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Muros que não segregam

O processo de construção no mundo é uma realidade e, embora se manifeste em paredes e artefatos, na verdade, a construção que prevalece e realmente faz sentido tem por arquiteto, o Senhor, e se dele não vier, a construção humana torna-se frágil, limitada a sua temporalidade e portanto, fadada à ruína. Mas nós estamos, por Ele, inclusos nesse processo de construção, como pedrinhas, originadas da pedra angular, aquela posta à base e que define a construção, uma construção espiritual que se manifesta à vista de todos, palpável em muros que não segregam e sob os quais, uma nova cidade se torna real, lugar de luz plena e em cujas ruas há harmonia.

Os muros são atributos de Deus em nós.
A cidade somos nós.

E quais são estes muros?

1. Muro da Justiça: é a nossa perfeita compreensão de reino de Deus e posicionamento nele, consciente e decididamente, por Ele e para Ele. Quando decidimos levantar a justiça, como muro sobre nós, a cidade, definimos a nossa separação de nós mesmos e do nosso querer e intempestivas opções carnais. A seguinte manifestação dessa disposição, é que esse muro nos une ao coração do Pai a fim de nos tornarmos uma linha de conexão do estabelecimento da vontade dEle aqui na terra.

2. Muro da Paz: a consequência imediata do nosso posicionamento correto no reino e frente às demandas do Pai, gera um ciclo de equilíbrio interior não compreendido racionalmente. É a paz de Cristo, o árbitro que define as decisões e confunde o mundo pela plena confiança nEle e na Sua soberana vontade e verdade. É o que nos faz permanecer a despeito de... e nos dá prazer na guerra, e nos faz trabalhar pelo que é eterno e nos faz acreditar na restauração e nos conduz à obediência.

3. Muro da Alegria: há uma força que mantém em caminhada, pés, ainda que trôpegos, em trajetória contínua, a alegria do Senhor manifesta no prazer do Pai ao ver a nossa obediência e se dá a nós em vigor para prosseguir.

4. Muro do Amor: é o que "fecha" o ciclo de proteção do Pai em nós, contra nós e as obras das trevas. O amor jamais acaba, tudo suporta, tudo crer. Se não estamos sob a proteção desse muro, um buraco gigante permanece aberto e os alicerces anteriormente lançados, no vigor da caminhada, no equilíbrio e confiança e no posicionamento, são minados e a consequente derrocada será uma vida de traumas ou, no mínimo, movida em ativismo, portanto, seremos uma réplica das cidades humanas, construções segregadoras, que não minam a existência humana, que fomentam competições e não a colaboração, que destroem sonhos, que possuem lugares sombrios e arrebatadores de almas, que fomentam a violência e largam à míngua o fraco e tantas outras coisas semelhantes a estas.

Há uma nova cidade em construção, e ela será o descanso do Pai, se houver nela, possibilidade de descansarem os Seus filhos. O cordeiro a iluminará e nela correrá rios de vida e nos seus terrenos brotarão árvores que curam, se ela estiver protegida sob os muros da justiça, da paz, da alegria e do amor dos filhos em sintonia com o Pai, que dá origem a tais atributos e nos permite optar por manifestá-los ou rejeitá-los.

O Pai aguarda que respondamos ao convite de irmos à vinha. É uma trajetória que começa com o entendimento de que a nova cidade é uma construção iniciada em nós e o arquiteto é Ele.

Até a próxima.

Ádila Lopes


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