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Igreja Cerimonialista, outra vez?

A Pedagogia de Deus é algo sensacional. E pela Pedagogia de Deus, Ele nos quer ensinar a sermos generosos, a nos relacionarmos com Ele, a vivermos uma vida de renúncia, a vivermos a comunhão. Então, porque queremos insistir em 10% e na formatação litúrgica engessada e em tempos e lugares pré-definidos?  Mas isso estava tudo lá para vermos e aprendermos, diria alguém.  Sim, exatamente. Era uma amostra, um ensinamento; a maneira como Deus encontrou para nos ensinar até que Cristo viesse e mostrasse na prática o que estava sendo transmitido até então. Algo do tipo, vamos passar para a próxima série? Qual? A da vida contínua com Ele e não apenas em um dia da semana, a que se manifesta em qualquer lugar, a todo tempo, de maneira integral. A nossa vida com Deus não deve ficar restrita ao cerimonialismo. A nossa vida com Deus não deve ficar centrada no cerimonialismo. Ah! Mas é necessário o cerimonialismo!  Sinceramente, eu não sei, mas desconfio que ao darmos contínua vida

Sob a proteção da distância

Manter-se distante é muito bom. Sim, evidentemente. A distância é uma proteção, na medida em que significa afastamento e ai, a composição da lista do que queremos nos manter afastado é imensa e em constante crescimento e isso nos livra de dores de cabeça. Sob a proteção da distância nós não nos damos a conhecer, pois o outro vai sempre perceber de nós apenas uma sombra e isso nos protege, na medida em que buscamos passar algo que efetivamente não somos e pensamos que se é difícil a nós, encararmos os nossos defeitos, como poderemos deixá-los serem conhecidos? E como, poderemos conviver bem sabendo que o outro conhece a nossa fraqueza? Sob a proteção da distância nós não nos comprometemos, pois comprometimento exige vida diária, conhecimento de necessidades, disposição para entrar na vida do outro e isso é trabalhoso, é desgastante, exige que abramos mão do nosso conforto e nós, no fundo, não queremos, então, à distância, sempre nos manteremos estranhos ao outro e assim, o ou

Posicionamento se define por em ações, não em palavras

Jamais, em tempo algum, posicionamento se definiu com palavras, pois, a verdadeira expressão de posicionamento é ação e, por sua vez, ação eficaz só é gerada ela fé, já que crer implica em um movimento de obediência, muitas vezes, em claro confronto com a razão (ou com a emoção), com a zona de conforto a que nos habituamos, com as nossas fronteiras. A questão, é que temos procurado a todo custo, expressar o nosso posicionamento falando, gastando tempo com elaborados discursos e ai, como não poderia ser diferente, caímos em contradição, uma vez que as nossas palavras acabam não encontrando significado nos nossos atos. São portanto, vazias e são levadas de uma lado para o outro, sem verdade, sem expressão. A realidade, é que deveríamos ter uma clara e sincera oração no sentido de clamar pela misericórdia dEle, pois do contrário, poderemos incorrer no trágico engano de no grande dia, querermos justificar a nossa trajetória pelo que falamos, sendo tais palavras, vazias de qu

Educação segundo Edgar Morin

O pensador e sociólogo francês  Edgar Morin  elaborou, em sua obra, profundas reflexões sobre a  educação . O Homo Sapiens, como ele gosta de se referir ao ser humano, é um fruto da vida natural e da cultura; seguindo esta linha de raciocínio, ele encontra uma forma de construir a Educação dos tempos futuros, embora ela pareça ainda estar tão vinculada ao passado, principalmente ao fragmentar o conhecimento. Morin defende o pensamento integral, pois ele permite ao homem concretizar uma meditação mais pontual; a pedagogia atua, porém, com seu radical fracionamento do saber, e leva o indivíduo a entender o universo em que vive de forma facciosa, sem conexão com o universal. Assim, rompe-se qualquer interação entre local e global, o que proporciona uma resolução das questões existenciais completamente desvinculada da contextura em que elas estão situadas. Estes debates estão inseridos na teoria da complexidade deste educador, a qual preconiza que o pensamento complexo permite

Ela é...

Ela é alva, mas outras vezes é colorida Ela é macia Ela tem tem um cheiro suave Ela é flexível Ela fala, na maioria das vezes, bem tranquilamente e baixo Mas, ela também é firme E, há vezes em que ela fala alto, fala forte Ela apaga coisas, no sentido de deixá-las lá para trás, sabendo-se que existiram, mas sem atrapalhar hoje E há tempos em que ela gera coisas, muitas coisas. Na verdade, se deixarmos, ela sempre estará gerando coisas. Ela ilumina e mostra possibilidades Ela é graciosa e de tanta graciosidade, às vezes, ela faz chorar e outras, rir Ela é libertadora Ela é renovadora Ela é alegre e alegra Ela às vezes, parece um abraço, daqueles longos, nem sufocantes, sem superficiais, mas um misto de algo muito humano e um toque divino Ela às vezes, parece um afago Ela é singular Esperança, bom tê-la sempre viva, aqui no meu peito.

Muros que não segregam

O processo de construção no mundo é uma realidade e, embora se manifeste em paredes e artefatos, na verdade, a construção que prevalece e realmente faz sentido tem por arquiteto, o Senhor, e se dele não vier, a construção humana torna-se frágil, limitada a sua temporalidade e portanto, fadada à ruína. Mas nós estamos, por Ele, inclusos nesse processo de construção, como pedrinhas, originadas da pedra angular, aquela posta à base e que define a construção, uma construção espiritual que se manifesta à vista de todos, palpável em muros que não segregam e sob os quais, uma nova cidade se torna real, lugar de luz plena e em cujas ruas há harmonia. Os muros são atributos de Deus em nós. A cidade somos nós. E quais são estes muros? 1. Muro da Justiça: é a nossa perfeita compreensão de reino de Deus e posicionamento nele, consciente e decididamente, por Ele e para Ele. Quando decidimos levantar a justiça, como muro sobre nós, a cidade, definimos a nossa separação de nós mesmos

Contemplação ou Evangelho?

O que queremos, afinal? Viver a contemplação ou o Evangelho? Era muito legal, para os privilegiados da transfiguração, prostrarem-se em perfeita sintonia com o sobrenatural e contemplar a glória ali revelada. Mas, para aquele tempo, a convocação de Cristo aqueles homens, não era a contemplação, era a ruptura dos paradigmas da religião judaica e de suas posições humanas (embora submetidos a um  regime que lhes impunha severos limites, pois mesmo em condições humanas adversas, nós temos a capacidade de criar a nossa zona de conforto). A questão, hoje, está bem clara diante de nós: que tipo de geração seremos? A contemplativa, afeita às prescrições impostas e em voga na igreja evangélica atual, que consome as suas energias na satisfação e emancipação do eu, ou entenderemos que quando nos deparamos com o pouco que nos é possível suportar da glória de Deus, isso na verdade, deve nos impulsionar à ruptura, à renúncia, à morte? Que outro caminho há para o cristão, se não a mor