Já diz, desde muito tempo, Marina Silva que "o sonho é a matéria-prima mais concreta da política."
Política, essa ferramenta de serviço usurpada aos abusos institucionais de ações não republicanas, à distorção de sentido e valor, à criminalização de missão.
Mas é, também e antes, não esqueçamos, o elo que nos conectou ao sonho de um novo jeito de caminhar, rumo a uma construção político-partidária que, embora sabidamente longe do pleno desejado, nos aponta concretamente uma utopia de bases possíveis, dentre tantas razões, por considerar o coletivo e colaborativo pensar e fazer, ponto de partida essencial. E assim, sonhamos.
Diz também, desde muito tempo, a mesma Marina Silva, "eu não tenho uma causa, é a causa que me tem." E eis que o sonho, matéria-prima mais concreta da política, encontra aqui seu maior valor: o serviço às causas, em contra-ponto a qualquer tentativa de servirmo-nos delas.
É refletindo sobre estas frases e a potência do significado de cada uma que lembro que a força do nosso aqui chegarmos tem por base as múltiplas causas que nos alcançam, nos tocam, nos mobilizam e a muitos de nós, possuem.
E eis que de repente nos vemos num aparente descaminho e beco sem saída, em compasso e espera do que sobrará desse mundo que habitamos, dos mundos que nos habitam.
E o nosso tempo parece ganhar uma outra métrica. A do "se", conjecturas de toda ordem e incapazes de elucidar mesmo as nossas mais simplórias dúvidas. Ainda assim, o "se" pode ser um toco em mar revolto, que nos ofereça por algum tempo, descansar pés, braços e recobrar algum fôlego para tentarmos nadar rumo à terra firme.
Então, e se for esta a oportunidade para darmos às causas que zelávamos possuir, que nos possuam intenções e disposições e, desse modo, nos conectem em definitivo aos novos valores que precisamos desenvolver, e que nos deem novas bases à dinâmica de uma outra forma de ser e viver?
E se, neste tempo de incertezas quanto ao futuro, nos permitíssemos abrir mão das certezas passadas - quanto ao modo de fazer política - para nos conduzirmos em novas experiências que fujam à dicotomia costumeira com que vemos o mundo?
E se nos apegássemos aos tocos de esperança das múltiplas causas que nos conectam para formarmos uma balsa sobre a qual repousar energias, concentradas e disciplinamente, desnudas de vaidades, para construirmos, a partir de um sonho comum - essa concreta matéria-prima da política - um projeto político despersonalizado para o Distrito Federal, que, quem sabe, se preste a também inspirar outras unidades federativas do país e, por fim, nos ajude a pensar numa grande visão, um projeto para o Brasil?
E se, a expectativa primeira fase de maioridade aos 18, encontrasse em nós a alegria dos valores que o 18 da REDE nos pode inspirar, sem nos escravizar partidariamente, mas sem nos darmos ao uso descompromissado da instituição - que acolhe nossos sonhos - para que as causas que nos possuem sejam vistas e possam ser amplificadas?
Neste simbólico 18 de abril, que remete ao número com o qual o nosso partido é identificado nas urnas, deixo o convite a rememorarmos que somos uma rede de pessoas e causas, cuja densidade e força se constitui na densidade e força do quanto cada uma dessas nos possui e nos conduz à construção política servidora.
E faço voto que isso nos seja luz para estes dias de abatimentos, desesperanças, incertezas, medos e dúvidas - até sobre as causas.
E que neste dia 18 da REDE 18, em rede nos fortaleçamos para continuarmos sonhando e servindo às causas pelo sonho e construção de um "Brasil socialmente justo, economicamente próspero, ambientalmente sustentável, culturalmente diverso e politicamente democrático."
Ádila Lopes
porta-voz feminina, REDE-DF
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