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Mostrando postagens com o rótulo Brasília

Ao povo, a cidade!

Não gosto da parada de 7 de setembro. Motivo? Por ser isso, uma parada militar.  É bem possível que eu esteja falando mais uma bobagem? Sim, é possível - como quase tudo. A questão é que a minha antipatia se deve ao fato de esperar do Dia da Independência do meu país, uma festa popular, do tipo que se faz pelo ajuntamento voluntário de pessoas para uma celebração especial. E claro, não a desprezo de todo, reconheço que, pelo menos às crianças, ajuda no processo de aproximação quanto aos símbolos da pátria. Apesar disso, o 7 de setembro tal qual o 21 de abril, para mim são datas muito especiais. 21 de abril é a data de aniversário da nossa linda Capital Federal e por essa data ainda é possível encontrarmos gramas verdinhas nas avenidas, jardins, na Esplanada, Eixo Monumental. Isso graças às últimas chuvas.  7 de setembro é a data da nossa Independência, quando lá, "às margens do Ipiranga" deu-se o grito "Independência ou Morte" . Ok, foi só para d

Para além do título de mais antiga

A mais antiga cidade do Distrito Federal. Ela tem o impacto da convivência novidadeira de pequenos estabelecimentos comerciais com presença ativa na internet, via redes sociais, junto aos seus marcos tombados de história. Tem também a belezura das riquezas naturais que a abraçam tão gentilmente, e sobretudo, o encantamento de sua efervescência cultural. Planaltina, catalisadora de sonhos, resistência sombreada em bravas lutas e em cujas veias pulsa, aceleradamente, um contagioso e brilhante espírito de pertencimento, uma mescla de tantos valores que podem fazê-la para além do título de mais antiga, ser a cidade ponto de contágio de um sentimento - por lá tão vivo e tão necessário a todas as demais cidades, o apropriar-se do território, dos frutos que de lá emanam, das histórias e tradições, da luta para criação de uma cultura local forte, de identidade. Planaltina não seria meu destino na semana passada, quis, porém o destino que para lá me dirigisse e, apesar de já conhecer

Brasília para além das rusgas e feridas

É preciso olhar a vida para além das rusgas e feridas. É preciso enxergar na terra batida e chão vermelho, uma nova chance, todo dia, não uma despedida. Brasília, por aqui começo uma andança que pretendo levar adiante pelas próximas semanas. Ao que chamo de numa espécie de "flash" do Distrito Federal. O meu "flash", obviamente. Porque se esse quadrado me pertence e eu pertenço a ele, devo me esforçar para conhecê-lo. Então, cá estou, do alto de um dos principais símbolos dessa nossa Capital Federal, o Mirante da Torre de TV, no Eixo Monumental. Creio que falar dos traços arquitetônicos dessa cidade - sinônimo de sonhos, é a redundância de pensamento de quase todos nós, sempre. Vou ficar, portanto, com os sonhos que ela inspira. Começando quando ela ainda era papel, foram os sonhos de JK, a força que arregimentou brasileiros de todos os cantos, não necessariamente contagiados pelo vislumbre do Presidente, de construir a cidade de todos os brasilei

Ah! Lá eu comia três vezes no dia

Foto: Luciana Conrado - Fiquei sabendo que você ficou na casa da vizinha esses dias! - Foi sim. - Foi legal? - Foi sim. - O que mais você gostou lá? - Tia, eu gostei porque lá eu comia três vezes por dia! Ele é bem magrinho e de olhar estranho. Não. Olhar perdido. Ele nunca sorri. Sua mãe é "mulher da vida", dizem os vizinhos, e ela "é tão safada que nem esconde. Ela dá pra comprar drogas". Finalizam. Ele tem uma irmã, cuja vida se passa sobre uma cadeira de rodas, com quase zero controle sobre os próprios movimentos. Ele também tem um irmão que vive por aí, ora sob as sombras de pequenos delitos, ora sob a completa escuridão da barbárie de assassinatos a sangue frio, tendo apenas dezoito anos de idade. E pai? Sem qualquer conhecimento acerca dessa liga ou o que significa essa relação. Ele tem apenas 11 anos de idade e é mais um garoto favelado, infância perdida, sem destino, sem oportunidades e com um peso enorme sobre os seus o