Conseguir manter equipes alinhadas é um dos grandes desafios de liderança. É processo perene. Explico.
Liderar e alinhar equipes não se trata de juntar grupos de pessoas, expor a elas os objetivos de um projeto, distribuir tarefas e fazer cumprir uma agenda de trabalho em medidas simétricas às metas postas e desejadas.
Isso não se dá nem quando, eventualmente determinado grupo já tem uma profunda conexão de valores e de modo operativo.
Pressão sobre o valor do trabalho não resolve. Informação do que está acontecendo no mundo, pura e simplesmente, pouco menos.
A razão é simples.
Se máquinas fôssemos precisaríamos de manutenção e cuidados, como um carro, por exemplo.
A nossa complexidade e valor, todavia, e que bom, sobrepujam a uma máquina.
Nossas engrenagens emocionais, psíquicas, de construção e manutenção de valor, ação e existência, exigem muito além de troca de óleo, revisão, combustível de boa qualidade, respeito aos limites do motor, cuidados na aceleração e freio e limpeza.
Temos valores não medidos nos componentes de monetização do mundo de mercad, e chaves funcionais de construção profundamente potentes, que não poder ser acionadas por pressão externa à ignição da dignidade humana.
É consequência de valor dado que aciona valor produzido.
Valor dado se manifesta em muitos aspectos. Destaco a consideração sincera ao lastro humano de todos espaços das relações sociais.
O trabalho, por exemplo, é um dos espaços de relações sociais mais significativos que temos. Nele e a partir dele temos o suprimento financeiro para as nossas outras experiências existenciais, a começar de comer, vestir, morar. Tanto quanto as igualmente importantes do desenvolvimento social: cultura e lazer.
Mas a nossa busca é fundamentalmente por ser parte. E isso não acontece por força e ordem, decreto, encontro eventual, rotina administrativa, caderno de responsabilidades formais que serão tacitamente absorvidos para um espírito responsavel de leque de práticas abnegadas.
Não é assim e que bom.
Aprendi fazendo, sofrendo reveses, chorando as dores da decepção e os pesos do erro, que as pessoas nunca podem ser desconsideradas. Elas e toda a sua cultura e valores, onde repousam suas potências em reentrâncias tão diversas que apenas o caminho de mãos dadas e olhar nos olhos continuamente, a escuta real, dentre outras práticas, são capazes de trazer à superfície o alinhamento que se constrói no profundo, no íntimo do valor humano.
Vejo líderes, em diversos espaços, desejando respostas rápidas dos seus times e equipes.
Não terão.
Se nem os carros da Fórmula 1 sustentam desempenho sem delicado e dedicado cuidado de aperfeiçoamento e valor estrutural, o que dizer nós?
Liderança não é um saber adquirido em pacote especial de formação. E não estou desprezando a formação. Ela tem valor e em muito importante e necessária para ajudsr líderes. Quero dizer, porém, que liderança é, fundamentalmente, vivência que se desafia a valorizar a dinâmica do humano, o que é e como se dá (a experiência humana), sempre profundamente conectada ao todo que nos compõe.
Equipes de alto desempenho são equipes profundamente conectadas e, em decorrência disso, alinhadas.
Atenção: alinhadas não a um modo operativo igual e robotizado, sem as singularidades que fazem as equipes plurais mais belas e ricas, mas a uma concepção e consciência de ser parte de um todo único, em que as conquistas se dão pelo melhor que cada um tem, porém, apenas pelo valor único e indissociável daquele todo que esse um compõe.
Assim, o desafio zero das e dos líderes é mergulhar na humanidade de suas equipes e por ela navegar, em conjunto.
Alinhamento é fruto de quando nos reconhecemos parte.
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