Depois de uma vigília, a mais pesada de toda a sua vida, quando esteve mergulhado na mais profunda angústia e solidão possível a um vivente suportar, chegaram soldados e servos para levá-lo preso. Armas em punho. Medo nos olhos. E o traidor a guiá-los. Pedro, um dos seus e daqueles que o deixaram só na angustiante vigília, porque cansado dormiu, saca a espada e com maestria decepa a orelha de Malco, um servo. Uma repreensão à ação precipitada, embora natural. Uma ação inesperada. Uma cura. Um ensino. As armas da missão do Cristo não fazem sangrar, não dilaceram corpos, nem adoecem almas. Tempos semelhantes aqueles vivemos hoje. Instabilidade política e social que colocam em xeque a nossa dignidade, o ânimo, a nossa visão de mundo, a nossa fé, a esperança. Orelhas ao chão é o primeiro impulso. No entanto, o ensinamento do Cristo permanece o mesmo e o seu fruto é EMPATIA. Malco, o servo, cumpria ordens de um sistema traiçoeiro e perverso e a sua presença ali esta...