Pular para o conteúdo principal

Postagens

Como é a vida de quem passa o mês com R$ 154 no Distrito Federal

A realidade nua e crua. E ali a nossa malfadada forma de organizar o mundo dói muito mais. E ali, naqueles esgotos, como os dejetos que por eles escorrem, também escorrem a céu aberto, mas como se ninguém visse, sonhos, esperança, vidas ... a infância. E ali, não tão longe de nós, estão os nossos irmãos, filhos da mesma terra, de quem porém não nos lembramos, sequer percebemos, até que o solapo da violência que lhes impomos vem na mesma proporção e força sobre nós. Aí, finalmente os avistamos e concluímos: eis a desgraça das nossas boas vidas, os miseráveis de bolso, sem nos percebermos, claro, miseráveis de almas, espíritos acorrentados à cretinice do individualismo como religião libertadora dos mortais e, trancafiados na masmorra da boçalidade da ganância, minguamos nós. ------------ Como é a vida de quem passa o mês com R$ 154 no Distrito Federal Estudo mostra que habitações precárias, dependência infantil e defasagem educacional são os maiores problemas enf

Ouço

Ouço vozes no escuro Das sombras do sim e do não Ouço palavras mudas Que grunhem loucuras à minha razão Ouço o silêncio Que fala  Que chora Ouço o silêncio do sim E o alvoroço do não Ouço o chamego do medo E o tremor da precipitação Ouço a movediça mentira Da auto-afirmação Ouço-me agora E em seguida mais não

De quantos em quantos?

De quantos nós é feita uma prisão? O nó da alma bruta em desconstrução? O nó do sentimento cego, coração? O nó do tempo passado à emoção? De quantos passos é feita uma libertação? O passo trôpego, incoerente da emoção, em confusão? O passo firme, constante da razão? O passo do amor próprio em confissão? De quantos ciclos é feita a salvação? O ciclo intenso da perdição?

Mais um dia triste para o Brasil.

Mais um dia triste para o Brasil. Compreendo a sociedade como um todo e o seu insano apoio ao encarceramento dos adolescentes achando que isso resolverá a questão da segurança pública no país. Compreendo, por saber quão baixo é o nosso nível de educação cidadã e outras coisinhas mais e más. Não concordo. Agora, ao fazer um recorte da sociedade considerando o povo que se declara cristão, em especial os evangélicos - grupo do qual confesso, me arrastando e ainda não sabendo c omo, faço parte, está aí uma pesada afronta à fé cristã. Incoerência, inconsistência, pregação evangélica vazia, espasmo de espiritualidade. Na boa, sei que não serei compreendida e acho que já estou quase vencendo essa fase de querer ser compreendida, mas é cansativo isso, viu? Esse evangelho do desamor, da irresponsabilidade com o mundo e com o próximo, da confissão de fé apenas em palavras gritadas cada vez mais altas e abafadas com cada vez mais força e velocidade pela inconsistência de atos e a pratica

Qual é a preocupação, afinal?

A preocupação não é sanear as contas públicas, ou batalhar pelo mínimo de decência na gestão pública, ou implementar um regime de aprofundamento da transparência, ou trabalhar pelo desenvolvimento de uma nova cultura política no país. Não, nada disso interessa. O importante mesmo é a disputa de quem roubou mais, se FHC e sua trupe ou Lula e sua trupe. Isso sim é importante para o Brasil, não fechar a torneira. O importante é esse clima de futebol de várzea, não discutir que  o rumo foi perdido. Não é importante assumir a culpa no cartório, basta se agachar sob a nuvem pesada e escura da fuligem dos destroços da má gestão, descompromisso e irresponsabilidade com o país e esperar um tempo mais, pois as brigas insanas tem o poder de distrair e rápido dissipam o interesse pelo está por trás delas e a praça se esvazia para que tudo volte ao normal. Assim caminhamos nós, presos da subcultura do individualismo, da desimportância pelo que é de todos, das sub-construções do se dar bem a q

Volver! Volver! Volver!

Estão matando os nossos jovens. Estão dizimando as nossas crianças. E os que sobrevivem a esse choque de loucura por poder e ganância, seguem se arrastando pela estrada da desesperança. Então, munidos de rancor e mágoa,   refazem-se em ódio pela violência sofrida e agora retribuída, numa reação de equação matemática simples, de mesmo peso e mesma medida multiplicadas pela vida perdida. E nós queremos exigir-lhes boas lembranças e cuidado com a vida? Que vida lhes demos? Que lembranças lhes semeamos? Que respeito lhes oferecemos? Que dignidade lhes propusemos? Chega!   Não dá para prosseguir assim, condenando os nossos pequenos, minando sonhos, desprezando a esperança. Volver! Volver! Volver! É a ordem imediata. É a resposta mais sensata. Se não queremos definitivamente nos perder. Volver! Volver! Volver! Valores precisam ser revistos. Ou ninguém mais irá sobreviver!

"Saber todo mundo sabe, querer todo mundo quer..."

Foi-se o tempo em que composições frasais me enchiam os olhos. Hoje, palavras, sem a expressão de significado ativo, não me dizem nada. Talvez os cabelos brancos que já se fazem presentes (apesar do apenas 3.5 de velocidade etária), ou as feridas das decepções que foram profundas, ou um processo de amadurecimento misturado (ou fruto) dos fatos anteriores, a verdade é que hoje palavras, para mim, são apenas palavras, sopro nos lábios, vocalização apressada de pensamentos afoi tos. A comunicação que me alcança é aquela do ato, da construção coerente no cotidiano, da expressão das palavras ditas (e não ditas) em ações, em prática, em vida real. ...porque... "saber, todo mundo sabe querer todo mundo quer mais fácil é falar do que fazer..." Então,   Vou-me esforçando para que a minha comunicação seja como aquela que desejo: prática diária dos valores nos quais acredito, pois, "o que a gente faz fala muito mais do que só falar..." Verbo é açã