Pular para o conteúdo principal

Postagens

O Voo - Controle

Ah, esse nosso louco desejo por controle... Gastamos nossos dias num esforço sobre-humano por provar sermos capazes de controlar tudo ao nosso redor, tudo o que nos diz respeito e se possível, até o que não nos diz - diretamente - respeito. Mas, do alto de milhares e milhares de metros, no meio de uma turbulência em um voo, talvez seja uma das mais gritantes amostras de que esse tal controle não é compatível com as nossas capacidades. Inexiste, assim, para nós. Quem somos, afinal? O que de fato podemos fazer sobre os elementos que nos rodeiam e as forças do sistema em que estamos inseridos e do qual sequer temos noção de tamanho? Sabemos da sua imensidão, e talvez por isso, no desespero  da nossa incapacidade de medi-lo, impor-lhe regras e estabelecer-lhe controle, tentemos nos colocar no seu centro e defini-lo a partir de nós, nossos desejos, sonhos, necessidades, ambições, problemas, medos. E aí, se não temos controle, resta-nos "aproveitar" a visão estontean

Antes das nuvens, bits e bytes

Gente, bora combinar? Acesso à internet não é simplesmente poder entrar numa rede virtual de conexões. A internet não são apenas bits e bytes. Acesso à internet é acesso ao mundo, a um mundo de possibilidades, informações que podem se transformar em sólidas bases de conhecimento e qualificações diversas para que as pessoas sejam mais vivas e ativas na sociedade, tornando-a melhor e mais rica. A internet, mas que conexões virtuais é um mundo de pessoas em conexão e todas as vezes que as pessoas se conectam, o novo acontece e o mundo pode ser melhorado, porque embora existam as más conexões, os bem as sobrepuja. Por isso, é mais que urgente: internet ampla e irrestrita é um direito de todos e esta é uma discussão que precisa ser levada a sério. Só tomando um espectro bem pequeno: já pensou se a molecada da  Favela Santa Luzia , na Estrutural tivesse acesso à internet? Um novo mundo, um leque gigante de oportunidades se abriria para eles e eles, na potência criativa e

O privilégio comissiona grandes responsabilidades

O tempo é ligeiro. Hoje, mas que ontem. A tecnologia digital deixa-o ainda mais ligeiro. E parece que nunca vamos "dar conta" de acompanhar o girar do mundo. "Calma alma minha, calminha, você tem muito o que aprender". Só em 1808 começa a circular no Brasil o primeiro jornal por aqui publicado. A primeira transmissão de rádio? Só em 1922. Consegue imaginar? A Europa se trucidando, pra variar, na 1ª Guerra Mundial e na Terra Brasilis, guerra o quê? Não tô falando dos militares e das elites que estudavam na Europa. É do povo, que digo. O mundo "quebra" em 1929. Vem a 2ª Guerra Mundial e o mundo se esfarela de 1939 a 1945. No Brasil tá uma quizumba do criolo doido (pra variar) e em 1950 chega a televisão por aqui. Mas a bichinha só se torna a dona das nossas mentes no final dos anos 1970. É bom lembrar que em 1970 nós tínhamos 33,6% de analfabetos no Brasil, entre pessoas de 15 anos ou mais. Bom ... pra deixar as c

Serenidade para semear a paz

Em tempos de nervos à flor da pele, que nos levam a falar antes que a frase seja revista, estou procurando compreender alguns textos daquele livro que julgo sagrado, a Bíblia. E chamaria os meus irmãos e irmãs em Cristo a fazerem o mesmo. É bem saudável, viu? *As bem-aventuranças trazem o seguinte em Mateus capítulo 5, verso 9: "Felizes as pessoas que trabalham pela paz, pois Deus as tratará como seus filhos." Esse texto, então, me remete a Isaías capítulo 32, verso 17:  "A justiça trará paz e tranquilidade, trará segurança que durará para sempre." E por sua vez, me traz à memória Tiago capítulo 1, versos 19 e 20: "Lembrem disto, meus queridos irmãos: cada um esteja pronto para ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva. Porque a raiva humana não produz o que Deus aprova." Tomo os textos acima como exortações bem certeiras à busca de alinhamento dos meus comportamentos e reações para que o Evangelho do Reino não seja apenas um

Umuntu ngumuntu nagabantu

Uma daquelas preciosidades que a gente recebe pela internet em razão das boas conexões que a vida nos permite fazer. Conexões que geram crescimento e melhoramento por exemplos, através dos ensinos, da amizade, dos puxões de orelha escancarados ou disfarçados. E aí, como recebi, compartilho: "Talvez este texto toque alguém, provoque alguém, faça algum pensamento eclodir. Achei que valia a pena compartilhar." ( Jane) ---- Um antropólogo estava estudando uma tribo na África, chamada Ubuntu. Quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, então, propôs uma brincadeira para as crianças, que achou ser inofensiva. Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e colocou tudo debaixo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto, e a que chegasse

A hora de revirar o lixo

Nem ao mais asséptico dos seres humanos (já que assepsia total nos é impossível possuir) é dado o privilégio de não ter que mais cedo ou mais tarde colocar a mão na lata do lixo para revirá-lo. E se precisássemos de pelo menos um motivo para aprovar essa necessidade, daria a razão de produzirmos lixo desde antes de nascermos e portanto, nem que seja apenas para nos certificarmos de que o descarte de algo foi realmente feito, não escaparemos dessa cina humana: mexer no lixo. O complicado disso tudo é que mexer no nosso lixo parece ser ainda mais complexo que no de outra pessoa. Mas, uma coisa é certa, na medida em que tomamos consciência da necessidade de revirarmos o nosso lixo, quanto mais adiamos a tarefa, mas complicada e perigosa ela poderá se tornar. O odor do apodrecimento de histórias e relações nos fazem embrulhar o estômago. Todos aqueles bichinhos gerados a partir do lixo, nos enojam e dão medo. E sim, de início, talvez, saiamos ilesos da tarefa. Mas, talvez sa

Sem acusação a ninguém, ok?

Sem acusação a ninguém, ok? Tanto que me incluo! Mas...eu vivo com essa pergunta (ou essas) ... Por que, My God, TEMOS tantos argumentos, tanta energia, tanto tempo disponível para nos opor à chamada "causa gay", usando como pano de fundo o malfadado PLC 122 (que TEM SIM, bizarrices) e NÃO TEMOS TEMPO, NEM argumentos, NEM energia e NENHUMA disposição, de qualquer natureza, para pensar a infância, os meninos e meninas em situação de abandono, largados nos orfanatos, viciados, violentados  nas ruas e dentro de casa, violentados nos seus direitos básicos e por aí, vai. Por que conseguimos rapidamente nos mobilizar quando a causa envolve esse assunto e ficamos a vida toda estáticos, sem mover um dedo diante das milhares de crianças submetidas ao trabalho escravos, à mendicância, subnutridas, fora da escola, sem educação de qualidade, sem assistência médica? Por que exigimos audiências com parlamentares, governadores e presidentes para lhes impor que não defenderão o