Compromisso radical com a transparência deveria ser pacto básico de existência de todos os partidos. Não é. E isso é lastimável.
Os partidos tem papel fundamental na organização do sistema político, na construção e defesa das nossas bases democráticas.
Para além, portanto, do óbvio já aí posto, há recursos públicos financiando os partidos direta e indiretamente. Ou seja, TODOS os mesmos princípios postos a todas as outras ações feitas com recursos públicos PRECISAM ser aplicadas aos partidos.
E quando os partidos não possuem cultura ativa de transparência é preciso que nós, sociedade, coloquemos lupa sobre o processo de gestão de cada centavo repassado aos partidos.
A pensar:
Se um partido é incapaz de ser transparente com o recurso que recebe para seu funcionamento, será mesmo capaz de praticar e defender transparência uma vez estando nos espaços de poder, nas instituições públicas?
Se um partido não aplica os princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade Administrativa, Publicidade e Eficiência à gestão dos recursos que recebe para seu funcionamento, será mesmo que o fará quando ocupar a administração pública?
Se um partido se ressente profundamente quando transparência e boa gestão dos recursos que possui são exigências aos seus processos e cotidianos, como será quando ocupar a administração pública?
É preciso que cidadãs, cidadãos, políticos, agentes públicos, todas e todos entendam: cobrar transparência não é desconfiar (a priori) é dever básico da cidadania. Oferecê-la também. Antes aliás, deveria ser uma oferta ativa.
Processos transparentes revelam erros para serem sanados. Aliás, erros, como em toda e qualquer atividade humana, ocorrerão, mesmo quando há regras claras de proceder. Quanto antes identificados e sanados, tão melhor à sociedade.
Agora, negar-se ou atrapalhar prestação de contas, transparência nos mais amplos aspectos, é má fé e precisa de denúncia e combate.
Processo transparentes também revelam boas práticas e estas, quanto mais comuns e replicadas se tornam, mais benefícios podem produzir ao sistema político e mais capacidade terão, os partidos, para fortalecer a democracia.
Costumo dizer que não é sem razão que os partidos são mal vistos.
Há sim muitas práticas deploráveis, que vão além das gestão financeira.
Mas os partidos seguem sendo muito importantes para construir a democracia. É preciso, portanto, que todos os partidários, filiadas e filiados, dirigentes, tenham compromisso profundo com a transparência dos seus atos, da tomada de decisões, da construção cotidiana, da gestão dos recursos - vindos do orçamento público ou não.
Ou assumimos isso ou fortalecemos os totalitários que se arvoram donos da política e massacram a democracia.
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