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Da cerca pra fora

Às vezes a gente só precisa sair uns 20 metros da toca para expandir um pouco mais o contato com a vida e suas outras cores. Quanto me apareceu a casa onde resido atualmente comentei com uma amiga: agora viro ermitã de vez. Ela respondeu: só se quiser. Alguém dirá. Nossa, rueira como você é? Sou nada. Só fake. Eu gosto mesmo de ficar enfiada em casa. E aí, cara, tô no mundo perfeito. Tenho Internet banda larga. O celular não tem sinal. Tenho verde pra tudo que é lado. Tenho mais livros do que sou capaz de ler. Todas as minhas responsabilidades de trabalho podem ser atendidas através dos recursos de que disponho. Claro que isso vira o melhor dos mundos para pessoa como eu. Meu aniversário, por exemplo, foi lindo. No domingo anterior reuni com a família, almocei, brinquei, comi de novo e vim embora. Lindo. No dia oficial recebi cesta de café da manhã e na sequência ligação das amigas pra tomarmos café juntas, depois almoçamos juntas. Poxa, só não foi perfeito porque eu preferia aquele ab

Olhando as nuvens

Olhar as nuvens toma variados significados na nossa caminhada existencial, modificando-se, quase sempre, conforme andamos. Na infância é o deleite da criação. Nossa mente traquina, criativa, vívida, observa as nuvens e vê tudo o que deseja. Vê também preocupações meninas .mas raramente se assusta. Pessoas adultas e, acreditando-nos donas donas do próprio destino, olhamos as nuvens apenas (e quase sempre) com pressa, ansiedade e medo. Cabeças nas nuvens é sinônimo de descompromisso com a chamada vida real, é prisão à fantasia, delírio. Por que o exercício da mutualidade das coisas, parece visita esquecida sempre? Quem nos decretou a desnecessidade do sonho, da fantasia, da livre criação de novas expressões e formas mentais como atestado de maturidade? Quem nos impôs taciturno comportamento chave-controle do destino? Quem, aliás, disse da existência dessa tal chave do destino senão o medo? E se abríssemos as janelas da alma agora o que os nossos 0lhos veriam nas nuvens? Que tal esse exer

Sou das palavras

  Sou das palavras. Elas me constroem E mesmo se ruínas me faço, delas emergem a energia nova que realinha mente e ação. Porque palavra para mim é raiz é inspiração é potência de ser, de fazer existir, é criação e vida Palavra gera Palavra cura Palavra ilumina Palavra conecta e alimenta Não estou cega a todos os contrários de cada uma das palavras. Apenas tenho feito o exercício de escolher o poder da vida nas palavras Por isso minhas paredes Pequenas construções de mim em todos os lugares que habito e me habitam estão sempre assim, marcadas de palavras Ora simples recados e lembretes do imaginário popular. Ora ideias do mundo do qual desejo ser construtora. Hoje a palavra está aqui, correndo em mim, dizendo coisas que entendo e depois não mais. Então escolhi observar, Palavras.

Forma e conteúdo, o que o tempo nos está ensinando

Minha próxima tatuagem será algo assim. Só tenho uma. Por hora. Eu amo essas peças de vida, contorcidas. A gente olha e não dá nada. Despreza. Sentencia feiúra.  É que a gente valoriza os invólucros. Idolatra a aparência que nos é vendida padrão. E despreza conteúdo. Não compreende a potência das raízes. Então a gente constrói sobre a areia fofa,  que tem o seu lugar. Não para base. Não a algo que se deseja perene. O que esse tempo nos tem ensinado?  Da solidão. De multidões emocionais nos cubículos da nossa alma,  todas juntas e ao mesmo tempo, agora e sem pedir licença, sem aviso-prévio, sem agendamento. O quanto a solidão nos importa? Por que nos importa? O que nos constrói e desconstrói?  Por que a tememos? Para que a veneremos? Da presença. Das milhares de vozes humanas em laços familiares dos quais nos desacostumamos porque a era do cada um por si virou grito de independência e solidez social. Plástico? Das impercepções das almas, método de existir de distantes que re

A vida é uma jornada de múltiplos caminhos

A vida é uma jornada de múltiplos caminhos. Parte deles exige esforços e muitas vezes colocamos tanto foco na escada, que nos exigirá cuidados, preparo físico e emocional, que acabamos por não perceber a vida nos degraus. Miúda  Discreta  Mas tem cor, tem movimento, tem muitas informações. Tem a energia que talvez seja o que necessitamos para dar mais um passo. Ou talvez seja um marco para uma parada necessária. De recomposição do fôlego, da força mental e física, de um novo cálculo às rotas possíveis, de uma interiorização sobre o valor dos dias, seus significados e potência. Os degraus importam? Antes deles importam as motivações, as razões, as condições da alma, os encontros. Importa a consciência dos porquês à caminhada.

A vida é uma jornada de múltiplos caminhos.

A vida é uma jornada de múltiplos caminhos. Parte deles exige esforços e muitas vezes colocamos tanto foco na escada, que nos exigirá cuidados, preparo físico e emocional, que acabamos por não perceber a vida nos degraus. Miúda Discreta Mas tem cor, tem movimento, tem muitas informações. Tem a energia que talvez seja o que necessitamos para dar mais um passo. Ou talvez seja um marco para uma parada necessária. De recomposição do fôlego, da força mental e física, de um novo cálculo às rotas possíveis, de uma interiorização sobre o valor dos dias, seus significados e potência. Os degraus importam? Antes deles importam as motivações, as razões, as condições da alma, os encontros. Importa a consciência dos porquês à caminhada.

Janelas, vidros manchados, visões e responsabilidades

Pouco antes de entrar na Live com o amigo @danilo_fjranca (aliás, obrigada, muita honra esse diálogo), estava aqui pensando um pouco sobre as nossas construções, as nossas janelas. Sim, janelas e seus vidros, através dos quais olhamos os mundos diante de nós. Ali à frente tenho uma bela mata, Cerrado nativo, um presente. E serra ao fundo. Trabalho vendo e ouvindo a dança das folhas, algumas vezes canto dos pássaros (e das galinhas da vizinhança) e até, raramente, o saltitar de macaquinhos. Isso é uma baita privilégio. Não obstante, a depender do que procuro através da janela, posso ter pequenos desvios de perspectiva. Os vidros carregam marcas e manchas das chuvas, da poeira e mesmo do tempo. Às vezes, uma pequenina marca ou mancha, desprezível à primeira vista, pode distorcer o olhar e a perspectiva e, portanto, interferir nas decisões e seus processos com grande margem de indução a erros. Manter as janelas limpas, transparentes em plenitude faz bem à matéria, aqui à frent