejam mais que 52% da população, a sub-representação feminina na política institucional é a regra. São apenas 77 deputadas entre os 513 parlamentares (cerca de 15%). E no Senado, as mulheres ocupam apenas 13 das 81 cadeiras, correspondendo a 16% de representação. Levantamentos realizados pela Gênero e Número dão conta que apenas 12,6% das cadeiras nos executivos estaduais são ocupadas por mulheres. E nas assembleias legislativas e distrital esse percentual é de 16,4%. Quando avançamos para o recorte de raça, embora tenhamos percentual de eleitos um pouco mais elevado no nível federal, a ime...

Narrativas. Vida. Caos. Desesperança.

  Quando eu era pastora repetia com muita frequência, aos membros da igreja, sobre a necessidade de submeterem o que ouviam de mim ao crivo do Evangelho, aprendi isso com o bispo Douglas e com o Paulo, o apóstolo rabugento (e por vezes preconceituoso), mas também zeloso com a missão cristã assumida. Outra coisa que eu repetia era que as pessoas só conseguiriam se desenvolver se exercitassem a capacidade de pensar. Nunca acreditei num Deus que aprecia obediência cega, seres incapazes de fazer perguntas. E cada vez mais falo a Deus que se ele não conseguir se relacionar com as minhas dúvidas, meus questionamentos, as tensões do meus dilemas e mesmo cada um dos incontáveis momentos em que duvido até dele, então ele não é Deus. Será apenas um pequeno fantasma das minhas invencionices mentais, portanto, irreal. E por que isso aqui da gaveta das minhas convicções e incertezas? Assim? A nossa História é basicamente um amontoado de narrativas. Ora elas nos embalam na noite escura e fria. O...

Reforma?

Daqui 11 dias celebraremos 505 anos da reforma protestante.  Naquele 31 de outubro de 1517 dava-se início ao movimento reformista, que dentre seus legados está a separação de Estado e Igreja. É legado da reforma também o ensino sobre o sacerdócio de todos os santos, na busca por resgatar alguns princípios basilares da fé cristã, que se tinham perdido na promíscua relação do poder religioso com o poder político. E, co mo basicamente todo movimento humano de ruptura, a reforma tem muitas motivações e violência de natureza variada. No fim, sim, a reforma tem sido muito positiva social, política, economicamente e nos conferiu uma necessária liberdade de culto.  Mas, nós cristãos protestantes/evangélicos, teremos o que celebrar dia 31?  Restará em nossas memórias algum registro dos legados da reforma? Quando a igreja coloca de lado seu papel de comunidade de fé, que acolhe e cura pessoas e passa a disputar o poder temporal, misturar-se à autoridade institucional da política, e...