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Cadê a nossa humanidade?

A vida já não temos coragem de celebrar porque as algazarras à morte nos calam, paralisam, adoecem, sepultam com respiração ofegante mas ainda presente aqui no peito que não suporta tanta idiotização.

Ledo engano. A tristeza que nos abate com o deboche ao registro de mais de 10 mil mortos no nosso país m, em decorrência do #COVID19 é daquelas coisas que petrificam, que colocam o coração em pânico, que só trazem as piores perspectivas sobre o que está por vir.

Quando perdemos a nossa humanidade? O que nos trouxe a momento de descaracterização humana tão profundo? Será que ainda tem possibilidade de resgate a nós, "humanos"? Ou mergulharemos ainda mais fundo no culto ao horror, na celebração à morte?

Um dia em que já se faz triste por não podermos estar em família, lado a lado, celebrando; em que há milhares de lares em luto, ainda temos que lidar com esse fetiche mórbido que parece ser a nova vedete brasileira.

E a tragédia maior já nem são as vidas que se foram, o luto profundo das famílias, a fome, a incapacidade das instituições no trato a tantas demandas sociais que a crise joga sobre todos. A tragédia é nos darmos conta do lixo humano que nos tornamos. Tristeza. Profunda.

Deusas e deuses de todos os credos desçam de seus lugares altos e nos visitem. Este é um pedido desesperado que fazemos. Estamos em trevas. Absolutas. Não nos importam as suas diferenças. Apenas carecemos que vocês nos acudam. Ou apenas nos olhem e nos sussurrem algum caminho.

Livrai-nos do mal, nós mesmos, agora e na hora da nossa morte. Amém. Salvem-nos de nós! Urgente.

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