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Em estado terminal. E ainda guiados pelo ódio.

E lá vamos nós em mais uma semana como prisioneiros do Bolsonaro Genocida. Do sossego impossível para tempos como estes, a alguma paz mínima desejada para buscarmos discernimento sobre o que ou não fazer, só nos resta reação. Outra vez. Verborragia inócua. Desespero.

O Estado continua em compasso de lentidão. O vírus em corrida acelerada sob o tangedouro do irresponsável líder da nação. A bancarrota econômica performa seus males sem pudor. Por que tê-los agora? Os miseráveis açoitados pela fome. Os cegos dançando na ladeira. À beira do precipício.

As cordas que amarram as instituições em um pacto de funcionamento republicano estão roídas e seus fiapos dão sinais absurdamente claros de ruptura a qualquer momento. Silêncio, inércia, escuridão. Mas o Presidente genocida prossegue sua marcha violenta.

É um custo emocional, sem precedentes, acreditar que nada se possa fazer.

É uma angústia profunda continuar pensando que não conseguimos comunicação e só nos reste mesmo a polarização política e sucumbir à disputa com uma narrativa tão sem nexo como a posta à nossa frente.

Quando as energias poderiam estar focadas em reimaginar a existência, uma nova economia pela promoção da vida e desfavor das coisas, cá estamos afogando na dicotomia política vencida, num teatro de vampiros e sem ter, aparentemente, a quem recorrer.

E a cidadania ou ressurge e se mostra uma potência, finalmente para nós. Ou se apaga de vez para que a barbárie nos devore e ponha fim ao exercício da escolha democrática.

Bêbados. Estaremos todos bêbados de ódio, de tédio, do vírus da política genocida presidencial? Ou restará alguma lucidez que nos resgate?

Por hora seguimos. Em estado terminal. E ainda guiados pelo ódio.

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