Ah, esse nosso louco desejo por controle... Gastamos nossos dias num esforço sobre-humano por provar sermos capazes de controlar tudo ao nosso redor, tudo o que nos diz respeito e se possível, até o que não nos diz - diretamente - respeito. Mas, do alto de milhares e milhares de metros, no meio de uma turbulência em um voo, talvez seja uma das mais gritantes amostras de que esse tal controle não é compatível com as nossas capacidades. Inexiste, assim, para nós. Quem somos, afinal? O que de fato podemos fazer sobre os elementos que nos rodeiam e as forças do sistema em que estamos inseridos e do qual sequer temos noção de tamanho? Sabemos da sua imensidão, e talvez por isso, no desespero da nossa incapacidade de medi-lo, impor-lhe regras e estabelecer-lhe controle, tentemos nos colocar no seu centro e defini-lo a partir de nós, nossos desejos, sonhos, necessidades, ambições, problemas, medos. E aí, se não temos controle, resta-nos "aproveitar" a visão estontean