Perambulando pela Asa Norte à procura de um almoço (que eu deveria ter feito em casa) dou de cara uma loja chamada Vasti. A lembrança imediata é da rainha Persa.
Acho que da próxima vez que for falar na reunião da igreja, tomarei o breve relato bíblico do poderoso ato da rainha Vasti como base do sermão...rs
Se você é ou foi, como eu, igrejeira (o), especialmente pentecostal, lembrará sem muito esforço do lugar dado a Vasti. Na sua "desgraça", a oportunidade divina para o sucesso de Ester ou, simplesmente o silêncio sobre o seu ato, quando ousou dizer NÃO ao abuso e violência de um rei bêbado.
E por que não falamos sobre o poderoso ato feminino do NÃO?
Por que não falamos sobre machismo?
Por que não falamos de relacionamentos abusivos nos casamentos evangélicos?
Por que não falamos sobre o significado de autoridade?
Por que não falamos da objetificação da mulher, inclusive na igreja?
E por que não falamos que o amor é subversivo?
Por que não falamos de amor próprio?
Por que apagamos a história de Vasti, sua coragem, ousadia, sua poderosa ação em função da compreensão da palavra respeito?
Por que não falamos sobre O BASTA?
Por que não falamos que o sucesso de uma mulher não é resultado da exposição e humilhação de outra?
Por que não falamos sobre sororidade?
A Bíblia só é sagrada quando atravessa os tempos para dialogar com as dores e os traumas da existência, instigando novas formas de pensar e agir e assim, produzindo transformação.
"Há mais mistérios entre o céu e a terra do que imagina a vã filosofia humana', já disse alguém muito sabiamente.
Há mais autoridade entre o céu e a terra do que rotulamos na nossa vã teologia.
O não é poderoso e precisa ser exaltado como ato espiritual contra paradigmas erroneamente declarados verdade absoluta.
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